ZERO HORA 13 de agosto de 2013 | N° 17521
Vítimas podem mapear assaltos pelo celular
ROBERTO AZAMBUJA
O aplicativo colaborativo criado para apontar locais de Porto Alegre onde cidadãos foram vítimas de crimes como assaltos, roubos e furtos, entre outros, está disponível desde ontem para download gratuito na Apple Store.
Conforme os idealizadores do projeto B.O. Coletivo, o software para celulares e tablets só está disponível para o sistema iOS – uma versão Android deve sair em breve.
Com o desenvolvimento do app, a ideia é disseminar o alerta para moradores da Capital sobre as principais zonas que sofrem com a violência. Após solidificar a rede de troca de informações, o grupo pretende dividir os dados com o Comando de Policiamento da Capital e a Secretaria da Segurança Pública.
– A ideia agora é manter um banco de dados com informações mais aprimoradas e, depois, levá-las às autoridades. Esperamos que (o aplicativo) seja bastante utilizado durante a Copa do Mundo pelos turistas, para alertar e tentar limpar a imagem negativa que existe quanto à violência no país – explica um dos idealizadores do projeto, o publicitário Ricardo Maluf Gardolinski.
Por meio do login no Facebook, o usuário acessa o sistema pelo Google Maps e digita o endereço da ocorrência. É possível escolher o tipo de crime e fornecer detalhes de que maneira o fato ocorreu, data e horário.
Lançado em maio, durante um evento de ativismo urbano, o B. O. Coletivo propõe que as pessoas colem cartazes em postes nos pontos onde foram vítimas de assaltos. A iniciativa ganhou adeptos no Brasil. Só no Estado, foram, no mínimo, 40 cartazes.
– Já recebemos muitas fotos de pessoas que imprimiram os cartazes e os colaram nas ruas. Nos próximos dias é que vamos ver a aceitação do aplicativo. Pelo menos mais de 10 cidades já aderiram ao projeto, como Maceió, Maringá e São Paulo. No Nordeste me surpreendeu a velocidade com que o pessoal entrou na campanha – reforça Gardolinski.
Advogada fez o cartaz por roubo de 2010
Para a advogada Márcia Palermo Marques, 28 anos, o cartaz do B.O. Coletivo serviu para extravasar, de certa forma, a frustração de sofrer um assalto. Ela e um grupo de amigas passaram por momentos de tensão em uma noite de fevereiro de 2010, na Rua Carlos Trein Filho, pouco antes da Anita Garibaldi, na Capital. Márcia mal parou o carro no sinal e, quando se deu conta, havia um encapuzado ao lado do vidro, armado. Ele obrigou a advogada e as amigas a descerem do veículo. Ficaram a pé e sem os pertences.
– Quando fui assaltada, aconteceu de várias pessoas conhecidas serem atacadas ali. Conversando com amigas, tivemos uma ideia parecida (com a do B.O. Coletivo), pintar algo no chão, mas a ideia meio que morreu. Quando apareceu o B.O. Coletivo, resolvi colocar o nome – conta Márcia.
Ela fez o cartaz conforme o molde disponibilizado no Facebook e o colou em 14 de maio. Em atualização na rede social, no início de junho, postou foto na qual outras quatro pessoas haviam assinado no papel. O comentário era de que a folha de papel resistia ao tempo – leia-se chuva e vento. Agora, porém, já não está mais lá.
Márcia ficou sabendo ontem mesmo do aplicativo para iPhone – recebeu mensagem via Facebook. Anúncio recebeu assinaturas
OS RESULTADOS. Balanço dos três primeiros meses do B.O. Coletivo
Somente ontem, com o lançamento do aplicativo- 5 mil curtidas no Facebook
- Pelo menos 170 reproduções do vídeo
- Pelo menos 412 cliques no link do aplicativo
Cartazes - Já foram colados 40 cartazes, ao menos, nas ruas de Porto Alegre, Santa Cruz do Sul e em Caxias do Sul.
Onde mais funciona - Em mais de 10 cidades, incluindo Maceió, Rio de Janeiro, Maringá e São Paulo.
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