ZERO HORA QG DIGITAL - 27/08/2102
Garota de 13 anos mostra no Facebook as dificuldades do ensino público 27 de agosto de 2012
Juliana Sakae
Isadora
Faber, 13 anos, tem um celular na mão e uma conta no Facebook. Mesmo
com uso proibido durante as aulas, os dois se tornaram instrumento de
uma pequena revolução na Escola Básica Maria Tomázia Coelho, no
Santinho, em Florianópolis. No começo de julho, a garota criou a página Diário de Classe
em que publica fotos e vídeos das dificuldades da escola pública, como a
falta de manutenção na escola e de professores titulares.
Na
timeline, é possível ver imagens de fiação exposta, vidro, mesa e
maçaneta quebrados, lixeira usada com balde para conter goteiras. "Eu e
meus colegas estávamos sempre reclamando. Aí um dia minha irmã mais
velha me mostrou um blog de uma aluna e resolvi fazer algo parecido",
conta Isadora. Não apenas reclamações são postadas, mas também a
evolução ou solução do problema. Quando a porta foi consertada e
enfeitada, a garota escreveu: "Antes tínhamos colocado uma porta toda
quebrada, só que trocaram por essa que está novinha e queremos mostrar
pra vocês" (foto ao lado).
A página, que na quinta-feira tinha 4
mil curtidores, tem hoje mais de 20 mil fãs que apoiam a estudante - e o
número não para de crescer. Mas o sucesso alcançado se limita ao mundo
virtual. Segundo a mãe de Isadora, Mel Faber, professores, colegas e até
as merendeiras da escola a discriminaram por considerarem a atitude da
garota negativa para a instituição. "Foi bem difícil para ela, mas estou
com esperança de que isso vai mudar", diz Mel, se referindo aos
acontecimentos do último dia. Jornais do Brasil inteiro ligaram para
entrevistar a garota nesta segunda-feira, e junto com a repercussão,
uma das professoras pediu desculpas à Isadora. "Quando ela criou, falei
que ela teria de enfrentar a vida real, fora do Facebook. No início, um
dos colegas disse que ela deveria procurar outra escola. Ela respondeu
que queria melhorar a escola, e não fugir da situação", conta.
Para
a mãe, a garota sofreu pressões e represálias grandes para uma
adolescente de apenas 13 anos. Mas a garota sustenta com a voz doce:
"Sempre vai ter gente contra. Mas pelo menos muitas coisas melhoraram".
Segundo
a Agência Estado, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de
Educação de Florianópolis dará seu posicionamento apenas após uma
reunião agendada com a secretária de Educação e a diretora da escola. O
objetivo é checar o que procede e o que não procede nas postagens.
COMENTÁRIOS
maurício diz: 27 de agosto de 2012 - parabéns Isa! continue assim! Eu
sou acadêmico da 5ª fase de Psicologia e sou deficiente visual, e você
merece realmente os parabéns, pela coragem! Eu não te conheço, você não
me conhece, mas está de parabéns! Pois são das pequenas atitudes que se
surgem as grandes espectativas, as grandes oportunidades e herois como
você! Parabéns pela garra e valentia! Mostrastes aos teus colegas, que
ao invez de desistir e fugir, você enfrentou de verdade a batalha. Pena
que nem todos os jovens da minha e da sua idade são tão valentes para
lutar contra as adversidades da vida e do nosso país tão desigual.
Qualquer coisa que queira algum tipo de ajuda, nem que seja um amigo,
conte comigo para o que for, meu e-mail é mauriciohp17@gmail.com
Mais uma vez parabéns!
Fabrício Kayser diz: 27 de agosto de 2012 - O principal problema da
crise da educação brasileira, é sem dúvida alguma, a falta de
investimento (dinheiro) em educação. Assistir a fala institucional de
nossos governantes e de seus secretários, beira o deboche, pois a
educação infelizmente não é prioridade e sem recursos financeiro pouco
se pode fazer.
Luis diz: 27 de agosto de 2012 - Tomara que a
moda pegue. Vamos expor aquilo que os governantes nos impedem de ver,
que a imprensa não consegue mostrar, ou pior, não quer . Aquilo que as
assessorias de imprensa tentam abafar. Hospitais, postos de saúde, etc,
etc. E o vice do candidato \"oficial\" do Babaluf vendendo a ilusão das
mil maravilhas com escolas e crreches. Nada como um choque de
realidadse, de verdade. Voces da imprensa, vigiem as pressões que esta
família vai sofrer.
Sidney Souza diz: 28 de agosto de 2012 -
Isa, você fez o que muita gente não faz, prefere reclamar, reclamar e
reclamar acabando com isso fazendo parte do problema, você tá de
parabéns, resolveu fazer parte da solução, continue assim.
Carlos Eduardo diz: 28 de agosto de 2012 - Está acontecendo o seguinte:
uma pessoa com a coragem e atitude do exercício democrático encontra a
principal dificuldade no ambiente, nada democrático de um espaço público
do estado. Ela tem atitude positiva,construtiva e desenvolve o senso
crítico de modo saudável,o que a educação deve primar. A idade em nada é
precoce, o que a mãe expressa é o passado mas o presente exige de um
jovem algo deste nível, basta ver nos paises desenvolvidos a juventude
em todo o potencial e com todo o suporte da sociedade. Somos um país
retardatário, isto é uma realidade, e em muito se deve exatamente ao
modelo subproducente que é aplicado no ensino, imposto a nós pelos
maiores concorrentes, os norteamericanos, os mesmos que sempre disseram
que não teriam menor interesse no sucesso do Brasil em desenvolver a
tecnologia de foguetes espaciais, em ver a base de Alcântara ter
sucesso.
Maurício Oliveira de Souza diz: 28 de agosto de 2012
- Enquanto não valorizarnos os professores com bom salário, a educação
vai ficar cada vez pior. Quem vai querer ser professor hoje em dia para
enfrentar muitos adolescentes sem limites e educação dentro de uma sala
com 40 pessoas diferentes. A família não cobra mais dos seus filhos. A
educação vai mal também porque os jovens não estudam mais em casa como
antigamente. É melhor trabalhar atrás de um balcão, ganhar mais e não se
encomodar. Quem tem hoje um bom estudo não vai querer ser professor,
por isso os profissionais que chegam na sala de aula são aqueles que não
tiveram outra opção. O advogado, piscólogo,médico atende uma pessoa por
vez e o professor tem que atender 40 ao mesmo tempo. Tomara que falte
professor no futuro, para a sociedade dar valor. Tomara que ninguém
queira fazer faculdade para ser professor pois assim esse país vai ter
que pagar um salário muito alto para os professores voltarem para a sala
de aula.
paulo pereira diz: 28 de agosto de 2012 - Parabéns
Isadora. Sou filho da REVOLUÇÃO de 64, depois dos CARAS PINTADAS, não
houve manifestações de qualquer aluno por uma educação de qualidade. Só o
Professor ou poucos Professores nas escolas não qualificam uma EDUCAÇÃO
na sua TOTALIDADE. Os GOVERNOS deveriam primeiro oferecer uma ESTRUTURA
FÍSICA após, contar com PROFISSIONAIS (PROFESSORES QUALIFICADOS),
depois oferecer a quem de DIREITO ( O ALUNO) Pena que eles (governo)
sempre começam com o ALUNO, depois dão um JEITINHO na estrutura física e
por último vão achar o Professor.
Thiago diz: 28 de agosto de
2012 - Onde estão os direitos humanos? Devem estar preocupados mais
com as condições dos presídios e esquecerão das escolas.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - TEM LUZ NO FINAL DO
TÚNEL!!!!! O meu indicador de nível de otimismo em relação ao futuro do
Brasil ganhou energia extra com esta iniciativa de uma menina de 13
anos. É sinal que o povo brasileiro vai acordar com a nova geração que
está chegando. O clamor popular se acende neste exemplo infantil com
poder de mostrar aos adultos um comportamento que pode se livrar das
mordaças, das amarras, da inércia coletiva, da tolerância das mazelas
dos Poderes, do decrédito nos instrumentos de cidadania, e do silêncio
que acomoda e favorece os oportunistas, os irresponsáveis, a ganância
tributária, a corrupção, os saques indevidos aos cofres públicos, os
desvios de recursos da educação e da saúde, as improbidades, a
impunidade e o desgoverno, entre outros males.
A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.
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