A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ONDA MUNDIAL DE PROTESTOS

BEATRIZ FAGUNDES, REDE PAMPA, O SUL, Porto Alegre, Sexta-feira, 14 de Outubro de 2011.

O propósito é o mesmo: dar mais democracia ao povo, libertar os Estados do domínio financeiro e alertar para os problemas sociais.

A onda mundial de protestos é o capítulo mais recente na história deste ano do poder global do povo. Um novo movimento pela justiça social que está se espalhando rapidamente pelo mundo: de Madrid, na Espanha, a Jerusalém, e a 146 outras cidades, com outras aderindo a cada instante. Mas eles precisam de nossa ajuda para triunfarem.

O propósito é o mesmo: dar mais democracia ao povo, libertar os Estados do domínio financeiro e alertar para os problemas sociais. Em Portugal, cerca de 300 mil saíram às ruas a 12 de março. Na Espanha, estiveram na Praça do Sol de Madrid, durante semanas. Nos Estados Unidos, começaram a ameaçar o centro financeiro de Wall Street. Amanhã, dia 15 de outubro, mais de 700 cidades em mais de 71 países vão juntar-se a esta indignação. Infelizmente, o Brasil está por enquanto alheio as demandas mundiais.

Como são as famílias de trabalhadores que estão pagando a conta de uma crise financeira causada por elites corruptas, os manifestantes estão exigindo uma verdadeira democracia, justiça social e combate à corrupção. Mas eles estão sob forte pressão das autoridades e alguns meios de comunicação estão retratando-os como grupos extremistas. Para variar, usam expressões pejorativas: baderneiros, desocupados, entre outros apelidos.

Se milhões de nós, de todo o mundo, os apoiarem, vamos aumentar a sua determinação e mostrar aos líderes que os protestos fazem parte de um movimento massivo pela mudança. Este pode ser o nosso 1968 desse século, mas para ter sucesso, ele deve ser um movimento de todos os cidadãos, de todas as classes sociais. Clique: www.avaaz.org/po/the_world_vs_wall_st/?vl para participar da campanha para a democracia real. É necessário compreender que o movimento em questão não é difuso como a pretendida marcha contra a corrupção no Brasil. Não!

A ira popular contra a elite econômica mundial e a desigualdade financeira, segundo a agência Reuters, se espraiou da Praça Tahrir, no Cairo (Egito), passando pela Praça Verde, em Trípoli (Líbia), Praça Syntagma, em Atenas (Grécia), e agora no Parque Zuccotti, em Nova York (EUA). Muitos têm se mostrado intrigados com o movimento Ocupem Wall Street contra a desigualdade financeira, que começou no Parque Zuccotti, em Nova York, e se espalhou pelos Estados Unidos, de Tampa, na Flórida, a Portland, no Oregon, passando por Los Angeles e Chicago.

Na edição de hoje do diário alemão Handelsblatt, George Soros, e mais 100 ex-dignitários europeus, economistas e gestores, em uma carta aberta aos responsáveis da zona do euro, afirmam: "O euro está longe de ser perfeito, a crise atual mostrou-o, mas reagindo a essa situação, temos de rever as fraquezas na sua construção, em vez de deixar que a crise mine, ou mesmo destrua, o sistema financeiro global". O grupo de 101, que se autodenomina "Europeus Preocupados", apela aos governos europeus para criar uma instituição que providencie liquidez a toda à zona do euro, que fortaleça a supervisão do mercado financeiro e que reveja a estratégia de crescimento da União Europeia. A conferir!

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