ZERO HORA 04 de julho de 2013 | N° 17481
Cassionei Niches Petry*
Debatendo esses dias com os alunos em uma aula de literatura, me perguntaram sobre o que acredito em relação ao grupo Anonymous e sobre as manifestações de uma forma geral. Disse que minha posição é sempre de desconfiança, principalmente devido aos rumos que as coisas estão tomando. Fico com receio quando os protestos têm por trás a luta pelo poder, não necessariamente chegar ao poder, mas mostrar que se pode ter mais poder do que o poder institucional. Quem segue palavras de ordem está deixando de ser massa de manobra dos governantes para ser massa de manobra de não sabemos quem.
Acontece que nas redes sociais pessoas ditas letradas e que criticam os meios de comunicação compartilham vídeos ou outros textos dessa turma que se esconde temendo “represálias”. Por que o medo de aparecer, enquanto a maioria do povo e a própria mídia criticada estão mostrando a cara? É porque devem alguma coisa ou são apenas jovens sustentados pelos pais brincando de filmezinho, como eu gostava de brincar de bangue-bangue quando era criança?
Pergunto, e não obtenho resposta, claro: “Até quando você, pessoa inteligente, graduada e até pós-graduada, vai apoiar quem opina no anonimato, desrespeitando a Constituição?”
Diz nossa Carta maior: “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Há quem me responda que há contradição por falar em liberdade para depois proibir. Não há nada de contraditório, ora. Todo o cidadão pode opinar desde que assine embaixo o que diz. É simples.
A liberdade tem limites. É uma regrinha básica que todos esquecem. Não se deve confundir liberdade com libertinagem, ou pior, com anarquia.
Quem se expressa no anonimato, se mascarando, está desrespeitando a Constituição, por isso não tem credibilidade para dizer algo nem reivindicar. Quem fere nossa Carta Magna, não pode cobrar nada de quem não a cumpre, no caso, nossos governantes. Máscaras somente no Carnaval, festa à fantasia ou na ficção. Na vida real, devemos nos lembrar da música do Cazuza, que retratou a geração pós-ditadura: “Brasil, mostra a tua cara”.
Como ele, eu escrevo e assino embaixo, sem medo de expressar o que penso.*PROFESSOR, ESCRITOR
Cassionei Niches Petry*
Debatendo esses dias com os alunos em uma aula de literatura, me perguntaram sobre o que acredito em relação ao grupo Anonymous e sobre as manifestações de uma forma geral. Disse que minha posição é sempre de desconfiança, principalmente devido aos rumos que as coisas estão tomando. Fico com receio quando os protestos têm por trás a luta pelo poder, não necessariamente chegar ao poder, mas mostrar que se pode ter mais poder do que o poder institucional. Quem segue palavras de ordem está deixando de ser massa de manobra dos governantes para ser massa de manobra de não sabemos quem.
Acontece que nas redes sociais pessoas ditas letradas e que criticam os meios de comunicação compartilham vídeos ou outros textos dessa turma que se esconde temendo “represálias”. Por que o medo de aparecer, enquanto a maioria do povo e a própria mídia criticada estão mostrando a cara? É porque devem alguma coisa ou são apenas jovens sustentados pelos pais brincando de filmezinho, como eu gostava de brincar de bangue-bangue quando era criança?
Pergunto, e não obtenho resposta, claro: “Até quando você, pessoa inteligente, graduada e até pós-graduada, vai apoiar quem opina no anonimato, desrespeitando a Constituição?”
Diz nossa Carta maior: “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Há quem me responda que há contradição por falar em liberdade para depois proibir. Não há nada de contraditório, ora. Todo o cidadão pode opinar desde que assine embaixo o que diz. É simples.
A liberdade tem limites. É uma regrinha básica que todos esquecem. Não se deve confundir liberdade com libertinagem, ou pior, com anarquia.
Quem se expressa no anonimato, se mascarando, está desrespeitando a Constituição, por isso não tem credibilidade para dizer algo nem reivindicar. Quem fere nossa Carta Magna, não pode cobrar nada de quem não a cumpre, no caso, nossos governantes. Máscaras somente no Carnaval, festa à fantasia ou na ficção. Na vida real, devemos nos lembrar da música do Cazuza, que retratou a geração pós-ditadura: “Brasil, mostra a tua cara”.
Como ele, eu escrevo e assino embaixo, sem medo de expressar o que penso.*PROFESSOR, ESCRITOR
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