CAIO CIGANA
FÓRUM DA LIBERDADE
Gerdau sugere rebelião contra serviço ineficiente
Para o empresário, atendimento à população tem baixa qualidade no país
Insatisfeito com o baixo crescimento do Brasil e com a qualidade dos serviços públicos, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter pregou ontem que o Brasil aumente a poupança para elevar o nível de investimentos.
Com essa receita associada ao aperfeiçoamento da gestão pública, traçando metas de longo prazo, será possível melhorar a competividade e ao mesmo tempo prestar melhores serviços à população, destacou o empresário em sua palestra ontem, no 27º Fórum da Liberdade, na Capital.
Embora tenha poupado de críticas mais duras o governo federal, onde contribui à frente da Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade, Gerdau mostrou contrariedade com a preferência brasileira em negociações comerciais com o Mercosul, enquanto os países da região do Pacífico fazem acordos bilaterais com os Estados Unidos e o bloco europeu.
O empresário citou a mobilidade urbana como exemplo de serviço de baixa qualidade e ilustrou citando a Central do Brasil, no Rio:
– Quem tem esposa e filha e tem que enfiar naquele trem, não dá para aceitar. Tem que ter uma rebelião.
Na segunda-feira, Gerdau teve, no fórum, encontro reservado com o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Revelou que foi questionado sobre o número de ministérios ideal para o Brasil – hoje são 39.
– Disse que uns seis – contou.
Apesar da lista de entraves, o encerramento de Gerdau foi otimista:
– Não achei lugar melhor para trabalhar e investir do que o Brasil.
ENTREVISTA > JORGE GERDAU - EMPRESÁRIO
“É indiscutível que existe um conflito de estratégias”
Depois da palestra ontem à tarde, o presidente do conselho de administração da Gerdau, Jorge Gerdau, concedeu entrevista a ZH com a condição de que falaria somente sobre sua participação no Fórum da Liberdade. O empresário respondeu algumas perguntas sobre a Petrobras, da qual foi conselheiro até a semana passada, mas encerrou a conversa após ser perguntado sobre as CPIs que estão sendo propostas no Congresso.
Zero Hora – Uma das críticas recorrentes no fórum é o intervencionismo do governo federal. O senhor vê este intervencionismo no caso da Petrobras, que perdeu valor de mercado de forma muito acelerada nos últimos anos?
Jorge Gerdau – É indiscutível que existe um conflito de estratégias. Há dois interesses. Um é a política de combate à inflação e o outro é a política de preços da Petrobras. É um tema complexo e que o governo tem tentado manter equilibrado. Indiscutivelmente, é uma política de definições estratégicas para atender o não crescimento da inflação e significa intervencionismo em regras do mercado.
ZH – Mas o senhor considera correto, visto que o senhor também construiu uma grande companhia de capital aberto?
Gerdau – Se eu olhar sob o ponto de vista do mercado, acho que tem de fazer política de mercado. Se estou do outro lado, a política de combater a inflação também é correta. Isso é uma definição macropolítica de governança que o governo tem que tomar.
ZH – Mas a prioridade de uma companhia de capital aberto não seria entregar resultado para seus acionistas?
Gerdau – Se olhar como acionista, sim. Uma das coisas que o acionista tem de fazer é olhar quem é o controlador da empresa. Quando o controlador é o Estado, se corre esse risco.
ZH – O senhor acha válida a criação de uma CPI da Petrobras?
Gerdau – Não tomo posição sobre isso.
FÓRUM DA LIBERDADE
Gerdau sugere rebelião contra serviço ineficiente
Para o empresário, atendimento à população tem baixa qualidade no país
Insatisfeito com o baixo crescimento do Brasil e com a qualidade dos serviços públicos, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter pregou ontem que o Brasil aumente a poupança para elevar o nível de investimentos.
Com essa receita associada ao aperfeiçoamento da gestão pública, traçando metas de longo prazo, será possível melhorar a competividade e ao mesmo tempo prestar melhores serviços à população, destacou o empresário em sua palestra ontem, no 27º Fórum da Liberdade, na Capital.
Embora tenha poupado de críticas mais duras o governo federal, onde contribui à frente da Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade, Gerdau mostrou contrariedade com a preferência brasileira em negociações comerciais com o Mercosul, enquanto os países da região do Pacífico fazem acordos bilaterais com os Estados Unidos e o bloco europeu.
O empresário citou a mobilidade urbana como exemplo de serviço de baixa qualidade e ilustrou citando a Central do Brasil, no Rio:
– Quem tem esposa e filha e tem que enfiar naquele trem, não dá para aceitar. Tem que ter uma rebelião.
Na segunda-feira, Gerdau teve, no fórum, encontro reservado com o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Revelou que foi questionado sobre o número de ministérios ideal para o Brasil – hoje são 39.
– Disse que uns seis – contou.
Apesar da lista de entraves, o encerramento de Gerdau foi otimista:
– Não achei lugar melhor para trabalhar e investir do que o Brasil.
ENTREVISTA > JORGE GERDAU - EMPRESÁRIO
“É indiscutível que existe um conflito de estratégias”
Depois da palestra ontem à tarde, o presidente do conselho de administração da Gerdau, Jorge Gerdau, concedeu entrevista a ZH com a condição de que falaria somente sobre sua participação no Fórum da Liberdade. O empresário respondeu algumas perguntas sobre a Petrobras, da qual foi conselheiro até a semana passada, mas encerrou a conversa após ser perguntado sobre as CPIs que estão sendo propostas no Congresso.
Zero Hora – Uma das críticas recorrentes no fórum é o intervencionismo do governo federal. O senhor vê este intervencionismo no caso da Petrobras, que perdeu valor de mercado de forma muito acelerada nos últimos anos?
Jorge Gerdau – É indiscutível que existe um conflito de estratégias. Há dois interesses. Um é a política de combate à inflação e o outro é a política de preços da Petrobras. É um tema complexo e que o governo tem tentado manter equilibrado. Indiscutivelmente, é uma política de definições estratégicas para atender o não crescimento da inflação e significa intervencionismo em regras do mercado.
ZH – Mas o senhor considera correto, visto que o senhor também construiu uma grande companhia de capital aberto?
Gerdau – Se eu olhar sob o ponto de vista do mercado, acho que tem de fazer política de mercado. Se estou do outro lado, a política de combater a inflação também é correta. Isso é uma definição macropolítica de governança que o governo tem que tomar.
ZH – Mas a prioridade de uma companhia de capital aberto não seria entregar resultado para seus acionistas?
Gerdau – Se olhar como acionista, sim. Uma das coisas que o acionista tem de fazer é olhar quem é o controlador da empresa. Quando o controlador é o Estado, se corre esse risco.
ZH – O senhor acha válida a criação de uma CPI da Petrobras?
Gerdau – Não tomo posição sobre isso.
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