ELIANE CANTANHÊDE - DE BRASÍLIA, FOLHA.COM, 20/08/2011 - 09h54
O escândalo do Ministério da Agricultura expôs não apenas suspeitos de cometerem irregularidades na pasta. Em meio à crise, apresentou uma figura que merece respeito e atenção.
O principal personagem da trama é Israel Leonardo Batista, que não aceitou propina de lobista, deu entrevista contando os esquemas e depôs na Polícia Federal descrevendo como a Agricultura estava "corrompida" na era Rossi.
Israel chefiava a comissão de licitação da pasta, que define o destino de bilhões de reais, mas tem salário de R$ 2.000, anda num carro de 2004, batido, e mora em Samambaia, um dos bairros mais pobres e poeirentos do Distrito Federal.
"Mas é ele, assim do seu jeito, que está fazendo o esquema todo balançar e as peças começarem a cair", diz Cantanhêde.
Segundo a colunista, surge um novo Eriberto, o motorista do caso Collor, ou um novo Francenildo, o caseiro da primeira queda de Antonio Palocci.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Será que ele permanecerá do cargo? Ou perderá o emprego por denunciar as ilicitudes?
A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.
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