PORTO ALEGRE - ATO 3 - O VANDALISMO
Grupo se separou da manifestação e depredou bairro boêmio, dando início a vandalismo que se espalhou pela cidade
Minorias extremadas voltaram a se infiltrar no protesto pacífico de milhares de porto-alegrenses, na noite de ontem, reprisando as cenas de violência que já haviam ocorrido no ato de quinta-feira. Em ações isoladas e sob a contrariedade da multidão que marchou em ordem, promoveram saques e depredações na Cidade Baixa e no Centro Histórico – os mais castigados.
As primeiras arruaças atingiram a Cidade Baixa, o reduto boêmio de Porto Alegre. Em torno das 19h30min, uma turma de 60 a cem jovens se descolou do grosso da manifestação e deflagrou o vandalismo. Na Rua José do Patrocínio, passaram a arremessar pedras contra agentes de trânsito que estavam em motocicletas.
Um ativista pediu calma. Foi cercado pelos baderneiros, sofreu pontapés e socos. Antes que o número de agressores aumentasse, conseguiu se desvencilhar e fugir com ferimentos leves. O mesmo grupo se voltou contra restaurantes e bares, cujos donos haviam fechado por precaução, quebrando vidraças e amassando portas. Ao longo da Rua João Alfredo, arrombaram e saquearam automóveis estacionados, além de danificar motocicletas. Um Corsa teve pneus e o rádio roubados. Um coquetel molotov estourou no calçamento, mas não houve incêndio.
Houve um intervalo de calmaria, mas o vandalismo retornou por volta das 22h. Na Avenida André da Rocha, jovens empurraram seis contêineres de lixo para o meio da pista, para deter policiais militares que vinham no encalço. Do alto dos prédios, moradores xingaram:
– Vai fazer isso na tua rua!
Irritados, os baderneiros ameaçaram:
– Vem cá, vamos sair no braço, vou te mostrar.
No meio da discussão, com direito a palavrões e impropérios, lançaram rojões contra a sacada dos edifícios de onde vinham as reclamações.
Em outro episódio, moradores da Rua José do Patrocínio revidaram atos de vandalismo na rua com garrafas arremessadas dos prédios.
Os indícios de que a segunda-feira seria tumultuada já surgiram no começo da manifestação. Desgarrados da passeata, jovens cometiam pequenos excessos. Pela Avenida Mauá, enquanto tomavam vinho, vodca ou cachaça, batiam à porta dos prédios. No Gasômetro, um deles arremessou uma pedra contra um painel. Ensaiaram depredar o local, mas ouviram vaias. Voltaram à carga no bicicletário público. Um deles quis levar uma bike, mas foi contido por outros jovens. Era só o começo de depredações que iriam se espalhar pela área central da Capital.
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