A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sábado, 14 de março de 2015

A DEMOCRACIA NAS RUAS



ZERO HORA 14 de março de 2015 | N° 18101


EDITORIAL



Antecipando-se ao protesto antigoverno programado para amanhã, centrais sindicais, grupos de trabalhadores e movimentos sociais protagonizaram ontem, em várias cidades do país, manifestações em defesa da Petrobras, da democracia e da presidente Dilma Rousseff.

Apesar da pauta diversificada, que incluiu demandas específicas de algumas categorias, a mobilização teve também um sentido de rejeição à possibilidade de impeachment presidencial que vem sendo levantada por alguns setores da sociedade e por lideranças políticas.

Independentemente da quantidade de manifestantes ou das entidades que os mobilizaram, o importante é que as concentrações e as caminhadas foram pacíficas, sem mascarados, sem provocações, sem depredações e sem resistências de quem pensa diferente. É o que também se espera do movimento previsto para este domingo.

Se as manifestações transcorrerem de forma civilizada, mesmo com o clima de belicismo existente nas redes sociais, os brasileiros estarão reforçando a democracia – e não forçando uma eventual ruptura democrática como alegam os críticos dos defensores do impeachment. Como lembrou a própria presidente Dilma, todos podem e devem se manifestar livremente – desde que ajam sem violência. Criticar os governantes, apoiá-los, defender a Petrobras e pedir a punição dos corruptos, reclamar da inflação e do custo de vida, defender causas setoriais – tudo isso é do jogo democrático. Mas o compromisso definitivo com a democracia é respeitar as manifestações, mesmo discordando de suas bandeiras.

Nenhum comentário: