
MOBILIZAÇÃO NO RIO. Marcha pede o fim da impunidade - ZERO HORA 01/08/2011
A ONG Rio de Paz reuniu na tarde de ontem centenas de pessoas durante passeata contra a impunidade de crimes no Rio de Janeiro. Os manifestantes percorreram cerca de três quilômetros da orla da praia de Copacabana, zona sul da cidade, e colocaram rosas vermelhas ao redor de uma enorme cruz preta fincada na areia – na altura da Rua Princesa Isabel.
O julgamento e a punição para os assassinos do menino Juan Moraes, 11 anos, que foi morto por policiais militares no início deste mês, e a investigação dos casos de desaparecidos com indícios de homicídio como o da engenheira Patrícia Amieiro, 26 anos, foram algumas das reivindicações da Rio de Paz durante a manifestação.
– É horrível. Todo dia eu choro. Esse evento é bom para as autoridades olharem o que está acontecendo no Estado – lamenta Tânia Márcia Amieiro de Franco, 53 anos, mãe da jovem que desapareceu há três anos após passar por uma blitz de PMs do Batalhão do Recreio dos Bandeirantes, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Os casos do menino João Roberto, quatro, morto numa abordagem policial há cerca de três anos, e do músico da escola de samba Caprichosos de Pilares Jackson Martins, assassinado por homens armados quando seguia para o trabalho na Avenida Washington Luis, em 2004, também foram lembrados na caminhada.
– Esse encontro é uma semente que a gente está plantando. A população não pode ficar inerte. O que aconteceu com a minha família não pode se repetir – afirmou Paulo Soares, 45 anos, pai do menino João Roberto.
O protesto emocionou familiares.
– Quem mata não sabe a dor de uma saudade – disse Carmem de Souza Martins, 57 anos, mãe de Jackson Martins.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Está na hora de todos os Estados seguirem o exemplo do Rio e mobilizar uma grande massa de brasileiros para exigir do Estado um Judiciário coativo, um Congresso Nacional efetivo na elaboração de leis fortes e comprometido com a ordem pública e Poderes Executivos diligentes com os recursos e com a estrutura de seus instrumentos de controle, fiscalização, prevenção e contenção contra os delitos e contra a corrupção. Só um sistema bem estruturado e amparado por leis fortes e coativas poderá dar cabo da impunidade. Caso contrário, os Poderes de Estado não terão o devido zelo cpara os recursos do Estado e nem se sentirão obrigados a atender o clamor popular.
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