A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sábado, 11 de abril de 2015

DEMOCRACIA E REJEIÇÃO AO AUTORITARISMO



ZERO HORA 1 de abril de 2015 | N° 18129


EDITORIAIS





Os organizadores do protesto programado para este domingo em centenas de cidades brasileiras prometem mobilizar os defensores de uma pauta um tanto confusa e de uma bandeira extemporânea: o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Apesar das dificuldades políticas e econômicas que a mandatária vem enfrentando neste início de segundo mandato, o pedido de afastamento é precipitado e, pelo menos até o momento, injustificável. Mas possível numa democracia, principalmente quando os próprios ativistas acrescentam a ele, como vem fazendo as principais lideranças do movimento, a rejeição inequívoca ao autoritarismo e a qualquer tipo de intervenção que fira a democracia. Esta visão, certamente, traduz o pensamento da maioria dos brasileiros.

Diferentemente das manifestações de junho de 2013, que levaram às ruas segmentos da sociedade civil organizada, as iniciadas em março deste ano e que se repetem agora, menos de um mês depois, não contam com a presença de sindicatos, associações e partidos políticos. Essa característica ajuda a entender a dispersão da pauta, que inclui tanto o afastamento da presidente Dilma Rousseff quanto a retirada do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), do julgamento da Lava-Jato.

No vácuo de uma preocupante crise de credibilidade do governo federal, em boa parte devido à deterioração política e econômica, é natural que parcelas inconformadas se sintam impelidas a manifestar seu inconformismo. Nesse contexto, é imprescindível que o Planalto e as lideranças políticas do país ouçam a voz das ruas, empenhando-se com ações concretas naquilo que pode ser feito para atender às reivindicações procedentes e reduzir tensões.



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Antes de pedir o impeachment da presidente Dilma, os protestos deveria ser direcionados para pedir o fim da leniência da justiça, o fim das leis permissivas e o fim do Senado, de forma a fortalecer a justiça, melhorar as leis e acabar com um poder perdulário, aristocrático e inoperante. Pedir o impeachment sem provas concretas e condenação pela justiça é um gesto autoritário, impróprio neste momento. Antes dele, o povo clama por justiça ágil e coativa, por leis duras contra o crime e pelo fim das imunidades dos altos cargos que estimulam a omissão e a corrupção no poder.

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