ZERO HORA 11 de julho de 2013 | N° 17488
Ativistas ocupam plenário da Câmara de Porto Alegre
Liderados pelo Bloco de Luta, manifestantes entraram no prédio em meio à sessão legislativa
Dezenas de integrantes do Bloco de Luta pelo Transporte Público ocuparam a Câmara de Vereadores de Porto Alegre na noite de ontem. O grupo, formado por estudantes, integrantes de movimentos sociais e militantes de partidos como PSOL e PSTU, reivindicava passe livre para usuários do transporte público e abertura imediata das planilhas de custos das empresas – proposta rejeitada no início do mês, numa sessão que durou mais de 10 horas.
Durante a sessão, vereadores desconfiaram da presença de dezenas de ativistas, algo incomum para um dia sem votações polêmicas. Foi em meio à discussão de um projeto do Executivo que o grupo acabou pulando a divisória de madeira e invadindo o local. Enquanto alguns gritavam palavras de ordem, outros espalhavam cartazes.
Com um megafone em punho, uma ativista bradava:
– Quando os vereadores negaram, por 20 votos a 15, a abertura das planilhas de contas da máfia do transporte, votando apenas a isenção, a Câmara protegeu as empresas e enganou a população.
Poucos vereadores permaneceram na Casa após o tumulto. Entre os que observavam a manifestação, opiniões divergentes sobre a legitimidade do ato.
– Sou sempre a favor do diálogo. O dr. Thiago (Duarte, presidente da Câmara) se colocou à disposição para recebê-los, mas eles não aceitaram. As manifestações podem ocorrer sem problemas, mas lá em cima – disse o vereador João Derly (PC do B).
Já Fernanda Melchionna (PSOL) manifestou apoio à iniciativa:
– São jovens revoltados. As planilhas não são publicizadas e a proposta de passe livre, do governo, até agora não andou.
A assembleia do Bloco de Luta terminou por volta das 23h30min de ontem. Os manifestantes decidiram permanecer no plenário da Câmara Municipal até obterem respostas às suas reivindicações. Uma nova reunião foi marcada para as 8h de hoje.
Durante a ocupação do plenário, profissionais do Grupo RBS foram expulsos da Câmara. Equipes da RBS TV, jornal Zero Hora e Rádio Gaúcha foram hostilizadas e obrigadas a deixar o local, porque os manifestantes alegavam não concordar com a forma com que os veículos vinham cobrindo os protestos na Capital.
A primeira expulsão (de um cinegrafista) ocorreu cerca de uma hora após o início da ocupação, no momento em que os manifestantes negociavam com o presidente da Casa a abertura dos portões da Câmara para que mais pessoas pudessem participar do ato. Aos gritos e empurrões, o profissional foi conduzido para fora do local por dezenas de manifestantes.
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