A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

domingo, 30 de junho de 2013

ACUADO, O PODER PÚBLICO REAGIU



ZERO HORA 30 de junho de 2013 | N° 17477

PANELA DE PRESSÃO

CLEIDI PEREIRA

Executivos e Legislativos de todo o país foram obrigados na última semana a dar respostas rápidas à população, tentando atender a parte das reivindicações que brotam das ruas.

Alvos dos protestos que ocorrem em série pelo país, Congresso, Planalto e Piratini curvaram-se às vozes das ruas. Os poderes Executivos e Legislativos deram largada, na última semana, em uma agenda positiva que promete se estender pelos próximos dias. Tudo para acalmar os ânimos dos manifestantes, que pedem mais atenção à saúde, à educação e à segurança, combate à corrupção e transporte público de qualidade.

As ações tiveram início alguns dias depois do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em rede nacional. Ao quebrar um hiato de silêncio, a petista disse que as vozes das ruas deveriam ser ouvidas. O recado, pelo jeito, não foi ignorado.

A derrubada da PEC 37, a aprovação dos royalties do petróleo para educação e saúde, projetos de passe livre estadual e nacional são algumas das respostas às reivindicações. Propostas engavetadas no Senado e na Câmara dos Deputados – como a reforma política e a ficha limpa para servidores – também voltaram a andar. Na quinta-feira, ao anunciar tarifa zero para estudantes que utilizam transporte intermunicipal, o governador Tarso Genro disse que a medida não deveria ser encarada como “uma benesse do Estado, mas como uma vitória do movimento”.

Para o cientista político Paulo Moura, coordenador do curso de Ciências Sociais da Ulbra, os últimos acontecimentos podem ser resumidos em uma única palavra: medo.

– Todos os políticos ou pessoas que estão em algum cargo de poder no país se assustaram, ficaram com medo das pessoas nas ruas. Eles estão desesperados para desfazer demandas rapidamente, com o objetivo de cessar as pressões das manifestações – avalia.

Moura considera importantes as medidas adotadas até agora, mas insuficientes para arrefecer o movimento. Ele pondera que os atos tendem a se esvaziar a curto prazo. No entanto, aposta que os espasmos de insatisfação, com forte adesão, terão prosseguimento ao longo deste e do próximo ano.

– Existe um cenário econômico no país que manterá a população insatisfeita com os governos e com os políticos: inflação, elevação de juros, perspectiva de desemprego, estagnação da economia e baixa qualidade dos serviços públicos.

Na sexta-feira, em discurso na tribuna, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que os jovens estão indo às ruas para discutir um novo Brasil.

– Eles aproveitam a tecnologia moderna, a novidade que está revolucionando o mundo.



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