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segunda-feira, 1 de julho de 2013

PMRJ SEGURA MANIFESTANTES NO ENTORNO DO MARACANÃ


Polícia do Rio consegue segurar os manifestantes no entorno do Maracanã
Em Salvador, a manifestação liderada pelo Movimento Passe Livre terminou sem confrontos

01 de julho de 2013 | 2h 08

MARCELO GOMES, MARIANA DURÃO,TIAGO ROGERO E TIAGO DÉCIMO - O Estado de S.Paulo



RIO/SALVADOR- As manifestações ocorridas ontem no entorno do estádio do Maracanã foram marcadas por fortes diferenças. Pela manhã, em passeata de 5 mil pessoas pautada pelo bom humor, havia poucos mascarados, pessoas levavam bandeiras de partido sem serem hostilizadas e as reivindicações eram claras: contra a privatização do estádio. E na festa de encerramento do torneio antes de a bola rolar, dois voluntários que participavam da cerimônia estenderam uma faixa contra a privatização do Maracanã.



Alex Silva/Estadão
Homens do choque e o 'Caveirão' durante protestos no Rio



No fim da tarde, o clima era outro: não havia bandeira de partidos, muitos estavam encapuzados, vestidos de preto e havia animosidade contra a imprensa. Pouco antes do início do jogo, um grupo jogou pedras, garrafas e coquetéis molotov contra a polícia, provocando o confronto. Pelo menos três PMs e seis manifestantes ficaram feridos.

A manifestação marcada para a tarde reuniu 2,5 mil pessoas e também seguia pacífica, com apoio dos moradores, que balançavam bandeiras pelas janelas. Acompanhado por forte policiamento, o grupo deveria caminhar para a Praça Afonso Pena, onde ficaria a mais de dois quilômetros do Maracanã. Subitamente os manifestantes entraram na Rua São Francisco Xavier, um dos principais acessos ao estádio, causando corre-corre entre os PMs que formavam o cordão de isolamento à frenda passeata. A estação do metrô no local foi fechada. A 400 metros do Maracanã, foram impedidos de avançar por forte barreira policial.

A 26 minutos do início do jogo, um grupo começou a atacar os PMs, com pedras e garrafas. Um homem lançou coquetel molotov que chegou a incendiar a calça de um PM. Policiais que formavam a barreira e repórteres se refugiaram em um posto de gasolina. Os manifestantes continuaram a lançar bombas caseiras. "Sai daí ou vai morrer todo mundo", gritou um policial, para os que estavam no posto.

Homens do Choque e o blindado apelidado "caveirão" foram deslocados ao ponto do confronto. Os manifestantes foram repelidos com tiros de bala de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Em meio ao cenário de guerra, com barulho de bombas e muita fumaça, que fazia policiais e manifestantes sentirem-se mal, foi possível ouvir o grito da torcida em comemoração ao gol de Fred, no início do jogo.

Na entrada da área VIP do Maracanã os convidados e autoridades se queixavam que chegaram a sentir o cheiro das bombas de gás lacrimogêneo.

Quando a polícia avançou, os manifestantes se dividiram em três grupos. Parte seguiu pela Avenida Maracanã em direção à Praça Varnhagen, e colocou fogo em barricadas na Avenida Maracanã. Outros dois grupos fugiram em direções opostas da Rua São Francisco Xavier. A polícia passou a caçar os manifestantes pelas ruas da Tijuca e Maracanã. Alguns conseguiram abrigo em prédios. Na Rua Paula Britto, os PMs apreenderam 17 coquetéis molotov.

A manifestação foi acompanhada por representantes da OAB e da Defensoria Pública, a convite da PM. "Infelizmente a confusão partiu dos manifestantes, que jogaram bombas de gás e pedras contra os policiais", disse Henrique Guelber, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública, segundo mensagem publicada no Twitter do Comando de Operações Especiais (COE).

O que ninguém esperava é que em pleno gramado do Maracanã também haveria protestos. Dois voluntários que participavam da cerimônia de encerramento interromperam sua coreografia para esticar uma faixa onde se lia: "Imediata anulação da privatização do Maracanã". Em segundos, foram retirados.

Salvador. Terminou pacificamente a manifestação liderada pelo Movimento Passe Livre ontem, em Salvador, onde foi disputado o terceiro lugar. O protesto teve baixa adesão - cerca de mil pessoas. Os manifestantes saíram ao meio-dia da Praça do Campo Grande e caminharam até ao Dique do Tororó. Foram impedidos de avançar pela PM e encerraram o movimento.

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