A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

O BRASIL DE QUE AS ELITES TÊM NOJO



ZERO HORA 10 de abril de 2015 | N° 18128


CLAUDIR NESPOLO*




Com altos e baixos, o Brasil passa por um gradual e sofrido processo de combate à desigualdade. Prova disso é a inclusão de mais de 20 milhões de trabalhadores no mundo do trabalho; a expansão de políticas públicas que elevam milhares de brasileiros à condição de cidadãos e o aperfeiçoamento de políticas sociais, como educação e saúde. É digna de nota a extraordinária ampliação do ensino universitário, técnico e tecnológico, cujos resultados já estão sendo percebidos. Outro fenômeno importante é o combate à desigualdade territorial, que leva as condições de crescimento econômico para regiões até então relegadas ao esquecimento.

Vivemos a emergência de uma nova classe trabalhadora jovem e batalhadora, mais escolarizada e sedenta por mais e melhores empregos. É perceptível o protagonismo das mulheres, dia a dia mais decididas a ocupar o seu lugar na sociedade. Emerge também uma juventude que não tolera preconceitos, racismo e discriminações comportamentais. As elites sabem que a consolidação de um Brasil progressista, democrático, inteiro, confiante e que sabe lutar por seus direitos é a maior ameaça aos seus privilégios.

É desse novo Brasil que as elites têm nojo e temor, por isso querem contaminá-lo com ideologias conservadoras e mobilizá- lo na direção do retrocesso.

Nenhum país diminuiu a desigualdade sem enfrentar os detentores de privilégios. O Brasil não será diferente. Para nós, a emergência de uma direita mais organizada, intolerante e disputando uma agenda de retrocesso é sintoma do nosso avanço na democracia e na conquista de direitos. Nós, da CUT, fazemos parte desse grande processo de enfrentamento da desigualdade, que é superior à presidenta e ao partido que representa. Hoje, temos melhores condições, daí o nosso apoio, mas não é um apoio ingênuo e alienado. O nosso DNA é lutar pela melhoria das condições de vida e de trabalho. Por isso estaremos no dia 15 de abril protestando contra a aprovação do PL 4.330 (terceirização) e no 1º de Maio lutando por mais democracia, desenvolvimento e direitos com a pauta da reforma política, taxação das grandes fortunas, democratização dos meios de comunicação e fortalecimento das instituições do Estado para coibir a corrupção etc.

*Presidente da CUT-RS


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Argumento comum usado pelos regimes socialistas é jogar a culpa na tal de "elite", como se um país pudesse sobreviver sem esta "elite", a que investe no país, a que garante empregos ao povo e a que gera progresso, desenvolvimento, qualidade de vida e paz social. Foi justamente a "exclusão"destas "elites" que fez o regime socialista falir em todo o mundo. A China sobrevive justamente por apoiar as tais "elites", garantindo investimentos e recursos para prover toda a nação. Portanto, ao tratar as "elites" como inimiga do povo, os ideólogos socialistas acabam sacrificando o povo que tanto dizem defender.

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