Carlos Gastaud Gonçalves, Economista - JORNAL DO COMERCIO, 24/10/2011
O movimento iniciado no Senado contra a corrupção que grassa neste País, tanto na administração pública quanto na área política, merece a atenção e a obrigação da sociedade civil de se alertar e indignar, dando sua adesão a esta ação, necessária e imprescindível, numa demonstração nacional de que não aceita e nem pactua com esta situação. A corrupção que prevalece na mídia, diuturnamente, com desfaçatez, põe em jogo a capacidade e a responsabilidade das autoridades na tomada de posições, menosprezando os direitos cívicos do povo brasileiro. Sem respeito à Constituição, sem harmonia entre os Poderes constituídos, sem o devido respeito à hierarquia e à disciplina dentro das Forças Armadas, sem o respeito às autoridades, sem segurança, ordem e paz não é possível administrar o País, lutar pela melhoria do povo, nem trabalhar pelo desenvolvimento e progresso do Brasil. O desprezo dado à Educação, ao longo dos anos, comprometeu a formação moral e institucional de nosso povo, permitindo que a ignorância e a incompetência usurpassem o direito constitucional de se lhe oferecer a formação educacional e intelectual compatível com a era presente. Este quadro que denigre a imagem do País nos leva a exigir dos Poderes constituídos um basta para esta situação de humilhação, vergonha e sacrifícios que impera e sufoca o povo brasileiro.
A presidente Dilma Rousseff não pode ficar impassível a este torpor governamental, no que se refere ao avanço da irresponsabilidade e desonestidade que se enraizaram na esfera pública do País. Merece receber, assim, o referendo da sociedade civil às suas ações corretivas, para que as faça com destemor, no combate a esta afronta quanto aos desvios éticos de ministros demonstrando incapacidade moral e intelectual. Esta situação real que vivemos exige e requer que seja institucionalizado o regime de “ficha limpa”, em todos os Poderes da República. O povo brasileiro deve demonstrar ativamente que está atento e que não aceita esta situação.
A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.
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