A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

NADA MUDA SEM VIOLÊNCIA


BRASIL SEM GRADES, Jul 10|13:44


Ernesto Oderich Sobrinho*


Os protestos que, nas últimas semanas, abalaram o Brasil vieram acompanhados de atos de violência que, segundo um jovem líder do movimento, é justificada pelas injustiças sofridas pela população pobre durante anos! Outros, mais velhos, alegam sua inevitabilidade lembrando os exemplos das Revoluções Americana, Francesa e Russa. Aos jovens lembro que a violência não consegue nem derrotar, nem vingar a pobreza! E aos mais velhos, que os casos citados foram verdadeiras revoluções que implicaram troca da origem do poder, passando-o de um grupo de privilegiados para todo um povo, convertendo cada indivíduo de súdito a cidadão! Acho incorreto comparar golpes e revoltas com revoluções, e talvez nem estas requeiram violência! Martin Luther King, liderando uma revolta, e Gandhi e Nelson Mandela à frente de revoluções, optaram pela forma pacífica!

A frase, repetida por muitos jovens, é atribuída a Trotsky: “Nada muda sem violência”. Vinda de um ícone admirado, achei importante examiná-la. Infelizmente não consegui descobrir nem quando nem em que contexto a teria proferido, o que não significa que não a teria dito! Mas encontrei um grande número de outras citações pertinentes que passo a apresentar, ainda que fora de contexto:

Uma bela e perigosa por envolver subjetividades: “Os fins justificam os meios desde que exista algo que justifique os fins!”;

Outra muito importante: “O crescimento histórico da humanidade tomado como um todo pode ser resumido como uma sucessão de vitórias da consciência sobre a força bruta – na natureza, na sociedade, e no próprio homem.”.O melhor que consegui sobre a frase em pauta – o que talvez seja prova a de que realmente foi dita -, encontrei em análise das “Reflexões sobre a Violência” de Georges Sorel (1908). Esta defende que Trotsky tinha em mente a “violência intelectual”, de natureza inteiramente diversa da brutalidade e dos atos de selvageria, por entender ser assim que os Capitalistas percebiam o Comunismo e o Socialismo: “antes de tudo, uma violência intelectual”! 

Concluindo, violência é opção. Dispensável!


Encerrando, mais duas citações:



Heráclito de Éfeso (535 a. C. – 475 a. C.): “A violência deliberada deve ser mais combatida que um incêndio!”;



James Joyce (1882 – 1941): "Questões que se resolvem com violência nunca ficam resolvidas”.

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* Ernesto Oderich Sobrinho é Engenheiro e Conselheiro da Brasil Sem Grades.


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