ZERO HORA 12 de julho de 2013 | N° 17489
ARTIGOS
Artur Garrastazu Gomes-Ferreira*
Como resolvi não participar das manifestações da greve do dia 11, dirigi-me cedo pela manhã ao meu escritório, no centro de Porto Alegre. Vi no trajeto, a cada duas quadras, equipe de quatro brigadianos antepondo-se a grupelhos com bandeiras vermelhas das mais diversas siglas, que constrangiam as pessoas que transitavam nas ruas e que, de qualquer forma, não estivessem vinculadas à luta. Violência latente e potencial, clima de terrorismo explícito. Fui encarado duas vezes, por um bando de idiotas, a serviço sabe-se lá de quem. Não há democracia sem o respeito às instituições. E o que se vê é que ninguém mais respeita este Estado. Nem mesmo os chefes de seus poderes. Basta ver a farra dos jatinhos, poucos dias depois da forte demonstração dos cidadãos de intolerância com o mau uso do dinheiro público.
Na véspera da greve, a Justiça do Trabalho determinou que o transporte público operasse à meia capacidade, por se tratar de um serviço essencial. Impôs uma multa pífia de R$ 50 mil. Contudo, desde a madrugada, o que se viu foram atos de violência extrema praticados por paus-mandados dos destinatários da ordem judicial, justamente para paralisar totalmente o transporte, depredando ônibus e trens, inclusive fazendo vítimas entre os passageiros do trensurb, que queriam apenas exercer seu direito legítimo de não aderir à greve.
Duvido – e tenho certeza de que este é um sentimento sincero de todos – da legitimidade desta greve. Ela foi imposta a todos nós goela abaixo, através de intimidações, de uma ameaça velada de violência, de depredações. Este ânimo se me fez evidente no meu trajeto ao escritório, onde sitiado em minha sala, faço este desabafo!
O governo mostrou-se impotente para garantir a liberdade de ir e vir àqueles que, como eu, pretenderam exercer seu lídimo direito de não aderir à “luta”. Mostrou-se juridicamente incompetente ao sugerir uma assembleia constituinte para reforma parcial da Constituição. Revelou-se apartado dos anseios sociais ao propor o natimorto plebiscito. Demonstra a assombrosa intenção de estatizar o ser humano, ao pretender usurpar dois anos de vida dos jovens que desejarem exercer a medicina. O dia 11/07/13, com as ruas de Porto Alegre tomadas por bandos organizados para impor – com pleno êxito – uma paralisação espúria pelo terror, mostra perigosamente que o Estado está ruindo. Quem não se dá o respeito, dificilmente será respeitado.
*ADVOGADO
Como resolvi não participar das manifestações da greve do dia 11, dirigi-me cedo pela manhã ao meu escritório, no centro de Porto Alegre. Vi no trajeto, a cada duas quadras, equipe de quatro brigadianos antepondo-se a grupelhos com bandeiras vermelhas das mais diversas siglas, que constrangiam as pessoas que transitavam nas ruas e que, de qualquer forma, não estivessem vinculadas à luta. Violência latente e potencial, clima de terrorismo explícito. Fui encarado duas vezes, por um bando de idiotas, a serviço sabe-se lá de quem. Não há democracia sem o respeito às instituições. E o que se vê é que ninguém mais respeita este Estado. Nem mesmo os chefes de seus poderes. Basta ver a farra dos jatinhos, poucos dias depois da forte demonstração dos cidadãos de intolerância com o mau uso do dinheiro público.
Na véspera da greve, a Justiça do Trabalho determinou que o transporte público operasse à meia capacidade, por se tratar de um serviço essencial. Impôs uma multa pífia de R$ 50 mil. Contudo, desde a madrugada, o que se viu foram atos de violência extrema praticados por paus-mandados dos destinatários da ordem judicial, justamente para paralisar totalmente o transporte, depredando ônibus e trens, inclusive fazendo vítimas entre os passageiros do trensurb, que queriam apenas exercer seu direito legítimo de não aderir à greve.
Duvido – e tenho certeza de que este é um sentimento sincero de todos – da legitimidade desta greve. Ela foi imposta a todos nós goela abaixo, através de intimidações, de uma ameaça velada de violência, de depredações. Este ânimo se me fez evidente no meu trajeto ao escritório, onde sitiado em minha sala, faço este desabafo!
O governo mostrou-se impotente para garantir a liberdade de ir e vir àqueles que, como eu, pretenderam exercer seu lídimo direito de não aderir à “luta”. Mostrou-se juridicamente incompetente ao sugerir uma assembleia constituinte para reforma parcial da Constituição. Revelou-se apartado dos anseios sociais ao propor o natimorto plebiscito. Demonstra a assombrosa intenção de estatizar o ser humano, ao pretender usurpar dois anos de vida dos jovens que desejarem exercer a medicina. O dia 11/07/13, com as ruas de Porto Alegre tomadas por bandos organizados para impor – com pleno êxito – uma paralisação espúria pelo terror, mostra perigosamente que o Estado está ruindo. Quem não se dá o respeito, dificilmente será respeitado.
*ADVOGADO
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