Tarso Genro recebe 1.388 propostas para a saúde no Estado. Melhora no atendimento público no Interior pauta cobranças. Mais de 60 mil pessoas se manifestaram no “O governador pergunta” Alexandre Leboutte. PARTICIPAÇÃO. JORNAL DO COMÉRCIO, 13/12/2011
Um mês após o Gabinete Digital do governo do Estado ter lançado o programa "O governador pergunta", com o questionamento "Como o governo pode melhorar o atendimento e o acesso à saúde?", 1.388 propostas foram sistematizadas.
Os autores das 50 respostas mais votadas encontram-se amanhã no Palácio Piratini para discuti-las com o governador Tarso Genro (PT). O secretário da Saúde, Ciro Simoni (PDT), já tem um levantamento das proposições e apresentará alguns encaminhamentos no encontro.
A sugestão que recebeu a maior pontuação trata do sistema hospitalar gaúcho. "Gostaria que os hospitais do Interior fossem dotados de mais recursos para dar mais atenção aos pacientes, evitando lotação nos hospitais da Capital", propôs a cidadã Anelise Schena.
Mais de 60 mil pessoas teriam participado do processo, totalizando número superior a 120 mil votos, organizados pelo governo em cinco grandes temas: saúde da família; cuidado integral; urgência e emergência; acesso a medicamentos; e saúde na sua região.
A segunda proposta mais votada também sugere a ampliação do serviço de saúde no Interior, com a criação de centros regionais para exames. "Muitos pacientes pioram suas situações porque as doenças não são diagnosticadas corretamente devido à ausência de exames", justifica o proponente.
O coordenador do Gabinete Digital, Vinicius Wu (PT), reconhece que algumas das propostas podem reiterar antigas cobranças ou coincidir com as apresentadas através dos demais instrumentos que compõem o Sistema de Participação Popular, integrado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão), a Consulta Popular, o Orçamento Participativo e os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes).
"Mas sempre surgem questões novas, algumas de maneira bastante genérica, cabendo aos técnicos do governo transformá-las em políticas públicas", argumenta Wu. Segundo o chefe de gabinete de Tarso, é preciso articular e integrar as várias formas de participação.
Através do site www.gabinetedigital.rs.gov.br, os cidadãos encontram outras formas de contato virtual com o chefe do Executivo. "O governador responde" (às perguntas registradas e mais votadas no site), a "Agenda colaborativa" (recebe sugestões de agenda quando o governo faz interiorizações) e "O Governo escuta" (audiências públicas transmitidas pela internet) são ferramentas que vêm funcionando desde maio.
Wu não acredita que uma participação ostensiva da população possa gerar frustrações diante das limitações orçamentárias do Estado. "É uma questão que se coloca para a própria democracia. Nenhum estado consegue dar conta da totalidade das demandas dos cidadãos", justifica Wu.
O sistema "O governador pergunta" foi desenvolvido pela Companhia de Processamento de Dados do Estado (Procergs), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
É inspirado em um modelo criado na Universidade de Princeton (EUA), aplicado em Nova Iorque e em outras cidades.
A próxima etapa do programa deve iniciar em março com algum questionamento sobre violência de gênero. "O governador responde" retorna em fevereiro e a "Agenda colaborativa" está sendo reavaliada "para potencializar a participação da cidadania nas interiorizações", alega Wu.
A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.
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