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sábado, 7 de setembro de 2013

MANIFESTANTES INVADEM ÁREA DE DESFILE MILITAR NO RIO


Polícia usa bombas de gás lacrimogêneo para conter manifestantes. Cinco pessoas foram presas em tumulto na Avenida Passos. Manifestantes jogaram bomba em extinto batalhão da PM


DOMINGOS PEIXOTO
EMANUEL ALENCAR
SIMONE CANDIDA
COM CBN E GLOBO NEWS
O GLOBO
Atualizado:7/09/13 - 10h30

Policiais tentam conter manifestante mascarado no Centro Domingos Peixoto / Agência O Globo


RIO - Manifestantes que fazem uma passeata no Centro do Rio invadiram a Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, onde é realizada a parada militar do Sete de Setembro. Eles acessaram a pista pela Praça da República depois de terem sido barrados na Avenida Passos, onde houve um tumulto com policiais militares. Homens do Batalhão de Choque tentaram conter os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo. Apesar da confusão, o desfile cívico continua. A passeata seguiu da Avenida Passos pelas ruas do Centro Histórico. No caminho, manifestantes jogaram uma bomba dentro do extinto 13º BPM (Praça Tiradentes). Os policiais responderam com pelo menos duas bombas de gás lacrimogêneo. A vidraça de uma agência bancária foi atingida por uma pedra. Cerca de 300 manifestantes participam da passeata. Devido à manifestação, o acesso Campo de Santana da Estação Central do metrô foi fechado.

Depois do tumulto na Avenida Passos, cinco pessoas foram presas. Um dos jovens estava com um estilingue e um desfragmentador de maconha. Impedidos de acessar a Presidente Vargas pela Avenida Passos por causa do bloqueio militar para a parada de Sete de Setembro, os manifestantes seguiram para a Praça Tiradentes e Rua Visconde de Rio Branco em direção ao Campo de Santana.

Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que acompanham o ato, informaram que um deles foi preso por desacato, outro por agressão. Um quarto detido usava máscara de gás. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas durante a confusão.

Um dos feridos foi atingido na cabeça e socorrido por estudantes de medicina que apoiam o protesto. Francisca de Assis Barbosa, de 37 anos, foi levada a pé para o Hospital municipal Souza Aguiar. Ela disse ter sido atingida por cassetete de um PM.

- Eles (os PMs) começaram a bater num homem que estava perto de mim e eu acabei sendo atingida na cabeça - disse.

O manifestante Hugo Andrade Pontes também foi encaminhado para o Souza Aguiar depois de ser atingido pela arma de choque de um PM. Outra pessoa inalou gás de pimenta e passou mal. A vítima também foi atendida por estudantes de medicina. Já o fotógrafo do jornal O Dia, Alessandro Costa, foi atingido por um chute do policial militar.

Na Praça Tiradentes, o fotógrafo Marcos de Paula, do jornal Estado de São Paulo, foi ferido por uma bomba de gás lacrimogênio. Ele disse que a bomba foi jogada pela polícia, quicou no chão e grudou no seu braço, causando uma queimadura.

Advogados disseram que os três presos foram levados para a 17ª DP (São Cristóvão). De acordo com a PM, no entanto, o manifestante que estava com um estilingue foi levado para a 5ª DP (Gomes Freire) para prestar esclarecimentos. O advogado Luan Cordeiro, do Grupos Habeas Corpus, disse que as prisões foram arbitrárias. Ele afirmou que os ativistas presos usavam máscaras, mas se identificaram às autoridades policiais.


- Mesmo assim eles foram levados para a delegacia. O uso de máscara não está proibido, desde que se identifiquem - reforçou o advogado.

O tenente-coronel Mauro Andrade, comandante do Grupamento de Policiamento de Proximidade em Multidões (GPPM), afirmou que a Polícia Militar está cumprindo uma ordem judicial da 17ª vara criminal do Rio de Janeiro, que estabelece que qualquer manifestante que estiver usando máscaras deverá ser encaminhado para a delegacia, onde passará por identificação criminal.


- Não está proibido usar máscara, mas quem estiver usando será encaminhado para a delegacia e liberado se estiver tudo certo. É uma determinação da Justiça. Estamos cumprindo - afirmou.

Segundo informações da Rádio CBN, houve dois princípios de confusão na Avenida Passos, esquina com a Presidente Vargas. O tumulto teria começado depois que um manifestante que estava mascarado foi abordado. Revoltados, manifestantes cercaram os policiais militares, que usaram armas de choque e spray de pimenta. O jovem detido alega, no entanto, que estava caminhando pacificamente à procura do irmão quando foi parado por policiais.

Ao chegarem na Praça Tiradentes, os manifestantantes se econtraram com um grupo de evangélicos que fazia um protesto em defesa do pastor Marcos Pereira, preso por estupro.

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