A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

terça-feira, 30 de julho de 2013

SEJAM PROTAGONISTAS

ZERO HORA 29 de julho de 2013 | N° 17506

EDITORIAIS


Nos últimos dois dias de sua visita ao Brasil, o papa Francisco reiterou a sua principal mensagem aos participantes da Jornada Mundial da Juventude e aos jovens de todo o mundo. Sejam protagonistas!, disse o líder espiritual dos católicos diante de uma plateia estimada em 3 milhões de pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e de uma audiência incalculável em todo o planeta. Protagonistas, explicou o Pontífice, para construir um novo mundo, com entusiasmo, alegria e criatividade.

A mensagem serve para católicos e não católicos e tem especial valor para os brasileiros, que já vêm saindo às ruas nas últimas semanas para questionar valores deturpados pela ganância econômica e pelos interesses políticos. “Façam barulho!”, incentivou o Papa, convicto de que está pregando uma revolução do bem e de que é possível direcionar a imensa energia da juventude para a construção de uma sociedade mais humana e mais justa.

Ainda que aos mais céticos possa parecer uma utopia, a própria versão brasileira da JMJ chancela a esperança de que a juventude da comunicação plena possa mesmo edificar uma sociedade do diálogo e da solidariedade. Durante uma semana, sob mau tempo, milhares de jovens de várias nacionalidades conviveram pacificamente no Rio, desfilando com suas bandeiras e suas mensagens de paz e participando ativamente do grande evento que será repetido em 2016, na cidade polonesa de Cracóvia, segundo anúncio feito ontem pelo Sumo Pontífice – uma homenagem ao papa João Paulo II, em processo de canonização.

A edição brasileira não teve uma organização primorosa. Há registros de gastos exagerados, de falhas de transporte e comunicação e até mesmo de alguns incidentes desagradáveis, como roubos, furtos e conflitos com manifestantes. Mas, considerando-se a dimensão do evento, até que o Brasil se saiu bem, garantindo segurança plena às autoridades e proporcionando uma acolhida digna aos peregrinos de todas as nacionalidades.

Agora, resta esperar que os brasileiros recolham os ensinamentos desta grande manifestação popular para aperfeiçoar ainda mais a nossa hospitalidade, com vistas a outros eventos internacionais que o país receberá nos próximos anos. Da mesma maneira, também é desejável que autoridades públicas e líderes de todos os segmentos da sociedade passem a considerar a voz dos jovens, abrindo-lhes espaço e oportunidades para que sejam efetivamente protagonistas da própria história.

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