24 de junho de 2013 | N° 17471
EDITORIAIS
Há um contraste evidente entre o protagonismo jovem de quem sai às ruas com cartazes criativos, orgulhoso de participar de um momento histórico do país, e a fúria destruidora de anarquistas e radicais, que estão comprometendo o movimento com atos delinquentes. Ao rejeitar a presença de partidos políticos e ao gritar contra a violência, os verdadeiros manifestantes demonstram que querem soluções novas para o país. Já os vândalos infiltrados no movimento alguns dos quais a serviço de ideologias fundamentalistas usam a multidão para perpetuar ações covardes contra alvos indefesos e mesmo contra as forças policiais que tentam proteger a população, o patrimônio público e a propriedade privada.
Felizmente, os mesmos meios massificados de comunicação dos quais a população dispõe hoje para se informar, tanto sobre as mobilizações quanto para saber o que está em jogo no momento, contribuem também para um discernimento claro sobre quem está nas ruas. De um lado, estão multidões dispostas a lutar por demandas há muito represadas, além da passagem de ônibus – desde mais atenção à saúde e à educação até uma mudança radical na forma como instituições e partidos políticos se relacionam hoje com a sociedade. De outro, militantes de organizações que, sob a mesma alegação de não se sentirem representados pelos partidos políticos, optam por formas radicais de atuação, como a de partir direto para o quebra-quebra. O que torna essa estratégia ainda mais preocupante é a particularidade de atrair arruaceiros e – como demonstram as imagens que muitos deles se irritam ao ver disseminadas – até mesmo saqueadores e ladrões.
O resultado concreto é que, num número cada vez maior de cidades pelo país, os votos por um Brasil melhor, gritados nos refrãos dos manifestantes e expostos em cartazes marcados pela criatividade juvenil, vêm sendo abafados em parte pelos efeitos da selvageria. Por mais solidários que sejam ao movimento e às causas, os brasileiros não têm como se conformar com prédios públicos depredados e invadidos, inclusive os de valor histórico, com bancos e casas de comércio saqueados, com muros pichados, com carros danificados e incendiados, com confrontos desgastantes e onerosos com as forças policiais. São atos de alto custo financeiro para os brasileiros e que acabam impactando mobilizações democráticas como as espalhadas pelo país.
Depois de uma conquista histórica como a volta atrás nas tarifas de ônibus urbanos por parte de um número cada vez maior de administradores públicos, mas também preocupadas com a violência, algumas organizações começam a se retirar das ruas. A primeira a tomar a decisão foi o Movimento Passe Livre (MPL), de São Paulo, também uma das pioneiras nos protestos pelo país. Hostilizados, integrantes de partidos políticos começam a rever sua forma de atuação nesses atos. Depois de conquistarem a sociedade e alcançarem os primeiros ganhos, as manifestações de rua não podem permitir que o vandalismo se sobreponha às boas intenções.
O país já vem arcando com um custo elevado em consequência das mobilizações, que interferem nas decisões dos investidores e afetam compromissos assumidos internacionalmente, incluindo os de caráter polêmico relacionados à Copa. O direito de discordar, porém, não dá margem a qualquer tipo de agressão que venha a pôr em risco um sonho sonhado por tantos brasileiros.
EDITORIAIS
Há um contraste evidente entre o protagonismo jovem de quem sai às ruas com cartazes criativos, orgulhoso de participar de um momento histórico do país, e a fúria destruidora de anarquistas e radicais, que estão comprometendo o movimento com atos delinquentes. Ao rejeitar a presença de partidos políticos e ao gritar contra a violência, os verdadeiros manifestantes demonstram que querem soluções novas para o país. Já os vândalos infiltrados no movimento alguns dos quais a serviço de ideologias fundamentalistas usam a multidão para perpetuar ações covardes contra alvos indefesos e mesmo contra as forças policiais que tentam proteger a população, o patrimônio público e a propriedade privada.
Felizmente, os mesmos meios massificados de comunicação dos quais a população dispõe hoje para se informar, tanto sobre as mobilizações quanto para saber o que está em jogo no momento, contribuem também para um discernimento claro sobre quem está nas ruas. De um lado, estão multidões dispostas a lutar por demandas há muito represadas, além da passagem de ônibus – desde mais atenção à saúde e à educação até uma mudança radical na forma como instituições e partidos políticos se relacionam hoje com a sociedade. De outro, militantes de organizações que, sob a mesma alegação de não se sentirem representados pelos partidos políticos, optam por formas radicais de atuação, como a de partir direto para o quebra-quebra. O que torna essa estratégia ainda mais preocupante é a particularidade de atrair arruaceiros e – como demonstram as imagens que muitos deles se irritam ao ver disseminadas – até mesmo saqueadores e ladrões.
O resultado concreto é que, num número cada vez maior de cidades pelo país, os votos por um Brasil melhor, gritados nos refrãos dos manifestantes e expostos em cartazes marcados pela criatividade juvenil, vêm sendo abafados em parte pelos efeitos da selvageria. Por mais solidários que sejam ao movimento e às causas, os brasileiros não têm como se conformar com prédios públicos depredados e invadidos, inclusive os de valor histórico, com bancos e casas de comércio saqueados, com muros pichados, com carros danificados e incendiados, com confrontos desgastantes e onerosos com as forças policiais. São atos de alto custo financeiro para os brasileiros e que acabam impactando mobilizações democráticas como as espalhadas pelo país.
Depois de uma conquista histórica como a volta atrás nas tarifas de ônibus urbanos por parte de um número cada vez maior de administradores públicos, mas também preocupadas com a violência, algumas organizações começam a se retirar das ruas. A primeira a tomar a decisão foi o Movimento Passe Livre (MPL), de São Paulo, também uma das pioneiras nos protestos pelo país. Hostilizados, integrantes de partidos políticos começam a rever sua forma de atuação nesses atos. Depois de conquistarem a sociedade e alcançarem os primeiros ganhos, as manifestações de rua não podem permitir que o vandalismo se sobreponha às boas intenções.
O país já vem arcando com um custo elevado em consequência das mobilizações, que interferem nas decisões dos investidores e afetam compromissos assumidos internacionalmente, incluindo os de caráter polêmico relacionados à Copa. O direito de discordar, porém, não dá margem a qualquer tipo de agressão que venha a pôr em risco um sonho sonhado por tantos brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário