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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MAGISTRADA DO TRT-RJ ATACA PRESIDENTE DA OAB-RJ QUE PEDIU NOME DO AUTOR DAS MOVIMENTAÇÕES MILIONÁRIAS


Magistrada do TRT-RJ ataca presidente da OAB no Rio. Damous pediu o nome do responsável por movimentações financeiras de R$ 282,9 milhões - Cássio Bruno - O GLOBO, 18/01/12 - 16h47


RIO - A presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT-RJ), Maria de Lourdes Sallaberry, atacou na tarde desta quarta-feira o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na seccional do Rio (OAB-RJ), Wadih Damous. Em entrevista coletiva na sede do tribunal, ela considerou “levianas e açodadas” as declarações de Damous diante da polêmica envolvendo um suposto servidor ou magistrado que teria feito 16 movimentações atípicas em 2002, totalizando R$ 282,9 milhões, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

- São levianas e açodadas as declarações dele em afirmar que o TRT tem que apurar o caso e divulgar o nome (do responsável pelas operações) – afirmou Maria de Lourdes, com a voz embargada.

A presidente do tribunal encaminhou um ofício ao Coaf e outro ao Ministério Público Federal. No documento encaminhado ao conselho, a magistrada pede para que o conselho informe se as movimentações consideradas atípicas foram notificadas ao tribunal. Caso isso tenha acontecido, ela pede para informar a data e a qual autoridade do órgão foi endereçado o documento. Já ao MPF, a presidente encaminhou uma notificação para saber se foi aberto em 2002 algum inquérito ou ação penal que tenha por objeto as operações milionárias. Em caso de resposta negativa, Maria de Lourdes informou que vai pedir a instauração de inquérito para apurar os fatos.

Em declaração ao GLOBO, Wadih Damous pediu que o TRT informasse o nome de quem movimentou os R$ 282,9 milhões.

- Os advogados do Rio não querem mais um Lalau – disse ele no último sábado, referindo-se ao ex-juiz Nicolau do Santos Neto, principal acusado de desviar recursos da construção do prédio do TRT-SP.

A presidente do TRT-RJ informou ainda que, nos últimos 10 anos, o tribunal não foi notificado sobre nenhuma prisão de servidor ou magistrado.

Coaf diz que operação financeira atípica no TRT-RJ foi de doleiro

O presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, disse na terça-feira que o servidor do Judiciário do Rio que aparece no relatório do órgão com movimentações financeiras atípicas de R$ 282,9 milhões é um ex-doleiro que já está sendo alvo de investigação da polícia. Rodrigues afirmou que o funcionário do Tribunal Regional do Trabalho do Rio já havia sido preso, mas não revelou sua identidade e nem a função que exerce no tribunal.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É muito suspeito a justiça não querer dar o nome do autor das movimentações milionárias. O Judiciário é quem detém o poder de quebrar sigilo bancário, descobrir as responsabilidades no seu ambiente organizacional, processar e punir. Quanto mais esconderem, mas a justiça brasileira cairá em descrédito.

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