A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O PAÍS BLOQUEADO

Bloqueio de estradas pelo MST
zero hora 04 de julho de 2013 | N° 17481

EDITORIAIS


Ainda que as manifestações pacíficas contribuam para revigorar a democracia, nem todas as ações podem ser consideradas nesse contexto. O bloqueio de rodovias, por exemplo, é uma atitude no mínimo questionável, pelos danos que causa à população. Num país que depende prioritariamente do transporte rodoviário, a interrupção de estradas representa até mesmo risco de vida para pessoas que precisam de atendimento médico ou de tratamento, provocando também prejuízos generalizados particularmente no caso do transporte de produtos perecíveis como leite e derivados, além de hortigranjeiros.

Certamente, sobram razões para insatisfação por parte de caminhoneiros e de outros líderes de movimentos – de índios e produtores rurais em disputa por terra a movimentos urbanos que, recentemente, bloquearam trechos de importantes rodovias do Estado. A liberdade de se manifestar, porém, não autoriza ninguém, por mais importante que seja a causa defendida, a restringir ou mesmo cassar o direito dos demais cidadãos de se locomover livremente.

No caso específico dos caminhoneiros, o protesto deflagrado na última segunda-feira em diferentes Estados, incluindo o Rio Grande do Sul, expõe a exagerada dependência brasileira a um único modal de transporte e a facilidade com que qualquer manifestante se atribui o direito de bloquear uma rodovia. Os excessos registrados nessas manifestações nos últimos dias chamam a atenção para a urgência de serem buscadas alternativas menos onerosas de frete. Ao mesmo tempo, alertam para o dever do poder público de – sem ignorar a legitimidade dos protestos – garantir direitos incontestáveis da sociedade, como o de ir e vir.


União cobra multa de R$ 6,3 milhões de caminhoneiros

Da Agência Brasil – 03/07/2013

Brasília – A União conseguiu na Justiça o bloqueio de mais de R$ 6,3 milhões do Movimento União Brasil Caminhoneiro. O valor corresponde ao pagamento de multa pela desobediência de decisão judicial do último domingo (30), que proíbe a paralisação de estradas federais em todo o país.

O valor ficará retido até o pagamento total da multa pela entidade. A decisão desrespeitada proibia a retenção do trânsito, sob pena de multa de R$ 10 mil por hora.

A decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro também determinou o aumento da multa diária para R$ 100 mil por hora. Segundo a Advocacia-Geral da União, a despeito da intimação do Movimento União Brasil Caminhoneiro, a determinação que proibiu as paralisações foi ‘absolutamente ignorada’, causando prejuízo à população.

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