ZERO HORA 15 de julho de 2013 | N° 17492
Renato Silvano Pulz*
Desde as primeiras manifestações populares muito já se falou sobre o fenômeno social e político. Todavia, afirmar que os manifestantes não sabem o que querem é tentar esvaziar o movimento. Um movimento que denuncia insatisfação e contrariedade contra um sistema que beneficia uns poucos e ilude a muitos. Se há muitas reivindicações é porque muitas são as carências. Em um cartaz que fotografei, em uma passeata, lia-se: Minha lista de reclamações não cabe neste cartaz. As várias pautas dizem respeito a uma coisa só, a falta de ética.
O que a população deseja é uma mudança de comportamento da classe política e daqueles que ocupam o poder público. Pois quando se reclama de 20 centavos, a crítica se dá pela falta de transparência da relação entre o público e o privado. Quando se grita pelos mínimos investimentos na educação e na saúde, é porque, a toda hora, se percebe recursos públicos desviados, destas áreas que deveriam ser prioridade de qualquer governo.
Por óbvio que uma mudança de atitude deve alcançar a todos e refletir uma nova consciência, um pensar coletivo, de que nossas ações refletem no cotidiano e na vida das outras pessoas. Há muito se faz alusão a um estilo de vida individualista em que cada um se preocupa com o próprio umbigo. É, pois, o que experimentamos, hoje, na política. Àqueles que foram eleitos para nos representar acabam por pensar nos seus interesses e desconsideram os reais motivos por que estão ocupando tão relevante função.
Mas, nessas discussões, confesso que senti falta das palavras meio ambiente, natureza ou ecologia. Em tempos de irregularidades em licenças ambientais, destruição de margens de rios, setores agropecuários ditando regras no Congresso, resoluções que, praticamente, legalizam o tráfico de animais silvestres, construções de hidrelétricas sem estudos de impacto ambiental etc. Lembro que passe livre de verdade é aquele que garante um futuro para nossos filhos.
Do rescaldo do que está acontecendo, e que ninguém sabe aonde vai dar, torcemos para que fique o espírito crítico e a capacidade de indignação com a injustiça e a corrupção. Que o Dia Nacional de Lutas seja um marco inicial de uma nova história. Pois, até para quem não é um grande observador, salta aos olhos que o novo milênio começa com movimentos populares, apesar das diferentes motivações. Podemos ainda não ter o diagnóstico, mas temos um sintoma, indicando que algo está errado.
Desde as primeiras manifestações populares muito já se falou sobre o fenômeno social e político. Todavia, afirmar que os manifestantes não sabem o que querem é tentar esvaziar o movimento. Um movimento que denuncia insatisfação e contrariedade contra um sistema que beneficia uns poucos e ilude a muitos. Se há muitas reivindicações é porque muitas são as carências. Em um cartaz que fotografei, em uma passeata, lia-se: Minha lista de reclamações não cabe neste cartaz. As várias pautas dizem respeito a uma coisa só, a falta de ética.
O que a população deseja é uma mudança de comportamento da classe política e daqueles que ocupam o poder público. Pois quando se reclama de 20 centavos, a crítica se dá pela falta de transparência da relação entre o público e o privado. Quando se grita pelos mínimos investimentos na educação e na saúde, é porque, a toda hora, se percebe recursos públicos desviados, destas áreas que deveriam ser prioridade de qualquer governo.
Por óbvio que uma mudança de atitude deve alcançar a todos e refletir uma nova consciência, um pensar coletivo, de que nossas ações refletem no cotidiano e na vida das outras pessoas. Há muito se faz alusão a um estilo de vida individualista em que cada um se preocupa com o próprio umbigo. É, pois, o que experimentamos, hoje, na política. Àqueles que foram eleitos para nos representar acabam por pensar nos seus interesses e desconsideram os reais motivos por que estão ocupando tão relevante função.
Mas, nessas discussões, confesso que senti falta das palavras meio ambiente, natureza ou ecologia. Em tempos de irregularidades em licenças ambientais, destruição de margens de rios, setores agropecuários ditando regras no Congresso, resoluções que, praticamente, legalizam o tráfico de animais silvestres, construções de hidrelétricas sem estudos de impacto ambiental etc. Lembro que passe livre de verdade é aquele que garante um futuro para nossos filhos.
Do rescaldo do que está acontecendo, e que ninguém sabe aonde vai dar, torcemos para que fique o espírito crítico e a capacidade de indignação com a injustiça e a corrupção. Que o Dia Nacional de Lutas seja um marco inicial de uma nova história. Pois, até para quem não é um grande observador, salta aos olhos que o novo milênio começa com movimentos populares, apesar das diferentes motivações. Podemos ainda não ter o diagnóstico, mas temos um sintoma, indicando que algo está errado.
*PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
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