A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

USANDO O FACE PARA RECLAMAR DA EDUCAÇÃO

ZERO HORA QG DIGITAL - 27/08/2102

Garota de 13 anos mostra no Facebook as dificuldades do ensino público 27 de agosto de 2012

Juliana Sakae



Isadora Faber, 13 anos, tem um celular na mão e uma conta no Facebook. Mesmo com uso proibido durante as aulas, os dois se tornaram instrumento de uma pequena revolução na Escola Básica Maria Tomázia Coelho, no Santinho, em Florianópolis. No começo de julho, a garota criou a página Diário de Classe em que publica fotos e vídeos das dificuldades da escola pública, como a falta de manutenção na escola e de professores titulares.



Na timeline, é possível ver imagens de fiação exposta, vidro, mesa e maçaneta quebrados, lixeira usada com balde para conter goteiras. "Eu e meus colegas estávamos sempre reclamando. Aí um dia minha irmã mais velha me mostrou um blog de uma aluna e resolvi fazer algo parecido", conta Isadora. Não apenas reclamações são postadas, mas também a evolução ou solução do problema. Quando a porta foi consertada e enfeitada, a garota escreveu: "Antes tínhamos colocado uma porta toda quebrada, só que trocaram por essa que está novinha e queremos mostrar pra vocês" (foto ao lado).

A página, que na quinta-feira tinha 4 mil curtidores, tem hoje mais de 20 mil fãs que apoiam a estudante - e o número não para de crescer. Mas o sucesso alcançado se limita ao mundo virtual. Segundo a mãe de Isadora, Mel Faber, professores, colegas e até as merendeiras da escola a discriminaram por considerarem a atitude da garota negativa para a instituição. "Foi bem difícil para ela, mas estou com esperança de que isso vai mudar", diz Mel, se referindo aos acontecimentos do último dia. Jornais do Brasil inteiro ligaram para entrevistar a garota nesta segunda-feira, e junto com a repercussão, uma das professoras pediu desculpas à Isadora. "Quando ela criou, falei que ela teria de enfrentar a vida real, fora do Facebook. No início, um dos colegas disse que ela deveria procurar outra escola. Ela respondeu que queria melhorar a escola, e não fugir da situação", conta.

Para a mãe, a garota sofreu pressões e represálias grandes para uma adolescente de apenas 13 anos. Mas a garota sustenta com a voz doce: "Sempre vai ter gente contra. Mas pelo menos muitas coisas melhoraram".

Segundo a Agência Estado, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis dará seu posicionamento apenas após uma reunião agendada com a secretária de Educação e a diretora da escola. O objetivo é checar o que procede e o que não procede nas postagens.

COMENTÁRIOS

maurício diz: 27 de agosto de 2012 - parabéns Isa! continue assim! Eu sou acadêmico da 5ª fase de Psicologia e sou deficiente visual, e você merece realmente os parabéns, pela coragem! Eu não te conheço, você não me conhece, mas está de parabéns! Pois são das pequenas atitudes que se surgem as grandes espectativas, as grandes oportunidades e herois como você! Parabéns pela garra e valentia! Mostrastes aos teus colegas, que ao invez de desistir e fugir, você enfrentou de verdade a batalha. Pena que nem todos os jovens da minha e da sua idade são tão valentes para lutar contra as adversidades da vida e do nosso país tão desigual. Qualquer coisa que queira algum tipo de ajuda, nem que seja um amigo, conte comigo para o que for, meu e-mail é mauriciohp17@gmail.com
Mais uma vez parabéns!

Fabrício Kayser diz: 27 de agosto de 2012  - O principal problema da crise da educação brasileira, é sem dúvida alguma, a falta de investimento (dinheiro) em educação. Assistir a fala institucional de nossos governantes e de seus secretários, beira o deboche, pois a educação infelizmente não é prioridade e sem recursos financeiro pouco se pode fazer.

Luis diz: 27 de agosto de 2012 - Tomara que a moda pegue. Vamos expor aquilo que os governantes nos impedem de ver, que a imprensa não consegue mostrar, ou pior, não quer . Aquilo que as assessorias de imprensa tentam abafar. Hospitais, postos de saúde, etc, etc. E o vice do candidato \"oficial\" do Babaluf vendendo a ilusão das mil maravilhas com escolas e crreches. Nada como um choque de realidadse, de verdade. Voces da imprensa, vigiem as pressões que esta família vai sofrer.

Sidney Souza diz: 28 de agosto de 2012 - Isa, você fez o que muita gente não faz, prefere reclamar, reclamar e reclamar acabando com isso fazendo parte do problema, você tá de parabéns, resolveu fazer parte da solução, continue assim.

Carlos Eduardo diz: 28 de agosto de 2012 - Está acontecendo o seguinte: uma pessoa com a coragem e atitude do exercício democrático encontra a principal dificuldade no ambiente, nada democrático de um espaço público do estado. Ela tem atitude positiva,construtiva e desenvolve o senso crítico de modo saudável,o que a educação deve primar. A idade em nada é precoce, o que a mãe expressa é o passado mas o presente exige de um jovem algo deste nível, basta ver nos paises desenvolvidos a juventude em todo o potencial e com todo o suporte da sociedade. Somos um país retardatário, isto é uma realidade, e em muito se deve exatamente ao modelo subproducente que é aplicado no ensino, imposto a nós pelos maiores concorrentes, os norteamericanos, os mesmos que sempre disseram que não teriam menor interesse no sucesso do Brasil em desenvolver a tecnologia de foguetes espaciais, em ver a base de Alcântara ter sucesso.

Maurício Oliveira de Souza diz: 28 de agosto de 2012  - Enquanto não valorizarnos os professores com bom salário, a educação vai ficar cada vez pior. Quem vai querer ser professor hoje em dia para enfrentar muitos adolescentes sem limites e educação dentro de uma sala com 40 pessoas diferentes. A família não cobra mais dos seus filhos. A educação vai mal também porque os jovens não estudam mais em casa como antigamente. É melhor trabalhar atrás de um balcão, ganhar mais e não se encomodar. Quem tem hoje um bom estudo não vai querer ser professor, por isso os profissionais que chegam na sala de aula são aqueles que não tiveram outra opção. O advogado, piscólogo,médico atende uma pessoa por vez e o professor tem que atender 40 ao mesmo tempo. Tomara que falte professor no futuro, para a sociedade dar valor. Tomara que ninguém queira fazer faculdade para ser professor pois assim esse país vai ter que pagar um salário muito alto para os professores voltarem para a sala de aula.

paulo pereira diz: 28 de agosto de 2012 - Parabéns Isadora. Sou filho da REVOLUÇÃO de 64, depois dos CARAS PINTADAS, não houve manifestações de qualquer aluno por uma educação de qualidade. Só o Professor ou poucos Professores nas escolas não qualificam uma EDUCAÇÃO na sua TOTALIDADE. Os GOVERNOS deveriam primeiro oferecer uma ESTRUTURA FÍSICA após, contar com PROFISSIONAIS (PROFESSORES QUALIFICADOS), depois oferecer a quem de DIREITO ( O ALUNO) Pena que eles (governo) sempre começam com o ALUNO, depois dão um JEITINHO na estrutura física e por último vão achar o Professor.

Thiago diz: 28 de agosto de 2012  - Onde estão os direitos humanos? Devem estar preocupados mais com as condições dos presídios e esquecerão das escolas.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - TEM LUZ NO FINAL DO TÚNEL!!!!! O meu indicador de nível de otimismo em relação ao futuro do Brasil ganhou energia extra com esta iniciativa de uma menina de 13 anos. É sinal que o povo brasileiro vai acordar com a nova geração que está chegando. O clamor popular se acende neste exemplo infantil com poder de mostrar aos adultos um comportamento que pode se livrar das mordaças, das amarras, da inércia coletiva, da tolerância das mazelas dos Poderes, do decrédito nos instrumentos de cidadania, e do silêncio que acomoda e favorece os oportunistas, os irresponsáveis, a ganância tributária, a corrupção, os saques indevidos aos cofres públicos, os desvios de recursos da educação e da saúde, as improbidades, a impunidade e o desgoverno, entre outros males.

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