ZERO HORA 12/03/2015 | 19h27
por Cristiane Bazilio
Em meio a protestos, boatos sobre guerra civil viralizam nas redes sociais. Repudiados pelo Exército, áudios compartilhados no WhatsApp falam em estoque de comida e combustível como preparação para uma guerra iminente
Foto: Justin Sullivan / AFP / zero hora
Mais do que mobilização política e social, as manifestações que devem movimentar o Brasil neste fim de semana estão gerando preocupação e medo em muita gente, diante de boatos que se espalharam pelo whatsapp e viraram tema de debate nas redes sociais nos últimos dias. Através de mensagens de áudio que viralizaram, pessoas anunciam uma guerra civil e orientam a estocar alimentos e evitar sair de casa.
Pelo menos três tipos de gravações diferentes circulam com o mesmo teor: o Exército Brasileiro estaria mobilizado para enfrentar a guerra. São várias versões do mesmo boato, com diferentes vozes. A maioria anônima. Em alguns casos, são citados nomes ou cargos referentes ao Exército. Em uma das mensagens, um homem se diz militar e alerta: "A segunda seção (setor de inteligência) está trabalhando descaracterizada. Está para estourar uma guerra no país. Já tem informe de tropas inimigas dentro do território nacional".
Em outra gravação de voz, uma mulher afirma que a amiga tem um tio, tenente do Exército, que teria dado um aviso para que as pessoas abastecessem as casas e estocassem tudo o que fosse preciso, de alimento a combustível. "Porque, no dia 15, eles querem trancar tudo. Descobriram, na Floresta Amazônica, um grupo de guerrilheiros com 20 mil armas. Estão prevendo uma guerra civil", diz a mulher na gravação.
Até a poupança dos brasileiros virou alvo nas mensagens. "Há rumores de que vão fazer como naquela época (na década de 1990, o chamado Plano Collor bloqueou as poupanças) e tirar todo o dinheiro da nossa poupança. Então, vamos nos prevenir", orienta a voz feminina.
Exército analisa gravações e nega boatos
Todas as gravações dizem que o Exército Brasileiro estaria de prontidão para a suposta guerra. No entanto, não há nenhum indício da veracidade do conteúdo veiculado por estas mensagens. Não há confirmação de identidade de nenhuma das fontes mencionadas nos áudios nem prova das informações divulgadas.
O Diário Gaúcho entrou em contato com a assessoria de comunicação do Exército Brasileiro, que analisou as gravações e, em nota oficial, esclareceu: "A Força Terrestre faz o acompanhamento da conjuntura nacional, bem como permanece em constante preparo para manter elevados níveis operacionais, com a finalidade de cumprir suas missões constitucionais. Ressalta-se ainda que os áudios veiculados nas mídias sociais não têm origem no Exército Brasileiro", diz a nota.
Rotina de serviços públicos não deve ser alterada
Apesar dos protestos deste final de semana em Porto Alegre, a rotina da Capital não deve ser alterada, no que diz respeito a serviços públicos. A reportagem fez contato com órgãos de saúde, educação, transporte e comércio e foi informado de que não deverão ocorrer modificações nos horários e cronogramas normais de atividades. Confira:
* Conforme a secretaria de Saúde, postos médicos e hospitais deverão funcionar normalmente nos horários habituais
* Nesta sexta-feira, as aulas das escolas municipais também serão inalteradas, segundo a secretaria de Educação.
* Os consórcios Unibus, Conorte e STS vão operar normalmente, segundo a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATL), sem alteração na quantidade de ônibus nas ruas nem nos intervalos. O mesmo acontecerá com a Carris.
* Lotações manterão horários e itinerários, conforme a Associação dos Transportadores de Lotação (ATL)
* Os shoppings da Capital funcionarão em horário normal, bem como o comércio das ruas, segundo o Sindilojas.
* Bancos terão expediente normal nesta sexta-feira, de acordo com a Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul * A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que não há modificações pré-estabelecidas para o trânsito e que eventuais desvios momentos serão feitos de acordo com o rumo dos manifestantes.
por Cristiane Bazilio
Em meio a protestos, boatos sobre guerra civil viralizam nas redes sociais. Repudiados pelo Exército, áudios compartilhados no WhatsApp falam em estoque de comida e combustível como preparação para uma guerra iminente
Foto: Justin Sullivan / AFP / zero hora
Mais do que mobilização política e social, as manifestações que devem movimentar o Brasil neste fim de semana estão gerando preocupação e medo em muita gente, diante de boatos que se espalharam pelo whatsapp e viraram tema de debate nas redes sociais nos últimos dias. Através de mensagens de áudio que viralizaram, pessoas anunciam uma guerra civil e orientam a estocar alimentos e evitar sair de casa.
Pelo menos três tipos de gravações diferentes circulam com o mesmo teor: o Exército Brasileiro estaria mobilizado para enfrentar a guerra. São várias versões do mesmo boato, com diferentes vozes. A maioria anônima. Em alguns casos, são citados nomes ou cargos referentes ao Exército. Em uma das mensagens, um homem se diz militar e alerta: "A segunda seção (setor de inteligência) está trabalhando descaracterizada. Está para estourar uma guerra no país. Já tem informe de tropas inimigas dentro do território nacional".
Em outra gravação de voz, uma mulher afirma que a amiga tem um tio, tenente do Exército, que teria dado um aviso para que as pessoas abastecessem as casas e estocassem tudo o que fosse preciso, de alimento a combustível. "Porque, no dia 15, eles querem trancar tudo. Descobriram, na Floresta Amazônica, um grupo de guerrilheiros com 20 mil armas. Estão prevendo uma guerra civil", diz a mulher na gravação.
Até a poupança dos brasileiros virou alvo nas mensagens. "Há rumores de que vão fazer como naquela época (na década de 1990, o chamado Plano Collor bloqueou as poupanças) e tirar todo o dinheiro da nossa poupança. Então, vamos nos prevenir", orienta a voz feminina.
Exército analisa gravações e nega boatos
Todas as gravações dizem que o Exército Brasileiro estaria de prontidão para a suposta guerra. No entanto, não há nenhum indício da veracidade do conteúdo veiculado por estas mensagens. Não há confirmação de identidade de nenhuma das fontes mencionadas nos áudios nem prova das informações divulgadas.
O Diário Gaúcho entrou em contato com a assessoria de comunicação do Exército Brasileiro, que analisou as gravações e, em nota oficial, esclareceu: "A Força Terrestre faz o acompanhamento da conjuntura nacional, bem como permanece em constante preparo para manter elevados níveis operacionais, com a finalidade de cumprir suas missões constitucionais. Ressalta-se ainda que os áudios veiculados nas mídias sociais não têm origem no Exército Brasileiro", diz a nota.
Rotina de serviços públicos não deve ser alterada
Apesar dos protestos deste final de semana em Porto Alegre, a rotina da Capital não deve ser alterada, no que diz respeito a serviços públicos. A reportagem fez contato com órgãos de saúde, educação, transporte e comércio e foi informado de que não deverão ocorrer modificações nos horários e cronogramas normais de atividades. Confira:
* Conforme a secretaria de Saúde, postos médicos e hospitais deverão funcionar normalmente nos horários habituais
* Nesta sexta-feira, as aulas das escolas municipais também serão inalteradas, segundo a secretaria de Educação.
* Os consórcios Unibus, Conorte e STS vão operar normalmente, segundo a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATL), sem alteração na quantidade de ônibus nas ruas nem nos intervalos. O mesmo acontecerá com a Carris.
* Lotações manterão horários e itinerários, conforme a Associação dos Transportadores de Lotação (ATL)
* Os shoppings da Capital funcionarão em horário normal, bem como o comércio das ruas, segundo o Sindilojas.
* Bancos terão expediente normal nesta sexta-feira, de acordo com a Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul * A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que não há modificações pré-estabelecidas para o trânsito e que eventuais desvios momentos serão feitos de acordo com o rumo dos manifestantes.
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