A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

VASSOURAS NO CONGRESSO



Em ato contra a corrupção, manifestantes criam jardim de vassouras verde-amarelas em Brasília. Em frente ao Congresso Nacional, foram fincadas 594 vassouras - AGÊNCIA BRASIL - ZERO HORA 28/09/2011

O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu nesta quarta-feira com 594 vassouras, em uma manifestação a favor do voto aberto e da Lei da Ficha Limpa, que torna mais rígidos os critérios para quem quer se candidatar a cargo eletivo. A organização não governamental (ONG) Rio da Paz colocou as vassouras como um simbolismo em favor de uma limpeza no Parlamento brasileiro.

— A vassoura simboliza a exigência da sociedade de que o Congresso esteja ao lado do povo no combate à corrupção no Brasil — disse o presidente da ONG, Antônio Carlos Costa.

Esta não é a primeira vez que a ONG faz um protesto cênico em Brasília. Em 2007, cerca de 15 mil lenços brancos foram pendurados em varais na Esplanada dos Ministérios, como forma de representar o número de brasileiros assassinados no país nos cinco primeiros meses daquele ano.

O grupo pretende, à tarde, entregar uma vassoura para cada um dos parlamentares: 513 deputados e 81 senadores.

— Queremos inaugurar uma nova fase da sociedade civil com o Congresso. Dizer que a corrupção vive no pior ambiente possível, gosta de escuridão, de penumbra. E o voto aberto é luz — comenta Antônio Carlos.

O protesto ocorre no mesmo dia em que o Conselho de Ética da Câmara vai votar o relatório preliminar do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) no processo contra Valdemar Costa Neto (PR-SP) por quebra de decoro parlamentar.

O PSOL e o PPS pediram a abertura de processo sob a acusação de que Valdemar Costa Neto teria envolvimento em irregularidades no Ministério dos Transportes, pasta comandada pelo PR.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS DE MODELO A TODA TERRA...

Arnaldo Jabor

Pois é. O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam ‘que horror’. Sabem do roubo do político e falam ‘que vergonha’. Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam ‘que absurdo’. Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem ‘que baixaria’. Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram ‘que medo’. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição ‘neste país’. Do ressentimento passivo à participação ativa.

Pois recentemente estive em Porto Alegre,onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém.

No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa. Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino?

Começa a tocar e, para minha surpresa,todo mundo cantando a letra! ‘Como a aurora precursora do farol da divindade, foi o vinte de setembro o precursor da liberdade’. Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado.

Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é ‘comunidade’. Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é… Foi então que me deu um estalo.

Sabe como é que os ‘ressentimentos passivos’ se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de ‘basta’ contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será.

Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem ‘liga’. Cada um por si e o todo que se dane.

E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes. Penso que o grito – se vier – só poderá partir das comunidades que ainda têm essa ‘liga’. A mesma que eu vi em Porto Alegre.

Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo. Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda: ‘…Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra…’

VASSOURAS CARIOCAS



Protesto contra corrupção nas areias de Copacabana - ZERO HORA 20/09/2011


Um dos principais cartões-postais do Rio, a praia de Copacabana amanheceu ontem com 594 vassouras pintadas de verde e amarelo fixadas na areia. A manifestação foi produzida pela organização não governamental Rio de Paz e tinha como objetivo apelar ao Congresso para ajudar a “varrer a corrupção do Brasil”, conforme explicou cartaz exposto no local. A quantidade de vassouras fixadas na manifestação da Rio de Paz representa o número de congressistas: 513 deputados e 81 senadores. Para o presidente da ONG, Antonio Carlos Costa, o trabalho de combate à corrupção tem que começar no Congresso.

– A ideia não é enxovalhar a instituição, que é muito importante para a democracia. É verdade que hoje não é difícil contar o número de parlamentares lúcidos e corretos, mas o Congresso tem de dar o exemplo – afirmou Costa, cuja ONG tem como objetivo principal a luta pela redução no número de homicídios no país.

– É importante ficar claro que o produto final da corrupção é a morte. O dinheiro é desviado muitas vezes de hospitais, escolas, obras de infraestrutura – argumentou o presidente da ONG.

O uso da vassoura como símbolo anticorrupção não é novo. Na campanha eleitoral de 1960, o candidato presidencial Jânio Quadros e seus apoiadores muniram-se de vassouras para protestar contra o populismo na época.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

REFERENDO A FAVOR DO BRASIL

Por Gil Cordeiro Dias Ferreira

Que venha o novo referendo pelo desarmamento. Votarei NÃO, como da primeira vez, e quantas forem necessárias. Até que os Governos Federal, Estaduais e Municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmem-os, prendam-os, invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no País e entendam de uma vez por todas que NÃO lhe cabe desarmar cidadãos de bem.

Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:

- Voto facultativo? SIM!

- Apenas 2 Senadores por Estado? SIM!

- Reduzir para um terço os Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores? SIM!

- Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e NÃO por nepotismo? SIM!

- Reduzir os 37 Ministérios para 12? SIM!

- Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? SIM!

- Fidelidade partidária absoluta? SIM!

- Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? SIM!

- Ampliação do Ficha-limpa? SIM!

- Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? SIM!

- Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público? SIM!

- Atualização dos códigos penal e processo penal? SIM!

- Fim dos suplentes de Senador sem votos? SIM!

- Redução dos 20.000 funcionários do Congresso para um quinto? SIM!

- Voto em lista fechada? NÃO!

- Financiamento público das campanhas? NÃO!

- Horário Eleitoral obrigatório? NÃO!

- Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? SIM!


Um BASTA! na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? SIM !!!!!!!!!!!



"O dinheiro faz homens ricos; o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz homens grandes."

Mensagem enviada por Sidenir Bueno de Almeida.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Colocaria apenas mais um item SIM NA A CONVOCAÇÃO DE UMA ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE INTEGRADA POR MEMBROS ELEITOS PELO POVO. Só assim poderemos esperar uma nova e enxuta constituição, realmente cidadã, que retire os privilégios, as benevolências, as imunidades, a centralização da justiça nas cortes supremas, as divergências entre dispositivos e a política policialesca nas questões de ordem pública.

Nos dispositivos da atual constituição esdrúxula e detalhista estão as mazelas que fomentam as desordens, a anarquia, a insegurança jurídica, a violência, a criminalidade, a morosidade judicial, o enfraquecimento da justiça, as benevolências, a distribuição de dinheiro público sem contrapartidas, os direitos sem deveres, a cidadania sem o civismo, a corrupção e o descrédito nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Nenhuma lei ou aprimoramento da legislação terá eficácia ou aplicação na justiça se continuar vigorando a atual constituição.

sábado, 10 de setembro de 2011

PACIÊNCIA TEM LIMITE


- OPINIÃO, O Estado de S.Paulo - 10/09/2011

O brasileiro está começando a perder a paciência com a corrupção. As comemorações do 7 de Setembro ensejaram manifestações populares convocadas pelas redes sociais em várias capitais estaduais e no Distrito Federal, onde 25 mil pessoas desfilaram pacificamente pela Esplanada dos Ministérios proclamando palavras de ordem contra a corrupção e os corruptos. Em São Paulo, centenas de manifestantes ocuparam pela manhã a Avenida Paulista, com o mesmo propósito. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) lançou na véspera e publicou na imprensa carioca, na quarta-feira, em página dupla, o Manifesto do empresariado brasileiro em favor da ética na política, em que afirma que o combate à corrupção "é uma bandeira coletiva, que representa a aspiração de todo um país".

Na história recente do País, foi assim que começaram os grandes movimentos populares que, por exemplo, se transformaram, em 1984, na Campanha das Diretas e, em 1992, na mobilização dos jovens caras-pintadas, que fez eco ao clamor popular contra as maracutaias do governo do "caçador de marajás" e forçou o impeachment do presidente Fernando Collor. Agora, é perceptível a revolta latente da população contra os desmandos na administração pública, em todos os níveis. As manifestações do 7 de Setembro podem ser um indício de que esse sentimento começa a se generalizar e a se potencializar, ou seja, a procurar formas mais ativas e concretas de expressão.

As razões por detrás dessa fermentação são óbvias e vão se acumulando: a indecorosa decisão dos deputados federais de absolver uma colega, Jaqueline Roriz, que tinha a cassação de mandato recomendada pela Comissão de Ética da Câmara por ter sido flagrada recebendo propina, dinheiro vivo, quando era candidata a deputada distrital em Brasília; a impressionante sucessão de denúncias na mídia e as investigações policiais sobre bandalheiras em órgãos da administração federal, que resultaram na demissão de pelo menos três ministros em curto prazo, graças à "faxina" da presidente Dilma Rousseff; mais recentemente, o movimento de governistas e do PT & companhia para minimizar a importância e a abrangência dessa mesma "faxina", forte a ponto de constranger a própria chefe do governo a declarar que não é movida pela intenção de fazer uma devassa nos Ministérios, mas apenas pela obrigação de investigar e punir eventuais irregularidades.

Essa tática diversionista, aparentemente motivada pelo receio de que a tal "faxina" acabe sendo debitada na conta do chefão Lula - afinal, os três ministros demitidos foram herdados de seu governo -, pode afrontar ainda mais a opinião pública, já indignada.

Da mesma forma que as pesquisas de opinião demonstraram grande apoio à ação saneadora da presidente nos episódios das demissões dos ministros, poderão vir a revelar exatamente o oposto se em algum momento as pessoas começarem a achar que o Palácio do Planalto se tornou condescendente com a bandalheira.

Por enquanto, aqueles que acham que deve continuar prevalecendo a cínica ideia de que não há nada de errado - ao contrário, são males necessários, e por isso toleráveis - num superfaturamento aqui, num desvio de verba ali ou num nepotismo acolá podem contar com o fato de que, embora despontem os primeiros indícios de protestos, não existe ainda uma efetiva mobilização nacional contra a corrupção.

As entidades representativas dos trabalhadores, sindicatos e centrais, por exemplo, bem como instituições como a UNE, decisiva na mobilização dos caras-pintadas de 1992, até o momento não parecem sensibilizadas com a questão. Algumas delas promoveram manifestações no 7 de Setembro, mas exclusivamente para enfatizar reivindicações corporativas.

Ao tentar negar a evidência de que a corrupção é endêmica na administração federal e colocar panos quentes no combate à corrupção, os governistas podem estar dando um tiro no pé. A indignação popular, quando se agrava, geralmente se transforma numa bola de neve e fica incontrolável. Paciência tem limite.

PRONTO PARA A PRÓXIMA MANIFESTAÇÃO


Pronto para a próxima manifestação. Estudante vira símbolo do movimento anticorrupção e promete voltar às ruas - o globo, 08/09/2011 às 22h54m - Jailton de Carvalho

BRASÍLIA - Um dia depois de participar da Marcha contra a Corrupção, o estudante Tiago Lira, de 22 anos, estava exultante com o inesperado sucesso do primeiro grande protesto do país surgido a partir de troca de mensagens nas redes sociais. Lira guardou recortes dos jornais com as fotos das manifestações, trocou e-mails com amigos e começou a se preparar para a próxima manifestação.

Ainda não há nada definido, o grupo continua sem centro de comando, mas o internauta espera deixar as telas do mundo virtual e voltar às ruas para mais um protesto real contra a corrupção, no feriado do 15 de Novembro.

- Provavelmente vamos fazer uma nova manifestação no feriado da Proclamação da República. Isso é o que eu acho. A gente não esperava essa repercussão toda - disse Lira.

O estudante de Ciências Políticas da UnB apareceu por acaso em fotos de vários jornais que fizeram a cobertura do Sete de Setembro em Brasília e, da noite para o dia, se viu transformado em celebridade do movimento contra a corrupção. Sem vínculos com partidos, sindicatos ou associações, Lira nunca tinha participado de nenhum protesto.

- Essa manifestação foi muito saborosa. Senti que as pessoas acreditam na política brasileira e que as coisas vão mudar - disse.

O estudante vive com uma tia num afastado condomínio de Sobradinho, cidade satélite de Brasília, e até o dia do protesto achava que a corrupção seria invencível porque políticos de todos os partidos estariam envolvidos com falcatruas. Para ele, ninguém tem credibilidade e coragem suficiente para levantar a bandeira anticorrupção.
Com a Marcha, um protesto "sem rosto, sem líder", como ele diz, as perspectivas mudaram:

- Ninguém levantou bandeira de partido. Todos levantaram a bandeira do Brasil. Foi isso que deu liga ao movimento. E isso vai continuar.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MOBILIZAÇÃO POR ÉTICA FAZ CONTA PARA NOVOS ATOS


Líderes avaliam desafios para aumentar adesão em ato já programado para dia 12 - 09 de setembro de 2011 | 0h 14 - Gabriel Manzano, de O Estado de S.Paulo

As manifestações do 7 de Setembro contra a corrupção foram "um primeiro passo" e têm razões de sobra para crescer, mas não será fácil fazê-las superar os desafios e ganhar peso na sociedade. É assim que ongueiros, entusiastas e estudiosos veem os protestos da terça-feira em Brasília, São Paulo e outras capitais, cujos organizadores já marcaram para 12 de outubro uma segunda etapa da cruzada.

"É um movimento positivo, só esperamos que não se torne um simples modismo", diz o presidente do Ministério Público Democrático (MPD), Claudionor Mendonça dos Santos. Além disso, atacar a corrupção é complicado, adverte. "No caso, seria preciso as pessoas pararem de ver a sociedade como vítima dos políticos, porque ela é, em grande parte, coautora das irregularidades."

Animada com o que viu, Silva Kosac, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), diz que as passeatas são " só um pedacinho" da luta. "No meu dia a dia, percebo que cada vez mais brasileiros estão dispostos a fazer algo prático contra a corrupção", afirma. Aos que ironizam a pequenez dos protestos, ela avisa: "Essa cruzada começou em 1999 e cresce aos poucos. Só o MCCE, que ajudou em parte a organizar as passeatas, reúne 52 ONGs e associações, como OAB, Movimento Nossa São Paulo, promotores, magistrados, grupos católicos e evangélicos, áreas de educação, agricultura, peritos criminais."

Tanto Kosac como Claudionor entusiasmam-se com a experiência de seus contatos na periferia. "Visito e faço palestras, vejo gente indignada, plateias jovens que têm consciência do que é preciso fazer", diz o promotor do MPD. "E muita gente por lá já sabe que a corrupção não é exclusiva dos políticos."

Desafios. O filósofo e professor de Ética Roberto Romano, da Unicamp, acha que tais protestos "têm tudo para vingar", mas não aposta em sua transformação num grande movimento nacional. "Esses grupos são novos, não têm a organização de uma UNE ou dos partidos. Terão ainda de enfrentar o ridículo fabricado por associações pelegas". Aos olhos do professor, falta aos grupos uma certa vivência e mais conteúdo. "Não vi ninguém falando contra o foro privilegiado, contra os superpoderes dos donos dos partidos políticos". Romano lembra que há uma enorme distância entre gritar contra a corrupção e acabar com ela.

Entusiasta da causa, Sonia Barboza, da ONG Voto Consciente, não aceita as comparações feitas com o movimento "Cansei", promovido em 2007 e que ficou caracterizado como de direita. "Esses ataques acontecem quando as pessoas se sentem cobradas. Os vereadores da Câmara, que fiscalizo há muito tempo, nos dizem coisas assim a toda hora."

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Ao soar do tambor dos jovens cara-pintadas, o povo acordará!

MARCHA QUER O FIM DO VOTO SECRETO NO PARLAMENTO


Marcha da Corrupção quer agora o fim do voto secreto - Com informações da Agência Brasil - Estadão.com.br

Depois de incentivar milhares de pessoas a aproveitar o Dia da Independência para protestar, os organizadores da Marcha Nacional Contra a Corrupção querem agora fazer pressão por mudanças efetivas. Segundo Luciana Kalil, uma das organizadoras da marcha, o próximo alvo do grupo será colher assinaturas para apresentar projetos de lei de iniciativa popular com o objetivo de, por exemplo, extinguir o voto secreto na Câmara dos Deputados e no Senado.

Para José Jance Marques, que ajudou na divulgação da marcha, eles vão esperar a reação dos políticos, “que devem ter entendido o recado”, para então planejar os próximos protestos. A página da marcha no site de relacionamentos Facebook continuará ativa, segundo ele.

De acordo com Luciana, a manifestação teve um caráter genérico contra a corrupção e, por isso, não cabia criticar alguém em particular. “Fomos procurados por alguns partidos e políticos que queriam que levantássemos bandeiras específicas, contra alguém em particular, mas nunca aceitamos isso. Conseguimos realizar uma marcha apartidária.”

O apartidarismo levou Luciana e outros organizadores a ouvir acusações de não terem “formação política”, fato que ela admite e não vê como algo negativo. “Eu realmente não tenho muito conhecimento sobre os partidos políticos e nunca havia participado de manifestações. Fizemos a coisa toda de forma amadora e não sabíamos nem o que fazer quando vimos tanta gente reunida. Só que, além da indignação, foi justamente o caráter apartidário da marcha que motivou tanta gente a participar. Ninguém ali queria empunhar a bandeira de qualquer partido, mas sim, a do Brasil.”

Promovida em várias cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a marcha levou, somente em Brasília, entre 25 mil e 30 mil pessoas à Esplanada dos Ministérios. Precisar o número exato de participantes é quase impossível já que, na capital federal, muita gente que assistia ao desfile oficial de 7 de Setembro aderiu ao protesto.

FACEBOOK - MILITANTES DESCOBREM A POLÍTICA

Militantes do Facebook descobrem a política com Marcha Contra a Corrupção. Escândalos levaram irmãs a desencadear ato apartidário e agora falam em se engajar por novas causas - 09 de setembro de 2011 | 8h 20 - Leandro Cólon, de O Estado de S.Paulo


BRASÍLIA - "A gente não entende nada de política", avisam as irmãs Lucianna, 30 anos, e Daniella Kalil, 32. Elas montaram uma página no Facebook no começo de agosto e "bombaram". Um mês depois, levaram 25 mil pessoas às ruas de Brasília para protestar contra a corrupção e ofuscaram a presidente Dilma Rousseff no desfile oficial do 7 de Setembro. Para elas, não é defeito o desconhecimento detalhado sobre política. "Não precisa entender de política para saber que falta transparência no Brasil. O povo precisa se mobilizar, ninguém faz nada", diz Lucianna.

Lucianna Kaliu (à esq.) e sua irmã Daniela ajudaram a organizar a marcha
As irmãs estão longe da elite de Brasília e dos partidos políticos. Lucianna é autônoma, vendedora comercial e mora de aluguel com o marido. O casal tem uma renda mensal de R$ 6 mil. Daniella não tem emprego fixo, vive de comissões como corretora e mora com a mãe em Sobradinho, periferia do Distrito Federal. Lucianna é mais contida. Daniella, não: "Eu sou da ‘night’ (noite)".

As duas já votaram no ex-presidente Lula, em Marina Silva, no tucano José Serra e em deputados e senadores de PT, PSB, DEM e PSDB. O voto, para elas, é na pessoa. "Para federal, eu votei no Paulo Tadeu (PT) porque ele ajuda Sobradinho", diz Daniella. Feliz da vida com o sucesso da marcha, ela agora começa a sonhar com a política. "Estudei com o deputado (Antônio) Reguffe na faculdade e quero entrar no partido dele, nem sei qual é. Qual é?" Reguffe é do PDT.

Orgulhosa dos 3,7 mil seguidores na página pessoal do Facebook, Daniella alerta: "Quero me engajar. Já estou lendo muito mais. Pesquisei muito no Google sobre política. Estou aprendendo muito". Lucianna não gostou da ideia: "Nunca me envolvi e não vou me envolver. Prefiro ajudar na conscientização popular". Numa coisa as duas concordaram no protesto de quarta-feira: impedir o uso de adereços partidários. "Mandei abaixar as bandeiras. É um movimento apartidário", diz Lucianna.

A ideia das irmãs de criar a Marcha Contra a Corrupção surgiu dos recentes escândalos envolvendo os Ministérios da Agricultura e dos Transportes, logo após a queda de Antonio Palocci da Casa Civil. "As coisas precisam mudar. Não precisa entender de política para saber que a Dilma está fazendo manobras nessa faxina", afirma Lucianna. "Ela está tapando o sol com a peneira."

Para protestar, as duas montaram então o "evento" "Marcha da Corrupção" no Facebook. Em poucos dias, mais de 5 mil pessoas aderiram.

Na semana passada, chegou a 25 mil, mesmo público que, segundo estimativa da Polícia Militar do DF, tomou conta da Esplanada dos Ministérios na quarta-feira.

SÓ RESOLVE NA BASE DO PROSTESTO

JORGE CARLOS MASTROBERTI, AUDITOR PÚBLICO DO TCE/RS- ZERO HORA 09/09/2011

O tema em pauta nos noticiários é a lembrança da passagem dos 50 anos do movimento para fazer valer o princípio da legalidade no território nacional. Vale lembrar que o fato motivador do acontecimento político foi para garantir o direito constitucional do vice-presidente a tomar posse como chefe maior da nação em razão da renúncia do então presidente eleito. Havia suspeitas do alinhamento do vice com os dirigentes do temido bloco dos países comunistas. O maior temor era por parte dos americanos-do-norte, que não queriam de forma alguma ter seus interesses ameaçados no continente. Tentaram, mas não conseguiram escantear a Constituição da República.

O movimento pela legalidade conseguiu vingar com muito esforço, valentia e perseverança de seus integrantes. Não éramos e não somos uma republiqueta das bananas que qualquer um vai chegando e faz o que bem entende.

Saber sobre o passado recente do país é importante para os cidadãos que hoje circulam pelo mesmo chão daqueles que marcaram sua época.

Hoje, mais do que nunca, faz-se necessário para nós, brasileiros, o ecoar do brado retumbante pela garantia da entrada em vigor do princípio da ética e da moralidade e pelo banimento da corrupção e dos corruptores já.

Os recentes acontecimentos no cenário político do nosso país corroboram essa assertiva. Para mudar o cenário atual, não é suficiente aumentar a fiscalização e demitir os responsáveis pela malversação da coisa pública. Isto é um paliativo que tem duração efêmera. Basta uma releitura dos noticiários sobre o tema nos últimos anos e veremos que mudaram os personagens, mas a peça teatral é a mesma.

Isso em parte esclarece o motivo de muitos indivíduos inconformados partirem em busca de soluções fazendo uso de meios ilícitos ou desonestos. O que nasceu bom acaba por se tornar ruim. Que vençam os mais espertos e ardilosos é a norma que impera no mercado. Como e quando não interessa. Foi-se o tempo em que a força de vontade, o empenho nos estudos e no trabalho eram suficientes para a realização dos sonhos dos trabalhadores.

O proletariado, ampla maioria da população nacional, pode não ter suficiente cultura escolar, mas possui o conhecimento e a experiência adquirida na dureza do dia a dia da vida que ajuda a enxergar bem mais além daquilo que é ensinado em sala de aula. Por tudo isso, merece ser respeitado.

O que está fazendo muita falta para nós é a ausência do trabalho e a revisão na base do sistema educacional do país para melhorar a formação do brasileiro na sua essência. Os valores relativos a ética, moral cívica, respeito ao direito do próximo e dignidade humana são disciplinas que necessitam ingressar urgentemente nos currículos escolares. Turva a visão daqueles que creem que essas matérias são coisas de filósofos que não tinham o que fazer na antiguidade.

Aprender matemática, português, geografia e história são conhecimentos válidos para o vivente situar-se no tempo e no espaço, todavia, não estão garantindo à população as condições para se tornarem cidadãos de fato e de direito.

Qual é o problema? O que está a impedir a entrada em vigor da moralidade e do banimento dos corruptores de uma vez por todas? Qual a ameaça que paira no ar? Só falta dizer que são princípios de caráter subjetivo e de difícil interpretação.

Estão esperando que a população vá para as ruas protestar, para depois acionar a segurança pública visando reprimir os “comunistas baderneiros”. O povo brasileiro não merece.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PROTESTOS NO DIA DA INDEPENDÊNCIA NÃO CONSTRANGEM POLÍTICOS

Sem embaraços. Políticos elogiam atos contra a corrupção e negam constrangimento - 07/09/2011 às 22h36m; O Globo

BRASÍLIA - Titular do Ministério dos Transportes, primeiro alvo da atual onda de denúncias de corrupção no governo, o ministro Paulo Sérgio Passos disse que não se sentiu atingido pelas manifestações.

- Não me sinto constrangido. Todas as questões estão superadas. Há processos administrativos e disciplinares em curso. Estamos trabalhando - disse, lembrando que a direção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o órgão mais castigado pelas denúncias, já foi reconstituída, e que a direção da Valec, também acusada de corrupção, será mudada. - Estamos voltando à normalidade. É o que o país espera.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que também assistiu aos desfiles, viu no protesto um marco da democracia.

- Acho normal. Eu mesmo já fui a várias manifestações no 7 de Setembro. Não é novidade.

Sobre a barreira de segurança que impediu que autoridades vissem os protestos, afirmou:
- Não é o fato de enxergarmos ou não (o protesto). Sabemos da existência da marcha, é importante para a democracia brasileira, e precisamos apoiar manifestações dessa natureza.

Ele disse que o protesto não causa embaraço ao governo e que o Planalto tem enfrentado a corrupção e não é de hoje:

- Não tem constrangimento. Pelo contrário: reforça a política que o governo tem feito nestes últimos anos de combate à corrupção.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Políticos só temem URNAS DE VOTAÇÃO, VAIA EM SOLENIDADES, DENÚNCIA E AÇÃO COATIVA DA JUSTIÇA, nesta ordem de prioridade. De resto, eles se lixam para a opinião pública. No Brasil as urnas de votação tem premiado o assistencialismo e compra da votos; as vaias em solenidades estão adormecidas pelo sentimento de impotência e falta de solidariedade; as denúncias pipocam na mídia sem qualquer efeito nas urnas; e a justiça é mais morosa que tartaruga e tão mansa que não pune políticos com mandato.

Mesmo assim, não se pode esmorecer e a busca por uma mobilização de massa indignada cada vez maior pode derrubar a arrogância dos parlamentares, o descompromisso da justiça e esta constituição esdrúxula que vigora no Brasil.

O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUPÇÃO

O que você tem a ver com a corrupção? - http://www.mpdft.gov.br

O Projeto

O projeto tem por objetivo ajudar na prevenção a ocorrência de novos atos de corrupção e a conseqüente diminuição dos processos extrajudiciais e judiciais, por meio da educação das gerações futuras, estímulo a denúncias populares e a efetiva punição de corruptos e corruptores. O projeto visa atacar dois pontos fundamentais:

1º- acabar com a impunidade, ou seja, buscar a efetiva punição dos corruptos e dos corruptores, por meio de um canal real para o oferecimento de denúncias, e, o principal;

2º- educar e estimular as novas gerações, mediante a construção, em longo prazo, de um Brasil mais justo e sério, destacando-se o papel fundamental de nossas próprias condutas diárias a partir do seguinte principio, é preciso dar o exemplo. O primeiro passo para consecução do projeto está envolvendo a promoção, junto ao Ministério Público Brasileiro, de uma valoração especial das atribuições constitucionais da Instituição, estimulando o desempenho de atividades extrajudiciais. Evidente, como nada se constrói sozinho, é preciso envolver outras instituições, empresas e pessoas a se engajarem num projeto de longo prazo que enrede a sociedade em uma campanha de estímulo à ética e a honestidade dos cidadãos.

Para mais informações, visite o site:

http://www.oquevocetemavercomacorrupcao.com/

FLORIPA NAS RUAS CONTRA A CORRUPÇÃO


FERIADO DE PROTESTOS. Do virtual ao mundo real. Em Florianópolis e outras capitais, manifestantes mobilizados via redes sociais da internet saíram às ruas contra a corrupção - FRANCINE CADORE, DIÁRIO CATARINENSE, 08/09/2011

Quando o objetivo é protestar contra a corrupção, ficar quase duas horas abaixo de chuva não é empecilho. Que digam as cerca de 80 pessoas que compareceram à Beira-Mar Norte, em Florianópolis, na tarde de ontem, nas mobilizações #NasRuas e #Dia do Basta. Com guarda-chuvas, capas plásticas, faixas e cartazes, os manifestantes “varreram” a corrupção da avenida.

Alguns carregavam bandeiras do Brasil e tinham os rostos pintados com as cores verde e amarelo. O público foi democrático: pessoas de todas as idades acompanharam a mobilização, organizada pela internet, por meio das mídias sociais.

Uma faixa, feita na hora da mobilização, chamou a atenção. Com 30 metros quadrados e com a inscrição #ForaCorrupção, os manifestantes deixaram o seu “carimbo”, ao pintar a mão e marcar o símbolo “curtir” no tecido. Houve ainda uma faxina simbólica, com vassouras e sabão em pó.

O aposentado mineiro Mário Chapuis, 63 anos, que mora há mais de 20 anos em Florianópolis, ficou sabendo pelo jornal que ocorreria um protesto contra a corrupção. Mesmo com o tempo fechado, não teve dúvida em sair de casa em pleno feriado. Disse que participou do protesto pela neta de quatro meses.

A mobilização contou com o apoio do promotor de Justiça Affonso Ghizzo Neto, idealizador da campanha O que você tem a ver com a corrupção?. Para ele, mobilizações populares são o único caminho para começar a pressionar políticos e instituições. Ele diz que as mídias sociais tiveram um papel fundamental para disseminar a ideia e aumentar a adesão.

Para um dos organizadores, o analista de negócios e estudante de Economia Bruno Negri, 22 anos, o fato de o protesto ter ocorrido mesmo em um dia chuvoso e frio mostrou a “força” da vontade de ter um país mais justo e honesto.

Em Joinville, apenas 13 pessoas foram até o Shopping Mueller às 13h30min para se manifestar contra os escândalos envolvendo políticos. Com o baixo número de participantes, não houve marcha. Mas isso não desanimou os integrantes que, juntos, planejaram um outro evento, em data a ser divulgada, para realizar a primeira Marcha contra a Corrupção.

Em Jaraguá do Sul, o protesto foi cancelado por causa do mau tempo.

PRESSÃO DA SOCIEDADE


EDITORIAL ZERO HORA 08/09/2011

Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff ter garantido, em pronunciamento à nação sobre a data da Independência, que o combate à corrupção é “uma ação permanente, inquebrantável”, milhares de brasileiros saíram ontem às ruas, em diferentes cidades do país. O movimento, espontâneo, sem a participação direta de representantes de partidos ou de centrais sindicais, é consequência natural de uma crescente indignação de parcelas expressivas da sociedade com a insistência de grupos políticos não só em práticas que implicam desvio de recurso público como também em justificá-las. Por isso, é importante que esse e protestos semelhantes não se restrinjam a um ato isolado, nem às ruas, mas possam contribuir de forma consequente – sempre no limite da lei e sem interferir na liberdade dos demais cidadãos –, para um país mais ético.

Não por acaso, a mobilização teve início a partir dos temores de que, preocupada em não fragilizar em excesso sua base parlamentar de apoio, a presidente da República estaria na iminência de paralisar a faxina ética no governo federal. O estopim do movimento foi justamente a decisão majoritária de integrantes da Câmara de, mesmo confrontados com a exibição de um filme mostrando a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) se locupletando com dinheiro suspeito, livrarem-na da cassação, sob a alegação de que o flagrante antecede a eleição da parlamentar. A população precisa se mostrar vigilante, nas ruas e junto às instituições, enquanto políticos e gestores públicos continuarem desviando dinheiro e se favorecendo de privilégios.

Em muitos aspectos, os atos que se multiplicaram ontem por todo o país remetem às Diretas Já e aos caras-pintadas, ainda que o uso massificado das redes sociais façam-nos se parecer mais com protestos recentes no Chile e na Espanha. Quem saiu ontem às ruas, porém, com roupa preta ou verde-amarela, nariz de palhaço e cara pintada, manifestou nos cartazes, em sua maioria confeccionados à mão, a indignação contra questões bem atuais e bem brasileiras. É o caso, além do desvirtuamento de verba pública, da impunidade que costuma estar associada a crimes envolvendo políticos e homens públicos, dos megassalários, da imunidade parlamentar, do foro privilegiado para autoridades, do sigilo bancário excessivo, da falta de transparência nas contas oficiais, dos recursos obscuros de campanhas eleitorais, de abusos com emendas parlamentares e da morosidade do Judiciário, entre outros.

Diante de tanta deformação, as manifestações de ontem, à primeira vista, parecem frágeis demais para conter a ganância de corruptos e corruptores, ajudando a estancar um verdadeiro escoadouro de dinheiro público. Os ganhos da marcha contra a corrupção vão depender da capacidade dos brasileiros de continuarem permanentemente mobilizados, nas ruas e onde sua presença se fizer necessária.


BRASÍLIA | Carolina Bahia - Cegueira

A marcha contra a corrupção coloriu a Esplanada, mas mal foi notada pela presidente Dilma Rousseff e pelos ministros que lotaram o palanque das autoridades. É sintomático. Nas duas horas do desfile, eles trocaram ideias sobre assuntos do momento, como a economia mundial. Pedro Novais (Turismo) e Mário Negromonte (Cidades) marcaram presença, como se não estivessem com a corda no pescoço. A crise econômica tomou o lugar da crise política. E há quem se sinta aliviado por ter escapado da limpeza ética. Dilma é refém dessa pressão, mas opta por se concentrar nos mercados. Com ou sem manifesto, é a economia aquecida que lhe garante bons índices de aprovação popular.

SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA GAÚCHA EM DEFESA DA ÉTICA E DA MORALIDADE



Agora Chega: Centenas de representantes da sociedade civil organizada participam de ato público em defesa da ética e da moralidade - Portal do Agora Chega. 07/09/2011


No Portal www.agorachega.org.br, que foi lançado na sede da OAB/RS, na tarde desta quarta-feira (07), é possível manifestar apoio a projetos de lei e propostas de iniciativa popular que auxiliem no combate a corrupção e na transparência da gestão pública.

Após participar da marcha contra a corrupção e a impunidade que mobilizou milhares de participantes, a Ordem gaúcha sediou, na tarde desta quarta-feira (07), o ato público em defesa da ética e da moralidade na administração pública. Veja a matéria da marcha, clicando aqui.

A mobilização é resultado do engajamento da própria cidadania, por meio de representantes de entidades, sindicatos e da sociedade civil organizada, que estiveram presentes no ato irmanados pela iniciativa.

Ao abrir o evento, o presidente da OAB/RS, Claudio Lamachia, afirmou que, "se no passado a sociedade tinha como inimigo o totalitarismo, hoje a missão é a de aperfeiçoar e fortalecer a democracia alcançada pela geração anterior".

Logo após a abertura, foi lido o manifesto da sociedade em defesa da ética na política e da moralidade na administração pública, que foi subscrito pelas centenas de entidades que participaram do ato. Confira a íntegra do documento, clicando aqui.

Portal Agora Chega

Com a participação de centenas de pessoas, que superlotaram a Sala de Sessões do Conselho Pleno da OAB/RS e o Auditório Guilherme Schultz Filho, o dirigente realizou o lançamento do portal do movimento Agora Chega.

O Agora Chega é composto por entidades e representantes da sociedade civil organizada e foi formado com o intuito de fomentar a mobilização para a luta contra um dos maiores problemas do Brasil. Participe, acompanhe, divulgue.

No seu portal www.agorachega.org.br, é possível manifestar apoio a projetos de lei e propostas de iniciativa popular que auxiliem no combate a corrupção e na transparência da gestão pública. Também é possível contribuir, opinar e sugerir medidas que auxiliem o desenvolvimento da causa e as boas práticas na administração pública.

O portal disponibiliza, ainda, acesso ao Observatório da Corrupção, lançado no último mês pelo Conselho Federal da OAB, além de uma longa lista de escândalos ocorridos desde 2009 no Congresso Nacional – ideal para que a memória do cidadão seja constantemente estimulada.

No momento da apresentação do Agora Chega, o site já contava com mais de 1200 acessos simultâneos.

Manifestações

O arcebisbo metropolitano de POA, dom Dadeus Grings, afirmou que "toda a nação quer fazer essa limpeza para não sermos mais o País campeão da corrupção, mas, sim, nos tornarmos um modelo de ética na política para o mundo".

O presidente da Associação Riograndense de Imprensa, Ercy Pereira Torma, destacou que "precisamos impedir que este sistema de corrupção se alastre, por isso, estamos chamando todos pela luta que aqui se inicia em favor da moralidade e da ética na política".

Representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Remídio José Bohn salientou que "temos a necessidade de colaborar para uma sociedade justa e fraterna".

O senador Pedro Simon enfatizou que "o grande mal do Brasil é a impunidade! Somos o único País em que o corrupto não vai para a prisão. Essa convocação da sociedade não vai parar por aqui, pois precisamos acabar com a impunidade e corrupção. Vamos transformar esta luta em uma grande realidade".

Por sua vez, a senadora Ana Amélia Lemos alertou que "no Brasil, em 20 anos somente dois casos de corrupção foram punidos. A corrupção corrói o dinheiro público que por sua vez falta para educação, saúde e segurança. Não precisamos que aumentem nossos impostos, e sim que este País tenha moralidade e ética!".

Em nome do Fórum dos Conselhos de Profissões Regulamentadas do RS, Flávio Koch registrou que as instituições devem dar todo o apoio a este movimento "em busca da ética na administração pública".

O presidente da Associação dos Juízes do RS, João Ricardo dos Santos Costa, mencionou que "os magistrados não suportam mais esta impunidade em nosso País. Queremos reagir e virar essa página da nossa e por isso a magistratura esta esperançosa com este movimento".

Já o presidente da Associação dos Juízes Federais do RS, José Francisco Andreotti Spizzirri, disparou que "somos dependentes da corrupção, do analfabetismo, da miséria e muito nos impende ainda de alcançarmos a máxima independência. Que este ato represente o segundo grito de independência em nosso País".

Em sua fala, o presidente da Associação Procuradores do Estado do RS, Telmo Lemos Filho apontou que "não vamos nos entregar, pois estamos construindo uma saída contra a corrupção".

O vice-presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS (Fecomércio), Luiz Carlos Bohn, destacou "temos que tornar transparente o que está acontecendo e mostrar que somos contra a corrupção e impunidade neste País".

Encerrando as manifestações o presidente da Associação do Ministério Público do RS, Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto, afirmou que "o MPRS não poderia se furtar a se irmanar a sociedade brasileira, pois temos o dever de velar pelos interesses dos cidadãos".

Presenças

Estavam presentes no ato a diretoria da OAB/RS, CAA/RS, conselheiros federais e estaduais; dirigentes das subseções de São Leopoldo, Esteio e Santa Cruz do Sul; deputados federais, deputados estaduais e vereadores.

Além da OAB/RS, ARI, CNBB, Fórum dos Conselhos de Profissões Regulamentadas do RS, Ajuris, Ajufergs, Apergs, Fecomércio e AMP/RS, estiveram presentes ainda as seguintes entidades:

Grande Loja Maçônica do RS; Grande Oriente do RS; Comitê de Controle Social; Federasul; Cremers; Agadie; FAMURS; CRN/RS;Sindicato dos Advogados do RS; CRC; Sindifisco; Instituto dos Advogados do Mercosul;IEGE; CEAPE;APMPA; Fórum de Defesa do Consumidor; AGETRA; SINDIBERF; Federação das santas Casas do RS; CONRERP; CRB 10; CREA/RS; CREFONO; SINDILOJAS; SIMERS; SINAPERS; SINDISAUDE; AFISVEC; Instituto Chega de Violência; SINDICONTA; SINSERCON/RS; DCE/PUC-RS.

EM DEFESA DA ÉTICA E DA MORALIDADE

MANIFESTO DA SOCIEDADE EM DEFESA DA ÉTICA NA POLÍTICA E DA MORALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Portal do AGORA CHEGA. 07.09.2011

As entidades abaixo firmadas, irmanadas pelos sadios e patrióticos propósitos que inspiram o MOVIMENTO AGORA CHEGA! de combater sem trégua a impunidade e a corrupção, reunidas neste ATO PÚBLICO, sem conotação político-partidária, em defesa da ética na política e da moralidade na administração pública, firmam a presente DECLARAÇÃO, reafirmando solenemente seu compromisso com os interesses da cidadania: combater incansavelmente, por todos os meios ordeiros e pacíficos ao seu alcance, a impunidade e a corrupção que ofende e prejudica a população. Com esse objetivo, todos os firmatários se propõem a buscar o apoio de outras instituições, sindicatos, federações, centrais de trabalhadores, associações da sociedade civil organizada, objetivando alcançar o seguinte:

- Fortalecer as instituições democráticas;

- Adotar medidas imediatas, enérgicas e transparentes para afastar, processar e punir corruptos e corruptores;

- Aplicar as disposições da Lei Ficha Limpa em todas os esforços da administração pública.

- Reduzir o número excessivo de cargos em comissões (CCs) ao mínimo indispensável, promovendo dessa forma valorização dos cargos de carreira;

- Combater a sonegação fiscal e acolher todas as iniciativas de controle social feitas por organismos não oficiais, sem vínculo político-partidário, representativos da comunidade;

- Impedir a extensão do foro privilegiado e rever os critérios e as condições de sua real concessão;

- Promover as reformas política e tributária;

- Analisar e promover a revisão dos critérios das emendas parlamentares individuais;

- Promover urgentemente a realização de um pacto federativo como forma positiva de fortalecer estados e municípios, células da sociedade;

- Manter e fortalecer o Estado Democrático de Direito, razão da existência de uma Pátria que ofereça a seus filhos, dignidade, prosperidade e paz permanentes.

A MATÉRIA E O LOGIN DAS ENTIDADES SIGNATÁRIAS ESTÃO NO LINK:

http://www.agorachega.org.br/noticia_ler.php?id=31

DO TECLADO ÀS RUAS


Basta à corrupção marca o feriado. Organização de manifestações por meio de redes sociais mobilizou cidadãos comuns, que pregam honestidade na política - VIVIAN EICHLER, ZERO HORA 08/09/2011

Sem a estrutura de sindicatos ou o know-how de entidades tarimbadas em reunir multidões, internautas provaram ontem que são capazes de se articular de forma espontânea, motivados apenas pela indignação. No 7 de Setembro, a revolta contra a corrupção generalizada extrapolou o ambiente virtual dos blogs e ganhou as ruas.

Os protestos mais vistosos ocorreram em Brasília e em São Paulo, com dezenas de milhares de participantes. Em Porto Alegre, a principal passeata ocorreu pela manhã. Se no início, durante a concentração, o grupo não somava nem 10% dos mais de 7 mil que confirmaram presença pelo Facebook, ao longo da caminhada o número de participantes parece ter ao menos triplicado. Não houve contagem oficial ou lista de presença.

Com faixas e cartazes – a maioria de produção caseira – e os rostos pintados, os manifestantes passaram pela Avenida Loureiro da Silva logo ao término do desfile oficial. A aposentada Tereza Tapia, 60 anos, recebeu o convite por e-mail para o protesto e arrastou a irmã Natália Müller, 66 anos, para a avenida. Tereza simboliza o perfil dos manifestantes de ontem.

– Sou apenas uma cidadã indignada – define-se.

A promessa é de não deixar espírito morrer

Apesar de um princípio de tumulto quando a Brigada Militar e a Polícia do Exército retardaram por minutos a marcha, o protesto seguiu de forma pacífica. Não se viu bandeiras de partidos políticos. Em coro, a massa entoava: “Vem, vem, vem com a gente. Queremos um futuro diferente”.

A produtora de eventos Marta Schertel, 59 anos, segurava uma vassoura como se fosse estandarte. Por iniciativa própria, montou uma página no Facebook, a Faxina Geral. Como conseguiu poucas adesões, vinculou sua iniciativa à página do Caras Pintadas Contra a Corrupção – blog que em poucas semanas se espalhou pelo país e se transformou em um dos aglutinadores de ontem.

– Tinha certeza que viria um monte de gente porque ninguém aguenta mais – disse, enquanto marchava ao lado do marido, Diki Schertel, 63.

Um grupo de 50 moradores de Canoas – alguns que só se conheciam pela internet – combinou encontro pelo Facebook em uma estação de trem e chegou junto à manifestação. À passeata, juntaram-se jovens com narizes de palhaço e até mãe com bebê de colo.

O presidente da OAB, Claudio Lamachia, uma das poucas figuras públicas presentes, extravasou:

– Que coisa linda, que coisa linda! – exclamava depois de acompanhar o coro “ÔÔ Palocci, agora eu sei, tu és amigo da turminha do Sarney”.

À tarde, após a caminhada, a OAB reuniu autoridades, entre elas os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) e o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus, e dezenas de entidades que lançaram o site www.agorachega.org.br. No ato, os participantes se comprometeram em não deixar o espírito de combate à corrupção morrer.


Daqui para frente

- Novos protestos estão sendo articulados pela internet para o dia 20 de setembro.

- Começam a ser preparados encontros virtuais para discutir o tema da corrupção.

- Mobilizações para que o Congresso acabe com o sigilo nas votações e transforme corrupção em crime hediondo.

- Em Porto Alegre, a OAB e dezenas de entidades lançaram o site www.agorachega.org.br, que terá, entre outras ferramentas, o monitoramento de escândalos e espaço para sugestões de leis de iniciativa popular.

- Essas entidades se comprometem a lutar, por exemplo, pela: punição de corruptos e corruptores; aplicação da Lei da Ficha Limpa; redução do número de cargos em comissão; revisão dos critérios do foro privilegiado; promoção das reformas política e tributária e revisão dos critérios de distribuição de emendas parlamentares individuais.


DO TECLADO ÀS RUAS. Milhares protestam, mas autoridades não veem


Milhares de pessoas participaram de uma Marcha Contra a Corrupção ontem, em Brasília. A manifestação ocorria paralelamente ao desfile oficial de 7 de setembro, mas as autoridades – incluindo a presidente Dilma Rousseff – não ouviram nem viram os protestos, reservados por tapumes. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificaram o ato como “legítimo” e “ocorrência natural em uma democracia”.

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, cuja pasta foi um dos alvos da “faxina” e dos manifestantes, esquivou-se de falar sobre o protesto, alegando que “não viu nada”. Passos disse que não estava constrangido com a manifestação.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

EM PORTO ALEGRE, CARAS PINTADAS CONTRA A CORRUPÇÃO

Caras-pintadas fazem protesto contra a corrupção na Capital- ZERO HORA 07/09/2011

Depois do desfile do 7 de setembro em Porto Alegre, um outro grupo tomou a Avenida Loureiro da Silva, no Centro da Capital, para marchar em protesto contra a corrupção. Mobilizados pela internet, centenas de manifestantes se concentraram em frente ao Monumento Açorianos e seguiram em caminhada até o Brique da Redenção. Vídeo zerohora.com

O BRASIL CONTRA A CORRUPÇÃO - NA ESPLANADA, 25 MIL MARCHAM NO DIA DA INDEPENDÊNCIA


Na Esplanada, 25 mil pessoas marcham contra a corrupção - Juliana Braga - Maria Júlia Lledó - CORREIO BRAZILIENSE, 07/09/2011 12:52

Os manifestantes seguirão até a bandeira nacional, na Praça dos Três Poderes
Convocada via Facebook, a Marcha contra a Corrupção concentrou 25 mil participantes - muitos vestidos de preto e com narizes de palhaço - na Praça dos Três Poderes. O número foi confirmado pela Polícia Militar do DF. Inicialmente marcada para 28 de agosto, a manifestação foi adiada para hoje (7/9), no mesmo horário do desfile cívico da independência.

O movimento ganhou força depois que a Câmara dos Deputados absolveu a parlamentar Jaqueline Roriz (PMN-DF), em 30 de agosto. Até então, conta a idealizadora da marcha, Luciana Kalil, 5 mil pessoas haviam confirmado presença no evento por meio da página criada no Facebook. Depois disso, 30 mil internautas afirmaram seu comprometimento, e o número de integrantes da comissão organizadora passou de cinco para 40.

"Criei esse evento nas redes sociais porque já estava farta de tanta corrupção. A absolvição da Jaqueline Roriz foi a gota d'água", comenta a profissional autônoma. Os participantes se concentraram por volta das 9h em frente ao Museu Nacional e marcharam na Esplanada, em uma pista paralela à do desfile. Ao chegar à bandeira, na Praça dos Três Poderes, cantarão o Hino Nacional. Eles não pretendem entregar manifestos por escrito à presidente Dilma Rousseff.

"Não queremos atrapalhar o desfile nem causar confusão. Somos pacíficos e apartidários", enfatizou Francisco Zauer, que também integra a organização da marcha. Durante toda a caminhada, eles serão acompanhados por um carro de som cedido pela Associação dos Advogados de Brasília.

Servidores

Antes dessa concentração, já havia chegado à Esplanada um grupo de servidores para protestar contra as mais recentes denúncias envolvendo integrantes do governo federal. Vestidos de laranja, eles participam do núcleo Sérgio Buarque de Hollanda, o qual defende que as corrupções ativa e passiva sejam classificadas como crimes hediondos.

"Defendemos a educação fiscal. Muito dinheiro público vai pelo ralo por conta de desvios", comentou Rita Feliceti, 52 anos, servidora da Receita Federal. O grupo de que ela participa trouxe ainda 100 camisetas cor de laranja para vender durante o dia de manifestações populares.

Manifestantes fazem lavagem simbólica da pista em frente ao Museu Nacional. Juliana Braga - CORREIO BRAZILIENSE, 07/09/2011 10:48

Cerca de 20 manifestantes promoveram hoje (7/9) uma lavagem simbólica da pista em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios. Organizados via internet, eles usaram baldes, vassouras e esfregões para protestar contra as recentes acusações de corrupção no governo federal.

"É preciso fortalecer os mecanismos de controle da corrupção e as instituições à frente dessa tarefa, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU)", defendeu Charles Guerreiro, presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Consumidores de Combustíveis e Derivados, uma das entidades que participam da manifestação.

Os participantes da lavagem também caminharão até o Ministério da Agricultura. O comando da pasta foi trocado em agosto deste ano, depois de denúncias envolvendo Milton Ortolan e Wagner Rossi (então ocupantes dos cargos de secretário-executivo e ministro, respectivamente) e um lobista.

DESFILE CÍVICO COM PROTESTO CONTRA A CORRUPÇÃO



Ao fim do desfile cívico, manifestantes marcham na Capital contra a corrupção. Milhares de manifestantes se concentraram em frente ao Monumento ao Expedicionário. ZERO HORA ONLINE, 07/09/2011

Ao término do desfile de 7 de setembro, comemorativo ao Dia da Pátria, um outro grupo tomou a Avenida Loureiro da Silva, no Centro da Capital, para marchar em protesto contra a corrupção. Mobilizados pela internet, centenas de manifestantes se concentraram em frente ao Monumento Açorianos e seguiram em caminhada até o Brique da Redenção, onde chegaram logo após o meio-dia.

Segundo a Brigada Militar, quando saíram do ponto de encontro, os manifestantes somavam cerca de 300 pessoas. Depois, com gritos de protestos, começaram a chamar para a passeata quem assistia ao desfile cívico e agregar novos integrantes à marcha.

— Você aí parado também é explorado — gritavam os manifestantes.

Ao chegar no Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha, a marcha já contava com cerca de mil pessoas.

Um princípio de tumulto foi registrado por alguns minutos quando a Brigada Militar e a Polícia do Exército tentaram impedir a passagem da marcha pela avenida porque nem todas as autoridades haviam deixado a pista ainda. Mas a confusão foi logo controlada. Ninguém ficou ferido.

BASTA À CORRUPÇÃO - ESCÂNDALOS ALIMENTAM REAÇÃO


Escândalos alimentam reação - ZERO HORA 07/09/2011

Uma sequência de denúncias de corrupção em ministérios e a decisão dos deputados federais de absolver a colega Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro do mensalão do DEM, geraram uma agitação inédita nos mouses, teclados e smartphones do país. Em menos de 30 dias, internautas em diferentes rincões depositaram em sites, blogs e nas redes sociais indignação com a corrupção, a impunidade e os privilégios.

De forma desordenada, dezenas de páginas foram criadas, compartilhadas e recomendadas, causando um efeito multiplicador difícil de ser mensurado com precisão. Um levantamento do grupo NasRuas, criado pela administradora Carla Zambelli, 31 anos, em São Paulo, apontou mais de 100 mil usuários de internet com presença confirmada em mais de 40 eventos em 22 Estados.

A iniciativa de Carla, por exemplo, gerou outros 30 grupos pelo país que vestirão preto e marcaram locais de encontro para protestar.

– Estamos de luto – diz ela.

Já os adeptos do movimento Caras Pintadas contra a Corrupção, que geraram combinações de passeatas em 21 cidades, devem investir nas cores da bandeira. Em Porto Alegre, eles pretendem aproveitar o desfile cívico de 7 de Setembro na Avenida Loureiro da Silva e caminhar até o Brique da Redenção. Há adesões de outros grupos virtuais e de entidades formalmente constituídas como a OAB, que enviará cavaleiros de seu piquete no acampamento farroupilha. Ontem à noite, o evento no Facebook local do grupo Caras Pintadas tinha mais de sete mil confirmações.

Na capital gaúcha, frequentadores do grupo Anonymous pretendem se encontrar diretamente na Redenção usando máscaras.

– Um se oferece para fazer folhetos, outro para imprimi-los. Outros fazem faixas. Somos todos voluntários – diz um frequentador das páginas do Anonymous, que trabalha no setor de TI de uma rede de hotéis.

Motivados pelo clima de indignação, alunos do Colégio Anchieta, em Porto Alegre, vestiram preto ontem e fizeram um protesto durante o recreio. Já as estudantes de Direito Eliza Medeiros e Raquel Villanova Urtassum se encontraram para elaborar cartazes.

– Tá na hora de a sociedade se movimentar. O povo precisa ver que os políticos são nossos representantes – diz Eliza.

A reação também se espalhou pelo Interior. Em Carazinho, no norte do Estado, os 300 participantes da mobilização Basta Corrupção prometem marchar usando roupa preta. Em Gramado, haverá shows, marcha e debate sobre a corrupção. Ainda na Serra, em Caxias do Sul, dois grupos se uniram para fazer uma passeata pelo centro. Todos devem aparecer vestindo preto e com rostos pintados.

“Ninguém diz um basta”. Adilson Correia da Silva, organizador do grupo Caras Pintadas

Consultor de organizações sociais, Adilson é conhecido no Facebook como Adilson Di. Em meados de agosto, ao perceber a movimentação nacional contra a corrupção, ele se ofereceu para criar uma página em Porto Alegre de um movimento que ganhou corpo na internet, o Caras Pintadas Contra a Corrupção.

ZH – O que motivou o senhor a ajudar a organizar uma mobilização pela internet?

Adilson – Depois dos caras pintadas (no governo Collor) e das Diretas Já, nunca mais vi nenhum outro movimento de indignação da juventude contra as coisas que acontecem no país. A corrupção se instalou em todos os níveis e ninguém diz um basta. Ninguém vai para a cadeia. A gente conversa com as pessoas e pergunta: “Ninguém vai fazer nada?” E ninguém faz nada.

ZH – Como o senhor criou o grupo no Facebook chamando para a passeata em Porto Alegre?

Adilson – Ao natural. Criei um evento para convidar os meus amigos para a gente tomar um chimarrão, ver o desfile da Independência e depois fazer uma caminhada. Aconteceu que as pessoas foram aderindo, se somando, e o movimento tomou corpo.

ZH – O senhor espera que elas, de fato, participem do protesto em Porto Alegre?

Adilson – A nossa expectativa é de que vá 10%. Mas a ideia não é só que elas se desloquem para a passeata, mas que protestem em qualquer lugar, tirem fotos e postem na internet.

ZH – Que resultado prático vocês esperam obter com a iniciativa?

Adilson – Mandar um recado para os políticos do tipo: “Olha, pode acontecer com vocês o que ocorreu com os países árabes”. É um alerta.

EFEITO FACEBOOK UNE ENTIDADES CONTRA A CORRUPÇÃO

EFEITO FACEBOOK. Protesto sem as bandeiras habituais - PAULO GERMANO E VIVIAN EICHLER

Sem a UNE, sem a CUT, sem a Força Sindical e sem o Cpers – que se ausentam neste feriado de 7 de setembro –, usuários da internet se mobilizam para protestar contra a corrupção

Há uma expectativa rodeando este 7 de Setembro, o dia em que a Independência do Brasil completará 189 anos com 130 mil pessoas protestando nas ruas – mas só se elas cumprirem o que prometeram.

Sem vínculo aparente com partidos ou sindicatos, uma insurreição nas redes sociais resultou em dezenas de protestos marcados para hoje: a bandeira é só uma, um basta à corrupção. Não há certeza sobre as proporções que o movimento ganhará fora da internet, mas há consenso sobre a nova realidade política dos brasileiros.

– É uma população que, embora esteja sedenta por se manifestar, não sabe direito como fazer. Os tradicionais “puxadores de rua”, que eram a UNE, as centrais sindicais, os partidos de esquerda, todos estão atrelados ao governo – diz a cientista política Lucia Hippolito.

Em meio à acomodação de corporações com poder de articular o povo, redes sociais como o Facebook surgem como alternativa de organização. Cidadãos comuns criaram páginas condenando a maracutaia (afinal, enquanto ministros caem por suspeita de corrupção, partidos se enfurecem contra investigações) e marcaram para hoje protestos em pelo menos 17 Estados. Dezenas de milhares de pessoas confirmaram presença.

– É uma incógnita, não há como precisar a real adesão. No ano passado, um movimento semelhante defendendo a Lei da Ficha Limpa funcionou em parte: 150 mil e-mails foram enviados aos parlamentares, deu certo. Mas o compromisso de protestar na rua, em Brasília, fracassou – recorda a pesquisadora de redes sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro Flávia Frossard, ponderando que a internet foi o berço de manifestações no Egito, na Inglaterra e no Chile neste ano.

Em Porto Alegre, uma passeata às 10h, partindo da Avenida Loureiro da Silva rumo à Redenção, deverá ser o principal evento. Antiga aliada dos movimentos contra a rapinagem no poder público, a CUT, tradicional parceira do PT, não vai participar.

– Não vamos nos somar um movimento cuja origem é desconhecida. Não há um caráter de transparência. Somos contra a corrupção, mas participamos de movimentos da sociedade organizada, não de manifestações obscuras – diz o presidente estadual da CUT, Celso Woyciechowski.

É o que se repete em outras entidades: a Força Sindical optou por campanhas salariais e a defesa dos aposentados, o Cpers estará longe.

– Estamos em caravana pelo Interior e nem discutimos o assunto (participação nos protestos) – disse a presidente da entidade, Rejane de Oliveira.

A UNE, segundo o presidente Daniel Illiescu, apenas apoia os estudantes a participarem de “toda e qualquer manifestação” – mas sem convocá-los oficialmente.

Não quer dizer que os protestos estarão livres de bandeiras partidárias. Certamente aparecerão algumas do PSOL, diz o presidente estadual do partido, Roberto Robaina. O PSOL é um dos poucos partidos de esquerda na oposição ao governo Dilma Rousseff.

– O movimento tem caráter de autoconvocação. Não há uma organização do PSOL, mas vamos participar – diz Robaina.

Na esteira da força popular, a OAB gaúcha prepara para hoje um ato paralelo, a partir das 14h, na sede da entidade. Será lançado o site www.agorachega.org.br, onde um cadastro permitirá às pessoas enviarem e-mails aos parlamentares defendendo, no mínimo, dois projetos: o que transforma corrupção em crime hediondo e o fim do voto secreto no Congresso.

– Queremos entupir as caixas deles – diz o presidente da OAB-RS, Claudio Lamachia.

Sindicatos, associações, conselhos de classe e até maçonaria confirmaram presença no evento da OAB.

domingo, 4 de setembro de 2011

EXEMPLO PARA O BRASIL - 400 MIL ISRAELITAS EXIGINDO JUSTIÇA SOCIAL



Protesto contra injustiça social e alto custo de vida reúne 400 mil pessoas em Israel. Movimento exige um estado voltado ao bem-estar social e denuncia que nos últimos 20 anos o financiamento público de residências populares quase desapareceu - AFP, ZERO HORA, 03/09/2011 | 18h30min

Ao menos 400 mil pessoas protestaram na noite deste sábado no centro de Tel Aviv e em outras 15 cidades do país contra a "injustiça social" e o alto custo de vida em Israel, segundo a imprensa israelense. Os três canais de televisão estimaram que o número de manifestantes superou o registrado no grande movimento de 6 de agosto passado, quando 300 mil pessoas protagonizaram o maior protesto social da história de Israel.

O epicentro do protesto deste sábado foi a Praça do Estado, em Tel Aviv, onde se reuniram mais de 300 mil pessoas, segundo as emissoras. Outros 100 mil manifestantes se concentraram em diversas cidades, incluindo 30 mil em Jerusalém, diante da residência do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e outras 30 mil em Haifa.

— Disseram que o movimento estava estancado, mas esta noite provamos o contrário. Nós, novos israelenses, estamos determinados a seguir lutando por uma sociedade mais justa e melhor, mas sabemos que o caminho será longo e difícil — declarou Itzik Shmuli, um dos líderes do protesto.

Os manifestantes, na maioria jovens, gritavam: "o povo exige justiça social".

— Vamos provar que este movimento não está enterrado, que o povo está disposto a sair às ruas por justiça social, por habitação acessível, por educação e saúde públicas. É preciso manter a pressão sobre Benjamin Netanyahu, não podemos recuar — Stav Shafir, outro líder da manifestação.

O movimento exige um estado voltado ao bem-estar social e denuncia que nos últimos 20 anos o financiamento público de residências populares quase desapareceu no país, o que disparou os preços do aluguéis, especialmente em Tel Aviv.

Netanyahu criou uma comissão para examinar uma série de reformas, mas o movimento teme que seja uma jogada para ganhar tempo e esvaziar os protestos.

sábado, 3 de setembro de 2011

MOVIMENTO CONTRA A CORRUPÇÃO E PELA DEMOCRACIA


29/08/2011 - Altamir Tojal

A primeira passeata, em 31/7, reuniu 200 pessoas. Neste domingo, 28/8, foram 400 do Leblon a Ipanema, protestando com alegria e confiança contra a impunidade e pelo aperfeiçoamento da governança pública e da democracia.

Iniciativas como esta, do Movimento 31 de Julho, estão vencendo uma grande inércia política.

Há uma multidão de pessoas complacentes com a corrupção, gente que acha que a “faxina contra a pobreza” justifica o roubo, a impunidade e a fraude política. Ignoram ou fingem ignorar que a corrupção produz miséria e conspira contra a democracia.

Há os que acreditam na propaganda do governo e os que não acreditam em nada, não lêem, não discutem, não gostam de política e sempre se lamentam depois que votam.

Há também os que não protestam porque têm medo de perder empregos, contratos, bolsas e por aí vai. Alguns obtiveram isso com esforço próprio e por direito, mas temem retaliações dos que estão no poder.

E há os que se calam porque estão se beneficiando dos abusos e da corrupção.

Sem pressão da sociedade, a corrupção vai continuar, mesmo com o sai e entra de ministros e altos funcionários.

A bandidagem no governo está sendo revelada porque ainda há imprensa crítica no país e porque há uma luta de vida e morte pelo poder dentro do governo. E porque as pessoas estão indo para a rua protestar.

Até agora, nada mudou de concreto no modelo que tornou epidêmica a corrupção no Brasil. Os ministros e altos funcionários são varridos dos cargos, mas continuam no poder rindo da gente e desfrutando do produto de seus atos criminosos.

Por muito menos, os bandidos pobres vão para a cadeia. Bandido do poder também tem de ser julgado e preso, tanto os corrompidos como os corruptores, independentemente da sigla partidária e do tamanho da conta bancária.

Os corruptos desmoralizam a política e a democracia para continuarem no poder. Nós queremos mais democracia para tirá-los do poder.

O país precisa de mudanças profundas no sistema político. Tem de aperfeiçoar o sistema eleitoral e a governança pública. E para isso, o único caminho é a pressão popular.

O movimento contra a corrupção não é um movimento contra a política e os políticos. São os corruptos que querem o povo alienado e com raiva da política. Quando o povo perde a confiança na política, os corruptos e os totalitários ficam à vontade no poder, se reproduzem e se perpetuam.

Este é um movimento contra a corrupção, mas um movimento social não faz sentido se for somente contra. É preciso ser afirmativo também.

A corrupção passou a ser uma epidemia no Brasil porque o sistema eleitoral e o modelo de governança pública foram desvirtuados pelo aparelhamento de ministérios, repartições e estatais, pelo toma-lá-dá-cá. Privatizaram o governo para interesses pessoais e de seus partidos.

Para corrigir isso, é preciso mais política e mais democracia. A gente não tem resposta pronta para aperfeiçoar o sistema político. Mas a gente sabe que a resposta está na democracia.

O movimento é, portanto, contra a corrupção, mas é também pela democracia, pela liberdade de pensamento, pela liberdade de expressão e de manifestação. Por um sistema eleitoral melhor, por um sistema melhor de governança pública.

A essência do movimento são as pessoas na rua. É a alegria de protestar, de chatear os ladrões e vigaristas.

Há uma multiplicidade de iniciativas contra a corrupção. Veja que tem uma perto de você. Participe agora para não se lamentar depois!

Este movimento tem de perseverar para crescer. O crescimento vem com a persistência. As pessoas estão descrentes na política. Isso precisa mudar para que os corruptos deixem de mandar no país. Para que deixem de nos fazer de bobos. A persistência em manifestações pacíficas vai conquistar as pessoas que hoje estão descrentes na política e no país.

A primeira manifestação no Rio, no dia 31 de julho, teve 200 pessoas. Neste domingo, dia 28/11, foram 400 do Leblon a Ipanema, sem contar os que seguiram um ou dois quarteirões e os que aplaudiram e colaram os adesivos do movimento em suas roupas.

A próxima manifestação no Rio será no dia 20, na Cinelândia. Vamos lá!

Um novo ato contra a corrupção está marcado para o dia 20/9, na Cinelândia. O Movimento 31 de Julho participará desta manifestação, que tem apoio organizações como a OAB e a ABI e está sendo noticiado na mídia.

O apoio de organizações e da mídia é necessário, mas não é mais importante que a mobilização popular espontânea e que a comunicação boca-a-boca, o telefonema para o amigo, o email, o facebook, o twitter e o blog. Vamos, portanto, perseverar e crescer na rua e no boca-a-boca.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

7 E 20 DE SETEMBRO - MARCHE CONTRA CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE


TODOS JUNTOS CONTRA A CORRUPÇÃO

Dia 7 e 20 de setembro são ótimas datas para o povo gaúcho sais às ruas para manifestar seu amor ao país e sua indignação contra a corrupção que saqueia os recursos públicos e envergonha o nosso país.

Os Movimentos na internet contra a corrupção ganham força após decisão da Câmara de livrar Jaqueline Roriz de cassação (O Globo, 02/09/2011), a sociedade está apavorada com a conduta e o corporativismo dos deputados federais em defesa da corrupção, mostrando que o tipo de parlamentares que temos no Congresso para fazer as leis e fiscalizar o Executivo.

No Facebook, a "Marcha Contra a Corrupção em Brasília" já conseguiu metade das 11 mil adesões

O movimento "Reação contra a Corrupção - O Brasil de Luto", cerca de duas mil pessoas confirmaram presença logo após a decisão da Câmara e já conta com 21 mil adesões de vários estados do país.

Vamos vestir o preto no feriado dos dias 7 e 20 de setembro para mostrar a sua indignação contra os corruptos e a impunidade no país.

Vamos gritar para os políticos que estarão nos palanques e mostrar a eles que o povo esta reagindo contra a perda de vidas inocentes, perda de patrimônio e perda da liberdade de ir, vir e falar. Vamos exigir o fim da morosidade da justiça; das benevolências da leis; do enfraquecimento das polícias; do compadrio dos políticos, parlamentares e governantes com a corrupção e o crime; e da pesada carga tributária.

A marcha em Brasília está marcada para as 9h no Museu Nacional com a abordagem aos políticos que irão "vão assistir à Parada Militar de 7 de setembro."

Outro movimento pelo Facebook, o Todos Juntos contra a Corrupção já conseguiu mais de 20 mil confirmações de presença para o ato de protesto no dia 20, na Cinelândia, no Rio de Janeiro.

Seria bom que tivesse alguém para organizar a manifestação em Porto Alegre.


PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA. Colaboraram Aline Mendes e Daniel Feix - Protesto

Não é só em Brasília que internautas preparam manifestação contra a corrupção no dia 7 de setembro.

Em Porto Alegre, está programado um ato junto ao monumento dos Açorianos, a partir das 10h.

ALERTA DO BENGOCHEA:

PORTANTO, GAUCHADA, TODOS NO MONUMENTO DOS AÇORIANOS A PARTIR DAS 10 HORAS.

MOVIMENTO NA INTERNET CONTRA A CORRUPÇÃO


Indignação. Movimentos na internet contra a corrupção ganham força após decisão da Câmara de livrar Jaqueline Roriz de cassação - O GLOBO, 02/09/2011 às 10h37m; Madalena Romeo

RIO - A indignação da sociedade após a deputada Jaqueline Roriz se livrar do processo de cassação do mandato na Câmara dos Deputados aumentou a adesão dos internautas a protestos contra a corrupção divulgados pela internet. No Facebook, a "Marcha Contra a Corrupção em Brasília" conseguiu metade das 11 mil adesões, somente nos dois dias seguintes à absolvição de Jaqueline. Já na página do movimento "Reação contra a Corrupção - O Brasil de Luto" , cerca de duas mil pessoas confirmaram presença logo após a decisão da Câmara.

- A manutenção do mandato da deputada fez o nosso movimento explodir. Sabemos que nem todos que confirmaram presença vão poder ir, mas esperamos reunir pelo menos dez mil pessoas no protesto - conta o empresário Walter Magalhães, de 28 anos, que com mais duas amigas organiza a marcha em Brasília.

O movimento Brasil de Luto conta nesta quinta-feira com 21 mil adesões de vários estados do país. A ideia é fazer a população se vestir de preto no feriado do dia 7 de setembro para mostrar a sua indignação contra os corruptos e a impunidade no país.

- Todo escândalo mexe com a nossa vontade de reagir. Nosso movimento cresce no boca a boca. Mas ainda pode ser maior. Mais de 80 mil pessoas receberam convites do protesto pelo Facebook - conta a empresária Ilze Papazian, de 44 anos, organizadora do protesto.

A marcha em Brasília está marcada para as 9h no Museu Nacional. A ideia, segundo os organizadores, é seguir em passeata até o mais próximo possível do palanque onde ficarão os políticos que vão assistir à Parada Militar de 7 de setembro.

- É um movimento pacífico. Só queremos mostrar a nossa indignação. E conscientizar que também somos responsáveis pelo alto índice de corrupção no país - ressalta Walter, que também pede que os manifestantes vistam preto ou nariz de palhaço.

Os dois movimentos fazem questão de se apresentar apartidários. Nos manifestos, ainda ressaltam a importância de não levar bandeiras ou símbolos de qualquer partido.

- É a primeira vez que me envolvo em um manifesto. Fui empurrada pela minha indignação e pela impaciência de ver tudo muito quieto por parte dos principais interessados e acabar com essa situação: nós, o povo - desabafa Ilze.

Outro movimento pelo Facebook, o Todos Juntos contra a Corrupção já conseguiu mais de 20 mil confirmações de presença para o ato de protesto no dia 20, na Cinelândia, no Rio de Janeiro. O protesto chegou a ser tema de reportagem do jornal espanhol El País

A CIDADANIA

MARCELO HENRIQUE PEREIRA, CONGRESSO EM FOCO, 02/09/2011 07:00


“Aquele que desvia milhões de obras públicas é tão corrupto quanto quem recebe troco a mais na padaria e não devolve”


Todos falam em cidadania e se consideram cidadãos, pelo fato de viverem em sociedade e serem portadores de direitos e deveres. Todavia, cidadania requer exercício, titularidade, ação. Aquele indivíduo que se isola, se conforma, ou deixa de lutar, não é um cidadão completo. Costumamos dizer que somos cidadãos quando alcançamos a maioridade civil e obtemos o título de eleitor. Com ele, comparecemos (obrigatoriamente) às seções eleitorais, de tempos em tempos, para escolher nossos representantes políticos. Outros entendem a cidadania como o ato de pagar impostos ao Estado. Mas, será só isso? Terá a cidadania dia e hora para ocorrer?

Verdadeiramente, não. Afinal, independentemente do grau de instrução e dos recursos financeiros, o indivíduo procura inteirar-se sobre seus direitos e, ao sentir-se injustiçado, alça mão dos recursos disponíveis, conversa com pessoas, se informa. Direitos não são concessões dos governos ou dos legisladores, ao contrário, são conquistas – nossas e dos nossos antepassados – porque o Direito está sempre em mutação. Ensina-se que os costumes (o modo de proceder das pessoas) vão se consolidando, alterando as leis, fazendo com que estas se aproximem da realidade. Os movimentos sociais de nossa história resultaram em conquistas sociais (salário mínimo, voto da mulher, repouso semanal remunerado, eleições para presidente, divórcio e tantos outros).

Desejamos escolher representantes que realmente materializem os ideais do povo, as mudanças e o progresso que sonhamos. Erros e decepções fazem parte do processo e simbolizam a ação político-social da sociedade brasileira. Ao exigirmos a Ética na Política, não esqueçamos de que aquilo que queremos dos outros deve ser o que já fazemos, porque aquele que desvia milhões de obras públicas é tão corrupto quanto quem recebe troco a mais na padaria e não devolve, ou o comerciante que altera a balança do açougue para lucrar alguns centavos. Pense nisso, e exerça a sua cidadania consciente!

* Marcelo Henrique Pereira é Presidente da Federação Nacional das Entidades dos Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil. Auditor Fiscal, Advogado e Consultor de Políticas Públicas. Doutorando em Direito (Universidade Católica de Santa Fé, Argentina), Mestre em Ciência Jurídica (UNIVALI) e Especialista em Administração e Auditoria (UDESC)

DIA 7 DE SETEMBRO - MARCHA CONTRA A CORRUPÇÃO


Protesto contra a corrupção dobra após absolvição de Jaqueline Roriz. Internautas organizam marcha contra corrupção no dia 7 de setembro em Brasília. Da Agência Brasil - R7 - 01/09/2011 às 08h05:

Internautas estão organizando uma marcha contra a corrupção no dia 7 de setembro, quando é comemorada a independência do país. O movimento ganhou mais adeptos depois da absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), segundo a organização do protesto.

Há duas semanas, um grupo de brasilienses lançou no Facebook, uma rede social, a ideia de fazer o protesto no Dia da Independência. Até a noite de terça-feira (30), mais de 9.000 pessoas tinham confirmado presença. Segundo um dos organizadores da manifestação, Giderclay Zeballos, as confirmações praticamente dobraram depois que a Câmara dos Deputados arquivou o processo de cassação do mandato de Jaqueline Roriz, acusada de quebra de decoro após aparecer em uma gravação de vídeo recebendo dinheiro do operador do esquema de propina no governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, quando era candidata a deputada distrital.

- Muita gente ficou indignada com a absolvição.

Na página do protesto na rede social, os organizadores afirmam que a manifestação não tem apoio de partidos, sindicatos ou empresas. E surgiu da mobilização de cidadãos comuns diante das denúncias de corrupção, como as recentes ocorridas nos ministérios dos Transportes, do Turismo e da Agricultura.

- A corrupção virou uma doença no Brasil. Sentimos que temos que fazer alguma coisa.

Ainda segundo Zeballos, os próprios organizadores estão arrecadando com amigos e parentes recursos para a compra de material para a manifestação, como faixas e tintas.

O grupo pede que os participantes levem spray, apitos, balões e tinta para pintar o rosto durante a marcha. "Não carregue bandeira de nenhum partido, a bandeira que devemos carregar é apenas a do Brasil, que é o nosso interesse comum”, diz texto na página do evento.

O protesto está previsto para começar às 10h do dia 7 de setembro. O local escolhido é o Museu Nacional, próximo à Esplanada dos Ministérios, onde é realizado o tradicional desfile militar.

MARCHA CONTRA A CORRUPÇÃO E COLHENDO O QUE PLANTOU

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA. Colaborou Flávio Ilha - ZERO HORA 02/09/2011

Marcha contra a corrupção

A absolvição da deputada Jaqueline Roriz fez dobrar o número de internautas que confirmaram presença em uma marcha contra a corrupção que será realizada no 7 de Setembro, no Distrito Federal. A marcha está sendo organizada e divulgada pelo Facebook.

Até ontem, mais de 11 mil internautas já haviam confirmado a participação no protesto que nasceu da indignação de pessoas comuns contra a corrupção. Não há partidos políticos, sindicatos ou empresas envolvidos na organização.


Nos protestos de servidores, Tarso Genro colhe o que o PT plantou nos últimos anos, quando apoiava todas as manifestações por melhores salários e acusava o governo de não atender as reivindicações por falta de vontade política.