A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

CAXIAS DO SUL FAZ CAMINHADA PELA PAZ E CONTRA A IMPUNIDADE


Protesto. Caminhada pela paz mobiliza centenas no centro de Caxias. Familiares e amigos de vítimas do triplo homicídio que chocou o RS estavam presentes. O PIONEIRO - PIONEIRO, 04/02/2012 | 17h41, ZERO HORA ONLINE, 05/02/2012

Faixas contra a impunidade e com pedidos de paz ocuparam a Avenida Julio de Castilhos, em Caxias do Sul, na manhã deste sábado, durante a caminhada pela paz. Estavam presentes familiares e amigos do empresário Gilson Fernandes, 44 anos, do filho dele, Vinicius, 14, e do amigo Germano Ioris de Oliveira, 13, vítimas de triplo homicídio em Caxias. A maioria dos participantes vestia camisa branca e segurava flores da mesma cor.

A mobilização começou na praça João Pessoa, percorreu a Avenida Julio, encerrou em frente à Catedral e durou cerca de uma hora. Entre os participantes, estavam familiares e amigos do empresário Gilson Fernandes, 44 anos, do filho dele, Vinicius, 14, e de Germano Ioris de Oliveira, 13, vítimas do triplo homicídio que chocou o Estado.

Conforme estimativa da Brigada Militar, entre 300 e 400 pessoas participaram da caminhada. Um dos organizadores, o engenheiro metalúrgico Douglas Demori, 27, disse que a ideia surgiu entre um grupo de amigos, e que o objetivo era uma ação concreta para chamar a atenção das autoridades, além de prestar uma homenagem às vítimas da violência.

Pessoas de todas as idades participaram da iniciativa. O estudante Eduardo Dalamaria, 15, segurava um cartaz com a frase: "Paz sem voz não é paz, é medo".

— Não adianta esperar que aconteça a paz, é preciso fazer alguma coisa concreta e ir atrás dela — disse o garoto.

Junto com ele estava o amigo Denior Picoli, 15, que também pedia pelo fim da violência. Os dois compareceram com o intuito de ajudar na mobilização.

Amigo da família do empresário assassinado, o estudante Thiago Boeira de Souza, 18, também pedia pelo fim da impunidade:

— Foi algo muito cruel e não queremos que isso aconteça com outras famílias.

ENTENDA O CASO

25 de janeiro de 2012, quarta-feira - Na manhã de quarta-feira, a Brigada Militar e a Polícia Civil começam as buscas ao empresário Gilson Fernandes, 44 anos, ao filho dele, Vinicius, 15, e ao amigo do garoto, Germano Ioris de Oliveira, 13. Os três foram vistos pela última vez na noite de terça-feira. Desde então, não mantiveram mais contato com amigos ou familiares. Funcionários da empresa de Fernandes decidem arrombar os portões da casa e da empresa, em São Luiz da 6ª Légua, região do bairro Cruzeiro, e encontram os móveis da residência e da empresa revirados. O utilitário Kangoo é encontrado no final da tarde no bairro Jardim América.

26 de janeiro de 2012, quinta-feira - A Brigada Militar e a Polícia Civil concentram as buscas no interior de Caxias do Sul. Nada é encontrado na quinta-feira. Agentes de todas as delegacias de Caxias auxiliam nas buscas.

27 de janeiro de 2012, sexta-feira - Familiares, amigos e conhecidos se mobilizam nas redes socias compartilhando informações e fotos para ajudar na localização do empresário e dos dois adolescentes.

:: No final da tarde, a Brigada Militar localiza os três corposem um lixão no interior, em Santa Lúcia do Piaí, a cerca de 14 quilômetros da moradia do empresário.

:: Preso como suspeito na tarde de sexta-feira, Lucas Eduardo Macedo dos Reis, 22, ex-funcionário de Fernandes,é levado até a Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas para prestar depoimento. Na casa dele, a polícia encontra um tênis sujo de sangue e objetos roubados da casa do empresário.

:: Preso, Reis admite a co-autoria dos assassinatos, revela o envolvimento de um amigo com o qual dividia um apartamento no bairro De Zorzi e indica aos policiais militares onde os corpos das vítimas foram jogados. Segundo a versão dele em depoimento, o empresário e os adolescentes foram asfixiados até a morte na noite de terça na moradia de Fernandes.

:: Retirados na noite de sexta-feira do local onde foram atirados, os corpos são levados para o Departamento Médico Legal (DML).

28 de janeiro, sábado - Com os corpos liberados do DML, os velórios de pai e filho e do adolescente amigo da família começam na tarde de sábado.

:: No velório de Germano Ioris de Oliveira colegas de escolaprestam homenagem ao garoto, rezando e lendo mensagens de apoio aos familiares. O corpo dele é cremado no Crematório São José.

:: Na comunidade de São Luiz da 6ª Légua, o pai Gilson Fernandes e o filho Vinicius são velados juntos na igreja. Dezenas de amigos, parentes e moradores da comunidade comparecem ao velório e fazem orações. Os corpos são enterrados no cemitério da comunidade.

:: A Polícia agora está em busca do suspeito que seria o mentor do caso, que permanece foragido. Ele está com a prisão preventiva decretada pela Justiça

29 de janeiro, domingo - Em depoimento ainda na sexta-feira, Lucas Eduardo Macedo dos Reis revela que ele e o amigo, que está foragido, queriam incriminar outras pessoas, abandonado o Kangoo em um bairro distante de onde aconteceu o crime e espalhando documentos de outros funcionários de Fernandes com alguns objetos tirados da casa, para comprometê-los e despistar a polícia.

30 de janeiro, segunda-feira - Luciano Dickel Boles, 31 anos, apontado como mentor do triplo homicídio é preso em Santa Maria. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça depois que o comparsa dele, Lucas Eduardo Macedo dos Reis, 22, confessou o crime e indicou onde os corpos das vítimas foram jogados.

31 de janeiro, terça-feira - Boles chega a Caxias do Sul na madrugada para prestar depoimento. Há quase um ano, ele saía da pequena Dezesseis de Novembro, perto de São Luiz Gonzaga, nas Missões. A convite do empresário, se instalou em Caxias para trabalhar e chegou a morar ao lado da casa de Fernandes por seis meses. Em depoimento, durante a atrde, Boles confessou a autoria do crime que teve participação do amigo dele, Lucas Eduardo Macedo dos Reis, 22.

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