ZERO HORA 04 de setembro de 2012 | N° 17182. ARTIGOS
Amilcar Bernardi*
Eu sei que o diálogo é o melhor caminho. Os monólogos são uma insanidade, pois não há neles a abertura para o outro. Pior é quando o monólogo arregimenta milhares de pessoas. Se alguém é criticado desta forma, é bastante provável que será linchado. Os grandes meios de comunicação usam várias vezes esta estratégia infame. A mídia fala utilizando um monólogo que, não raro, destrói muitas pessoas.
A aluna Isadora Faber enquadra-se nesta situação. Ela usou a mídia virtual para criticar sua escola e seus professores. A adolescente fotografou os problemas e emitiu opinião sobre o que acontece por lá. Rapidamente internautas se aliaram à aluna. A imprensa noticiou o fato e a escola virou notícia. Evidentemente, críticas criam audiência, ainda mais por ser de uma menina e por um meio tão moderno: o monólogo nas redes sociais. Houve mudanças para melhor na escola. Porém, insisto no peso do monólogo, porque o colégio e os professores não podem fazer o mesmo. Quero dizer, tirar fotos dos alunos e dos problemas que eles trazem. Não podem registrar os pais dos alunos que vêm diariamente à direção agredindo. Muito menos podem registrar o que os políticos fazem contra ela. Qualquer tentativa de reação do colégio pelo mesmo tipo de mídia será mal entendida. Então, será novamente soterrado em críticas. Se esta instituição de ensino errar por um milímetro, será acusada de impedir a livre manifestação de uma adolescente. Concluo que não haverá diálogo. Pelo menos um diálogo público, no mesmo nível mi-diático da aluna.
Não acuso a Isadora de montar uma estratégia ardilosa. Nem digo que não deveria ter agido assim. Digo apenas que os professores e a direção foram enredados de tal forma, que apanharão quietos. Talvez uma escola particular tenha uma equipe com jornalistas que saibam o que fazer num caso desses. Com certeza, não é o caso dessa instituição, que, sabemos, é pública. Também sabemos que o real dirigente dessa escola é um secretário de Educação. Um cargo político. Portanto, está preso à opinião pública. Justo essa opinião mutável e mutante foi cooptada pela aluna. Penso que não há o que fazer. A escola está julgada e condenada.
Insisto: a aluna tem o direito inegável de se manifestar. Porém, a escola sempre estará cerceada nesse mesmo direito, pois ela foi criada para ensinar e não para defender-se nas redes sociais.
Eu sei que o diálogo é o melhor caminho. Os monólogos são uma insanidade, pois não há neles a abertura para o outro. Pior é quando o monólogo arregimenta milhares de pessoas. Se alguém é criticado desta forma, é bastante provável que será linchado. Os grandes meios de comunicação usam várias vezes esta estratégia infame. A mídia fala utilizando um monólogo que, não raro, destrói muitas pessoas.
A aluna Isadora Faber enquadra-se nesta situação. Ela usou a mídia virtual para criticar sua escola e seus professores. A adolescente fotografou os problemas e emitiu opinião sobre o que acontece por lá. Rapidamente internautas se aliaram à aluna. A imprensa noticiou o fato e a escola virou notícia. Evidentemente, críticas criam audiência, ainda mais por ser de uma menina e por um meio tão moderno: o monólogo nas redes sociais. Houve mudanças para melhor na escola. Porém, insisto no peso do monólogo, porque o colégio e os professores não podem fazer o mesmo. Quero dizer, tirar fotos dos alunos e dos problemas que eles trazem. Não podem registrar os pais dos alunos que vêm diariamente à direção agredindo. Muito menos podem registrar o que os políticos fazem contra ela. Qualquer tentativa de reação do colégio pelo mesmo tipo de mídia será mal entendida. Então, será novamente soterrado em críticas. Se esta instituição de ensino errar por um milímetro, será acusada de impedir a livre manifestação de uma adolescente. Concluo que não haverá diálogo. Pelo menos um diálogo público, no mesmo nível mi-diático da aluna.
Não acuso a Isadora de montar uma estratégia ardilosa. Nem digo que não deveria ter agido assim. Digo apenas que os professores e a direção foram enredados de tal forma, que apanharão quietos. Talvez uma escola particular tenha uma equipe com jornalistas que saibam o que fazer num caso desses. Com certeza, não é o caso dessa instituição, que, sabemos, é pública. Também sabemos que o real dirigente dessa escola é um secretário de Educação. Um cargo político. Portanto, está preso à opinião pública. Justo essa opinião mutável e mutante foi cooptada pela aluna. Penso que não há o que fazer. A escola está julgada e condenada.
Insisto: a aluna tem o direito inegável de se manifestar. Porém, a escola sempre estará cerceada nesse mesmo direito, pois ela foi criada para ensinar e não para defender-se nas redes sociais.
*PROFESSOR
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