Moradores da Rua Miguel Tostes buscam conter incidência de assaltos, furtos e roubo de veículos
Cansados da violência crescente na região, moradores e trabalhadores da Rua Miguel Tostes, no bairro Rio Branco, resolveram se mobilizar. Unindo forças, os vizinhos do trecho entre a Avenida Protásio Alves e a Rua Cabral esperam frear a incidência de assaltos, furtos e roubos de veículos, tornando a via um lugar mais seguro para a convivência.
Proprietária de um café estabelecido há oito meses no local, Vânia Sales está percorrendo a vizinhança e tem ouvido depoimentos assustados:
– Quase todas as casas e estabelecimentos dessa quadra já sofreram algum assalto. Todos têm histórias para contar, e a sensação de insegurança está muito grande entre nós – narra.
Uma das principais reivindicações que ouviu dos vizinhos foi a respeito da troca de mão da via. Esse é o único trecho da Miguel Tostes que apenas sobe, em direção à Cabral, e acaba ficando isolado, reclamam os comerciantes locais. Eles esperam uma inversão da mão da rua ou a adoção de mão-dupla, que aumentaria o movimento e, consequentemente, inibiria a violência. Esse pedido já virou um abaixo-assinado, que está sendo bem aceito entre a vizinhança.
– A partir das 18h, ninguém mais sai na rua, e ficamos isolados aqui. A ideia é poder trazer eventos para a região e tornar a via mais agradável para morar e trabalhar – defende Vânia.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que não utiliza quesitos como periculosidade ou número de assaltos para realizar a gestão do trânsito. “Entretanto, caso haja uma orientação nesse sentido, por parte da Brigada Militar, a EPTC avaliará a possibilidade de alteração” informou o órgão, via nota oficial.
Vizinhos e empresários compartilham sentimento de medo
No pequeno trecho da Rua Miguel Tostes, todos têm histórias para contar. Proprietária de um brechó, Gleci Chaves diz que mantém as portas sempre fechadas e nunca fica sozinha no estabelecimento comercial que possui há oito anos:
– Já vi muitos assaltos, inclusive à mão armada, em plena luz do dia. A situação está horrível, é muito triste.
Já a arquiteta Saionara Soares, estabelecida recentemente na quadra, diz que em poucas semanas já vivenciou muitas situações de violência.
– Quase não vemos policiamento por aqui. A impunidade dessas pessoas que cometem crimes na região só impulsiona a ter mais e mais casos – lamenta.
Moradora há 30 anos da rua, Ivonete Brum Lopes aconselha os vizinhos e visitantes a não deixarem o carro na rua e já perdeu as contas de quantos amigos já tiveram seus veículos arrombados nas redondezas da sua casa.
De acordo com o coronel Alfeu de Freitas Moreira, responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), ainda não tinha chegado a ele informações de problemas naquela área. Ele diz que é preciso fazer um trabalho de inteligência para identificar os indivídos que cometem os delitos e realizar abordagens de forma pró-ativa, coibindo novas ações.
– É preciso uma interação entre a Brigada Militar e os usuários da via. Vou avisar o comandante do 9º Batalhão para que ele vá pessoalmente conversar com os moradores – comprometeu-se o coronel.
Em caso de emergência, explica, o ideal é acionar o policiamento pelo telefone 190. Já em casos recorrentes ou que haja possibilidade de identificação de suspeitos, o ideal é acionar a 3ª Companhia do 9º Batalhão, cujo telefone é o 3288-3217.
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