ZERO HORA 24 de junho de 2013 | N° 17471
ESTRATÉGIA
Preocupação dos órgãos de segurança pública é identificar, entre os manifestantes pacíficos, a presença de criminosos, que se aproveitam da situação para saques, furtos e roubos.
Orecrudescimento dos saques e das depredações durante os protestos é, momentaneamente, a principal preocupação na área da segurança pública em Porto Alegre. Autoridades estudam novas formas de conter os vândalos e identificar quem incita a violência. Uma reunião hoje pela manhã deverá definir a estratégia.
A Brigada Militar (BM) tem conseguido impedir ataques a alvos previamente definidos pelos grupos mais radicais. Agora, precisará traçar uma tática que evite ou amenize o quebra-quebra.
Uma das ações previstas é ampliar o número de policiais – civis e militares– entre a multidão, na passeata prevista para hoje. Os serviços de inteligência das duas corporações vêm monitorando passos de quem considera os fomentadores da violência. Fotos, nomes, dados pessoais são catalogados, além de rastreamento de diálogos e mensagens por meio das redes sociais.
Todo o material coletado tem sido destinado para o Departamento de Polícia Metropolitana, que designou uma equipe com delegado e agentes, atuando exclusivamente na apuração destes fatos.
– Estamos de olho nestas pessoas, que fazem parte da minoria dos manifestantes, tentando distinguir quem é quem – afirma o coronel Silanus Mello, subcomandante-geral da BM.
O entendimento das forças de segurança é de que, como os alvos declarados para depredações estão sendo protegidos, arruaceiros estão atacando outros estabelecimentos.
Detidos não têm ligações ideológicas
A BM entende que existem dois tipos de depredadores bem definidos. Os que quebram por má índole e os criminosos comuns, que se aproveitam da situação para roubos, furtos e saques. Entre os 12 jovens presos durante as duas passeatas levados para o Presídio Central de Porto Alegre, nenhum teria ligação com grupos de ideologia radical. Os dois presos na quinta-feira foram autuados em flagrante, um por furto e dano e outro por roubo de um celular – esse era o único que seguia recolhido ao Central até o final de semana.
A BM deverá ter uma atenção especial hoje à tarde na área da Avenida Azenha, foco de vandalismo generalizado em lojas, na quinta-feira. Comerciantes do bairro estiveram reunidos com o comando do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM), responsável pelo patrulhamento na região, onde foram alinhavadas medidas de prevenção.
Conforme o tenente-coronel Altemir Lima, comandante da unidade, os saqueadores das lojas são criminosos conhecidos da polícia e serão reprimidos.
– São delinquentes que não participaram da marcha. Já estavam ali, reunidos, e depois da chegada dos manifestantes começaram os saques – garantiu Lima, após a reunião.
O segredo sobre as ações da BM faz parte da tática para evitar vazamentos como ocorreu na quinta-feira. Para aquele dia, a polícia havia anunciado que ampliaria o uso do policiamento montado, e os manifestantes decidiram dividir a marcha em três grupos, um deles seguindo por dentro do Túnel da Conceição. O trecho é inadequado para cavalos e, em meio à multidão, os animais poderiam se assustar e avançar sobre as pessoas, provocando acidentes. Até ontem à noite, segundo a Corregedoria da BM, nenhuma queixa havia sido registrada por suposto abuso de autoridade.
DISPERSÃO DE MULTIDÕES - Diferenças entre as armas não letais usadas pelas polícias durante protestos
BOMBAS DE EFEITO MORAL - São as chamadas bombas de luz e som, com função de desorientar as pessoas. Ao explodir, produzem som e luz intensos. O estrondo atordoa, e o clarão produz um facho de luz que obscurece a visão por alguns instantes.
SPRAY DE PIMENTA - Agente químico usado para conter um número menor de pessoas. Causa irritação no rosto. Se a pessoa atingida estiver suada, o líquido do spray, em contato com a pele, provoca ardência.
Fonte: Fontes: Nelson Düring, especialista em segurança e editor do site Defesa.net, e Brigada Militar
TÁTICA POLICIAL No protesto de quinta-feira, a Brigada Militar conseguiu evitar a depredação de alvos previamente definidos, mas não conteve quebra-quebra em lojas
ESTRATÉGIA
Preocupação dos órgãos de segurança pública é identificar, entre os manifestantes pacíficos, a presença de criminosos, que se aproveitam da situação para saques, furtos e roubos.
Orecrudescimento dos saques e das depredações durante os protestos é, momentaneamente, a principal preocupação na área da segurança pública em Porto Alegre. Autoridades estudam novas formas de conter os vândalos e identificar quem incita a violência. Uma reunião hoje pela manhã deverá definir a estratégia.
A Brigada Militar (BM) tem conseguido impedir ataques a alvos previamente definidos pelos grupos mais radicais. Agora, precisará traçar uma tática que evite ou amenize o quebra-quebra.
Uma das ações previstas é ampliar o número de policiais – civis e militares– entre a multidão, na passeata prevista para hoje. Os serviços de inteligência das duas corporações vêm monitorando passos de quem considera os fomentadores da violência. Fotos, nomes, dados pessoais são catalogados, além de rastreamento de diálogos e mensagens por meio das redes sociais.
Todo o material coletado tem sido destinado para o Departamento de Polícia Metropolitana, que designou uma equipe com delegado e agentes, atuando exclusivamente na apuração destes fatos.
– Estamos de olho nestas pessoas, que fazem parte da minoria dos manifestantes, tentando distinguir quem é quem – afirma o coronel Silanus Mello, subcomandante-geral da BM.
O entendimento das forças de segurança é de que, como os alvos declarados para depredações estão sendo protegidos, arruaceiros estão atacando outros estabelecimentos.
Detidos não têm ligações ideológicas
A BM entende que existem dois tipos de depredadores bem definidos. Os que quebram por má índole e os criminosos comuns, que se aproveitam da situação para roubos, furtos e saques. Entre os 12 jovens presos durante as duas passeatas levados para o Presídio Central de Porto Alegre, nenhum teria ligação com grupos de ideologia radical. Os dois presos na quinta-feira foram autuados em flagrante, um por furto e dano e outro por roubo de um celular – esse era o único que seguia recolhido ao Central até o final de semana.
A BM deverá ter uma atenção especial hoje à tarde na área da Avenida Azenha, foco de vandalismo generalizado em lojas, na quinta-feira. Comerciantes do bairro estiveram reunidos com o comando do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM), responsável pelo patrulhamento na região, onde foram alinhavadas medidas de prevenção.
Conforme o tenente-coronel Altemir Lima, comandante da unidade, os saqueadores das lojas são criminosos conhecidos da polícia e serão reprimidos.
– São delinquentes que não participaram da marcha. Já estavam ali, reunidos, e depois da chegada dos manifestantes começaram os saques – garantiu Lima, após a reunião.
O segredo sobre as ações da BM faz parte da tática para evitar vazamentos como ocorreu na quinta-feira. Para aquele dia, a polícia havia anunciado que ampliaria o uso do policiamento montado, e os manifestantes decidiram dividir a marcha em três grupos, um deles seguindo por dentro do Túnel da Conceição. O trecho é inadequado para cavalos e, em meio à multidão, os animais poderiam se assustar e avançar sobre as pessoas, provocando acidentes. Até ontem à noite, segundo a Corregedoria da BM, nenhuma queixa havia sido registrada por suposto abuso de autoridade.
DISPERSÃO DE MULTIDÕES - Diferenças entre as armas não letais usadas pelas polícias durante protestos
BOMBAS DE EFEITO MORAL - São as chamadas bombas de luz e som, com função de desorientar as pessoas. Ao explodir, produzem som e luz intensos. O estrondo atordoa, e o clarão produz um facho de luz que obscurece a visão por alguns instantes.
GÁS LACRIMOGÊNEO - A fumaça lançada causa irritação e ardência nos olhos, no nariz, na boca e nos pulmões, prejudicando a respiração e provocando tosse, espirro e lágrimas.
SPRAY DE PIMENTA - Agente químico usado para conter um número menor de pessoas. Causa irritação no rosto. Se a pessoa atingida estiver suada, o líquido do spray, em contato com a pele, provoca ardência.
Fonte: Fontes: Nelson Düring, especialista em segurança e editor do site Defesa.net, e Brigada Militar
TÁTICA POLICIAL No protesto de quinta-feira, a Brigada Militar conseguiu evitar a depredação de alvos previamente definidos, mas não conteve quebra-quebra em lojas
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