ZERO HORA 13/06/2012
JORGE CARLOS MASTROBERTI
AUDITOR PÚBLICO DO TCE/RS
Conhecer os hábitos das pessoas, seus pormenores, e principalmente as características que denotem fragilidade de caráter é ferramenta eficaz que auxilia o interlocutor mal-intencionado nos momentos em que for necessária à persuasão para a coleta de informações e de favores dos mais variados tipos. Induz as virtuais vítimas a agirem de acordo com o que se pretende delas. Facilita a manipulação mental, a cobrança de silêncio em troca da não revelação de segredos comprometedores. Garante o sucesso dos interesses particulares do interlocutor ou daqueles que pagam bem para obtenção desses serviços. Tal prática é válida para todos os tipos de circunstâncias, pouco importando serem boas ou sórdidas as razões.
Os medrosos se tornam presas fáceis ao fecharem os olhos para não enxergar esta realidade. Aqueles considerados politicamente corretos perante a mídia, de aparência nobre e distinta, bem-sucedidos na vida, são os mais vigiados pelos alcaguetes e pelos paparazzi de todos os tipos. Um deslize do personagem, ou de alguém próximo a ele, é tudo que se espera para grafar o nome do sujeito no “caderninho”. Este cara agora é nosso. De hoje em diante, ele irá fazer o que nós desejarmos. Se ele é bom como aparenta ser, vamos fazê-lo trabalhar em prol dos nossos interesses.
A máfia do tráfico de drogas, dos crimes de contravenção e do aliciamento de adolescentes para a prostituição faz uso constante dessa prática. Se abrir a boca, vai sobrar pra ti e para muita “gente boa”. Estamos entendidos. Depois é aquilo que todos sabem. Pedras existem aos montes para serem atiradas. O problema é com os telhados de vidro que tomaram conta da grande maioria das casas. Vale a lei do silêncio. Quem tem o rabo preso não se manifesta. Agrade ou não aos nossos ouvidos, essas situações estão por todos os lugares.
Determinados acontecimentos envolvendo coisas e pessoas só chegam ao conhecimento do grande público quando alguém que participa do esquema não gostou ou achou pouco a parte que lhe coube e resolveu botar a boca no microfone de algum repórter.
A maioria dos casos escandalosos divulgados pela mídia tem essa origem. Às vezes, há muita fumaça. Por outro lado, existem milhares de bombeiros de prontidão, estrategicamente distribuídos por todos os cantos, aptos para agir, custe o que custar, doa a quem doer, para evitar que a fumaça se propague e vire fogo. Aguenta firme. Deixa esfriar.
Esta é apenas uma das faces da ditadura da corrupção, que todos os dias bate com insistência nas portas das instituições públicas e dos empreendimentos privados ávidos por lucro fácil e rápido. A “ala podre” acredita e faz muito uso daquele antigo, porém sábio ditado popular: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. É uma questão de paciência. Sempre aparece um peixe faminto por uma boa isca.
Tenho convicção de que o cerne dos problemas que ameaçam a integridade das instituições brasileiras está intimamente vinculado ao descaso para com a formação do homem brasileiro na sua essência. Se persistirmos com a prática rotineira de induzir a população a pensar e acreditar que só o dinheiro abre as portas para satisfazer os prazeres mundanos, ameniza o sofrimento e transforma o seu possuidor em indivíduo respeitável, em pouco tempo teremos que instaurar uma CPI por dia. Todo o cuidado é pouco para não virar piada na boca do povo. Uma sociedade só é livre, justa e solidária quando os indivíduos que a integram possuem a formação do caráter amparado em princípios vinculados, primeiramente, à ética e à moralidade.
Os medrosos se tornam presas fáceis ao fecharem os olhos para não enxergar esta realidade. Aqueles considerados politicamente corretos perante a mídia, de aparência nobre e distinta, bem-sucedidos na vida, são os mais vigiados pelos alcaguetes e pelos paparazzi de todos os tipos. Um deslize do personagem, ou de alguém próximo a ele, é tudo que se espera para grafar o nome do sujeito no “caderninho”. Este cara agora é nosso. De hoje em diante, ele irá fazer o que nós desejarmos. Se ele é bom como aparenta ser, vamos fazê-lo trabalhar em prol dos nossos interesses.
A máfia do tráfico de drogas, dos crimes de contravenção e do aliciamento de adolescentes para a prostituição faz uso constante dessa prática. Se abrir a boca, vai sobrar pra ti e para muita “gente boa”. Estamos entendidos. Depois é aquilo que todos sabem. Pedras existem aos montes para serem atiradas. O problema é com os telhados de vidro que tomaram conta da grande maioria das casas. Vale a lei do silêncio. Quem tem o rabo preso não se manifesta. Agrade ou não aos nossos ouvidos, essas situações estão por todos os lugares.
Determinados acontecimentos envolvendo coisas e pessoas só chegam ao conhecimento do grande público quando alguém que participa do esquema não gostou ou achou pouco a parte que lhe coube e resolveu botar a boca no microfone de algum repórter.
A maioria dos casos escandalosos divulgados pela mídia tem essa origem. Às vezes, há muita fumaça. Por outro lado, existem milhares de bombeiros de prontidão, estrategicamente distribuídos por todos os cantos, aptos para agir, custe o que custar, doa a quem doer, para evitar que a fumaça se propague e vire fogo. Aguenta firme. Deixa esfriar.
Esta é apenas uma das faces da ditadura da corrupção, que todos os dias bate com insistência nas portas das instituições públicas e dos empreendimentos privados ávidos por lucro fácil e rápido. A “ala podre” acredita e faz muito uso daquele antigo, porém sábio ditado popular: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. É uma questão de paciência. Sempre aparece um peixe faminto por uma boa isca.
Tenho convicção de que o cerne dos problemas que ameaçam a integridade das instituições brasileiras está intimamente vinculado ao descaso para com a formação do homem brasileiro na sua essência. Se persistirmos com a prática rotineira de induzir a população a pensar e acreditar que só o dinheiro abre as portas para satisfazer os prazeres mundanos, ameniza o sofrimento e transforma o seu possuidor em indivíduo respeitável, em pouco tempo teremos que instaurar uma CPI por dia. Todo o cuidado é pouco para não virar piada na boca do povo. Uma sociedade só é livre, justa e solidária quando os indivíduos que a integram possuem a formação do caráter amparado em princípios vinculados, primeiramente, à ética e à moralidade.
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