A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

CONFRONTO AO REDOR DO MINEIRÃO


O GLOBO - Atualizado:26/06/13 - 18h16

Grupo de manifestantes e PM entram em confronto próximo ao Mineirão. Uma pessoa ficou ferida ao cair de um viaduto; vândalos quebram lojas de carros e incendeiam móveis

EZEQUIEL FAGUNDES, 
PEDRO MOTTA GUEIROS E 
CARLOS EDUARDO MANSUR


BELO HORIZONTE – Manifestantes e a Polícia Militar entraram em confronto na tarde desta quarta-feira na Avenida Antônio Carlos, na Região da Pampulha, próximo ao Mineirão, em Belo Horizonte, onde jogam Brasil e Uruguai pela Copa das Confederações. Um jovem de 21 anos, identificado apenas como B.H.O., ficou ferido ao cair do Viaduto José Alencar e foi levado em estado grave para o Hospital João XXIII, após ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros. A PM usou bombas de gás para dispersar quem tentou derrubar as grades instaladas em um dos acessos ao estádio. Segundo a PM, pelo menos 50 mil pessoas participam do protesto. Por enquanto, 24 foram presas. Em Brasília, a manifestação começou ainda há pouco.

Um grupo de vândalos voltou a depredar a concessionária Grande Minas, na esquina da Avenida Antônio Carlos com a Avenida Abrahão Caram, que já havia sido danificada no protesto realizado no último dia 22. Outras quatros lojas – da Kia Motors, Hyundai, e Volkswagen também foram atacadas. O manifestantes incendiaram móveis retirados das concessionárias, gerando pelo menos três grandes focos de incêndio, que ameaçam os prédios.

Os manifestantes conseguiram retirar partes das grades, que de acordo com a polícia, foram colocadas para isolar o acesso dos manifestantes ao Mineirão. O raio de proteção estipulado é dois quilômetros, como determina a Fifa. Alguns manifestantes também atiraram pedras e coquetéis molotov contra os policiais. A repórter Tahiane Stochero, do site G1, foi atingida por uma pedrada nas costas, mas passa bem. Enquanto isso, na Avenida Antônio Carlos, o protesto segue sem confrontos.

Mesmo com previsão das autoridades de o protesto ser maior do que o da semana passada, a Polícia Militar mineira desistiu de montar uma barreira de policiais na Avenida Abrahão Caram, perto do estádio. A via já foi palco para dois confrontos. De acordo com a PM, 14 pessoas foram presas; algumas portavam bolas de gude, barras de ferro, bolas de chumbo, mascaras de gás e proteção peitoral. Sete foram detidos no centro e um na periferia.

A polícia chegou a recomendar aos manifestantes que não se deslocassem para o estádio. De acordo com o governo, 5.567 policiais farão a segurança na capital. Além do contingente da PM, 1.500 soldados do Exército estão de prontidão em cinco pontos estratégicos, próximos ao patrimônio público da União.

Dessa forma, os militares vão ficar posicionados na avenida acompanhando o protesto à distância. A mudança de estratégia foi anunciada na noite de terça-feira pela governador Antonio Anastasia (PSDB). Durante quase quatro horas, Anastasia se reuniu com membros do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa do Mundo (Copac). O grupo protesta contra as desapropriações dos moradores retirados para a realização de obras viárias.

Além do uso da grade, ficou acertado que a PM só vai reagir se for agredida. Em entrevista coletiva, o governador afirmou que a polícia foi orientada a atuar em favor da livre manifestação.

— É nosso dever dar segurança aos manifestantes, a todas as pessoas e reiterar que a manifestação deva ocorrer de maneira pacífica, tranquila, serena — afirmou.

Dez jovens participaram da reunião no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo estadual. Uma nova reunião com o governador e o Copac foi acertada. No encontro ficou decidido ainda que, durante o ato desta quarta-feira, uma comissão formada por representantes da polícia e do movimento vai acompanhar a manifestação.

Um pequeno grupo de manifestantes foi à porta do hotel onde estava a seleção brasileira, usando megafones e gritando palavras de ordem contra o investimento para a Copa do Mundo. Outro grupo abriu faixas. Uma delas pedia que os jogadores não entrassem em campo hoje: “Nosso povo está morrendo. Não joguem”, diz um dos cartazes. Uma barreira de policiais foi formada na entrada do hotel. Além do protesto perto do Mineirão, manifestantes também bloquearam cinco rodovias de Minas Gerais pela manhã.


ZERO HORA ONLINE 26/06/2013 | 17h56

Manifestantes entram em confronto com a polícia ao redor do Mineirão. No final da tarde, um grupo de vândalos invadiu e ateou fogo em uma concessionária na região da Pampulha


Cerca de 50 mil manifestantes marcharam 10 quilômetros até o Estádio do Mineirão
Foto: Lauro Alves / Agencia RBS


Manifestantes entraram em confronto com a polícia no entorno do Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira. O tumulto começou por volta das 15h30min, pouco antes da Seleção Brasileira entrar em campo para enfrentar o time do Uruguai na semifinal da Copa das Confederações.

Um cordão de isolamento foi montado ao redor do estádio pela polícia, mas esta separação não foi respeitada pelos manifestantes, quando eles chegaram na região da Pampulha.

Com o rosto coberto por uma camiseta, um grupo atirou pedras contra os agentes policiais — cerca de 5 mil agentes fazem a segurança do local. Houve correria entre os cerca de 50 mil manifestantes que estavam ao redor do estádio. A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Um helicóptero da Brigada Militar sobrevoou a região.

Por volta das 16h30min, as grades de segurança foram retiradas pelos vândalos e empilhadas nas vias ao redor do estádio.

Por volta das 17h, um manifestante caiu do viaduto que cruza as avenidas Presidente Antônio Carlos e Antônio Abrahão Caram. Segundo a Globonews, não se sabia a gravidade dos ferimentos da pessoa que foi encaminahda a um dos hospitais da capital mineira.

Mais tarde, um grupo de vândalos invadiu e ateou fogo em uma concessionária na região da Pampulha. Portas e vidros do estabelecimento comercial foram quebrados. Sem a presença da polícia e com o caos instaurado, os vândalos passaram a saquear as lojas da redondeza.

Recife e Brasília também tiveram protestos na tarde desta quarta-feira — só que ambas as manifestações foram pacíficas até as 18h.

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