A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

EM PORTO ALEGRE, QUARENTA MIL PARTICIPARAM DO PROTESTO

ZERO HORA  12/04/2015 | 22h17


Em Porto Alegre, protesto reúne menos pessoas e se direciona contra Dilma e Lula. Cerca 40 mil pessoas participaram da manifestação na Capital gaúcha



Foto: Omar Freitas / Agencia RBS

Um mês depois do protesto que levou centenas de milhares de pessoas às ruas do país contra o governo Dilma Rousseff, o número de participantes era visivelmente menor nas manifestações convocadas para o último domingo. No entanto, segundo os organizadores, a adesão de cidades teria sido maior.

No domingo, participaram 500 municípios, enquanto em 15 de março foram cerca de 150 cidades, segundo Movimento Brasil Livre. Em Porto Alegre, 40 mil pessoas participaram do protesto, segundo estimativa da Brigada Militar e da própria organização do evento. A crítica, que em março era direcionada a várias bandeiras – entre elas, o Congresso, a corrupção e os desvios na Petrobras – desta vez tinha nome e endereço: era direcionada contra Dilma e Lula.


O nome do ex-presidente apareceu com mais força e os cânticos de "Fora PT" dividiram espaço com "Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro." Os ideais do pensamento liberal estiveram mais claro nos protestos de abril. Os manifestantes defendiam o ajuste fiscal, "mas sem aumento de impostos." A média de idade do público também era outra. Menos jovens e mais pessoas de meia-idade participaram da caminhada, que foi encurtada. Começou no Parcão e seguiu pelas avenidas Mariante, Protásio Alves, Ramiro Barcelos e 24 de Outubro. Não se viu também mobilização organizada pedindo intervenção militar como ocorreu em março.

No carro de som, os organizadores fizeram questão de ressaltar que defendem a democracia e elogiaram a presença da Brigada Militar no evento. Também afirmaram que mais de "30 academias de artes marciais estavam presentes para garantir a segurança." Não foi suficiente, no entanto, para garantir a segurança de duas jovens que estavam na esquina das avenidas Cabral e Mariante.

Uma delas, que vestia uma camiseta com os dizeres "GAY OK" e defendia a presidente Dilma foi atacada e teve a blusa rasgada por um dos manifestantes. A namorada dela também foi abusada. A BM interveio, mas elas não quiseram registrar ocorrência. Fábio Ostermann, um dos representantes do Movimento Brasil Livre (MBL) no Estado avaliou que o protesto de domingo foi um passo importante para mostrar que um mês depois ainda existe uma grande insatisfação da população e que apesar do número menor de pessoas (um terço em relação a março) é normal já que houve uma "consolidação da pauta" a favor do impeachmeant.

— Sempre foi nosso objetivo (do MBL) pedir a saída da presidente, mas o clamor popular foi muito forte e a manifestação de março acabou incluindo outras bandeiras — disse Ostermann. O próximo passo é uma manifestação concentrada em Brasília no dia 20 de maio.


Diferente do que aconteceu nas manifestações de 15 de Março, havia uma expectativa crescente em torno do evento marcado para começar às 15h. Não apenas daqueles que iriam expressar sua indignação, mas também daqueles que enxergaram ali uma oportunidade de ganhar uma remuneração extra.

André Riffel, 43, chegou às 11h na Avenida Goethe e encontrou diversos pontos já ocupados com outros, a exemplo dele, que buscavam seu lugar desde às 6h. Depois de dividir o carro com mais quatro companheiros, da cidade de Alvorada até o Parcão, organizar suas bebidas e produtos e gritar o mais alto que podia para anunciar suas ofertas, André constata aquilo que seria um fato rotineiro: "não estou vendendo nada". O mesmo afirma o casal Rejane Silva, 55, e Edson Pedroso, 60.

— Vendemos só uma bandeirinha até agora — diz Edson.

Ela é prestadora de serviços gerais. Ele é porteiro. O hábito de buscar em eventos públicos, como shows e partidas de futebol, uma maneira de reforçar o orçamento familiar esbarrou em alguns fatores, como o preço que, inevitavelmente, tiveram que cobrar para angariar alguma margem de lucro. Além disso, havia algo em comum entre eles: o apoio aos protestos.

— Eu votei na Dilma, mas hoje me arrependo. Não votaria nela de novo — garante Edson.

Rejane endossa a afirmação do marido, mas afirma que não se arrepende de sua escolha na urna:

— Votei em branco. Eu sempre faço isso. Não confio neles.

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