ZERO HORA, 01/07/2013
A Fifa esperava a Espanha no topo do pódio, uma Copa das Confederações tranquila e parceiros felizes. Não acertou uma no seu evento teste da Copa do Mundo de 2014 na América do Sul.
O campeão do mundo de 2010 foi goleado pelo Brasil, que exibiu um futebol que parecia perdido em 2002. Milhões de pessoas tomaram as ruas do país-sede e fustigaram o torneio antes, durante e depois dos jogos. Os patrocinadores queixaram-se de que os belos gols foram engolidos pelas cenas de violência nas grandes cidades.
Nunca na sua história recente, fora os milionários escândalos financeiros, a Fifa viveu duas semanas tão intensas e tensas. A falta de infraestrutura nas seis cidades-sede do torneio era conhecida. Mas a visita de sete seleções estrangeiras só aumentou os problemas. Tudo ganhou tamanho gigante com a revolta popular, que explodiu na véspera da Copa do Mundo de 2014.
As relações entre a Fifa, a CBF e o governo federal vivem seus piores momentos. A Fifa entende que o governo usa a imagem da Copa quando é positiva. Deixa tudo na conta da entidade quando nada dá certo. A presidente Dilma Rousseff quebrou uma tradição e não compareceu à decisão no Maracanã, onde estava Joseph Blatter (foto de PABLO PORCIUNCULA/AFP). Os dirigentes da CBF, sem força política, não têm o que fazer, assim como o frágil Comitê Organizador Local da Copa.
A espetacular vitória da Seleção pode ajudar a mudar o cenário. O torcedor sonha outra vez. A Fifa precisa mais do que a força da mente para atrair torcedores estrangeiros no ano que vem e acalmar os patrocinadores. Os políticos nada garantem. A bola está nas ruas. A próxima jogada não será nos gramados.
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