A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

APÓS ATO, VANDALISMO

ZERO HORA 28/06/2013 | 07h03

Após ato na Praça da Matriz, Porto Alegre tem noite de depredação de lojas, carros e contêineres
Oito pessoas foram detidas, dois policiais militares e uma adolescente ficaram feridos e cinco contêineres de lixo foram depredados



Foto: Montagem sobre fotos de Adriana Franciosi, Anderson Fetter e Cristiano Goulart


O protesto em Porto Alegre que começou nesta quinta-feira na Praça da Matriz como uma espécie de festa junina, com cerca de 5 mil participantes, terminou novamente com depredações por um grupo dos manifestantes e arrastões na região central. Agentes da Brigada Militar revidaram com bombas de gás contra os vândalos. Oito pessoas foram detidas, dois policiais militares e uma adolescente ficaram feridos e cinco contêineres de lixo foram depredados.

Marcado para as 18h, o protesto tinha quentão para espantar o frio, pipoca, algodão doce, churros e vendedores de bebida. Durante a festança, os manifestantes faziam as suas reivindicações ao som de rock, samba e reggae de bandas em cima de um trio elétrico. Dois amigos e colegas de trabalho, os técnicos de informática, Daniel Martins, 26 anos, e Ariel Varriento, 23, seu uniram para distribuir 700 rosas no Centro.

Às 19h30min o governador Tarso Genro recebeu 11 integrantes doBloco de Luta pelo Transporte Público. Durante a reunião, noPalácio do Piratini, os manifestantes pediram apoio do governo para identificar o grupo de neonazistas que está se infiltrando no movimento. Explicando que esta era uma demanda do governo, Tarso confirmou que passará a investigar quem são estas pessoas.

Por volta das 20h30min, o pesadelo voltou a se materializar. O estopim do confronto foi uma correria provocada por gangue que voltou a percorrer as ruas da cidade promovendo saques e destruição. Um grupo de cerca de 200 jovens usando panos pretos no rosto, aos gritos de "protesto não é festa", jogou pedras nos policiais e contra o Palácio da Justiça. Os PMs usaram bombas de efeito moral contra o grupo, o que provocou intensa correria na área central da cidade.

Um grupo que saiu da Praça da Matriz desceu a Rua Jerônimo Coelhovirando contêineres e quebrando carros. Seguiu depois pela Rua Marechal Floriano, desceu até o Largo Zumbi dos Palmares. Quebrou janelas de um hotel e arrombou cortinas de ferro de uma loja. Na Rua Demétrio Ribeiro, entraram em confronto com frequentadores de um bar que assistiam futebol na TV. Os vândalos foram escorraçados.

Na Travessa do Carmo os vândalos queimaram um contêiner, mas foram expulsos por moradores, que desceram com tacos de beisebol e facões. Ainda no Centro, uma jovem ativista desmaiou e um PM, ao tentar socorrê-la, foi apedrejado. Os dois foram atendidos no Hospital de Pronto Socorro (HPS).

Na Avenida Loureiro da Silva, um grupo de cinco adolescentes combinava a depredação. Uns queriam ir para a Avenida João Pessoa, outros ficar ali.

O grupo topou com a cavalaria da BM na Avenida João Pessoa e correu para dentro do Parque da Redenção. Outro grupo de 40 suspeitos foi encurralado na Rua Luís Afonso e revistado, contra a parede. Na Rua Otávio Correa, um grupo de servidores de universidade fazia uma reunião quando um bando de duas centenas de arruaceiros passou. Eles depredaram mais de uma dezena de veículos.

Vários estabelecimentos comerciais só não foram saqueados porque seguranças impediram. O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, confirmou que muitas lojas estavam com guardas, mesmo com as cortinas fechadas, e outros colocaram equipes também na rua. Comerciantes protegeram as fachadas com placas de compensado e outros com sacos de areia, formando uma barreira interna para dificultar o acesso dos criminosos.

Nenhum comentário: