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sexta-feira, 7 de junho de 2013

AUMENTO DE PASSAGENS EM SP: PROTESTO E CONFRONTO

FOLHA.COM 07/06/2013 - 19h55

Manifestantes deixam a marginal, mas continuam ato em Pinheiros

DE SÃO PAULO
Atualizado às 20h22.

A marginal Pinheiros foi liberada para o tráfego por volta das 19h40 desta sexta-feira após um grupo de cerca de 4.000 pessoas invadir a via durante um protesto contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trem. O ato, porém, continua por ruas da região Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Por volta das 19h40, os manifestantes estavam na Professor Frederico Hermann Júnior, que estava totalmente bloqueada. O grupo havia se concentrado ainda no início da tarde na avenida Faria Lima e seguiu pela avenida Eusébio Matoso até a marginal Pinheiros. Eles não informaram, porém, qual o destino final do protesto.

Policiais que acompanham os manifestantes usam bombas de gás lacrimogênio e tiros de borrachas para dispersar os cerca de 4.000 manifestantes . A Via Quatro, que administra as estações da linha 4-amarela do metrô, por onde os manifestantes passaram, disse que não houve nenhum dano no local.

Os manifestantes fazem pichações por onde passa a manifestação. A fumaça das bombas de gás lançadas pela PM chegou a se espalhar em direção à estação Pinheiros do metrô, lotada de passageiros que assistiam à distância a manifestação.

Ontem, o Movimento Passe Livre promoveu uma manifestação com o mesmo tema na região central da cidade. O protesto, porém, acabou resultando em confronto e deixou um rastro de vandalismo em avenidas como a 23 de Maio, a Nove de Julho e Paulista. Com isso, 15 pessoas foram detidas.

Segundo Marcelo Hotmimsky, 19, um dos organizadores da manifestação, os atos que ocorreram na Paulista foram consequência da repressão policial. "A partir do momento que a polícia reprime, a situação fica incontrolável. Os manifestantes foram atingidos por bombas e balas de borracha. Eles apenas se defenderam".


Fabio Braga/FolhapressAnteriorPróxima
Manifestante picha escada rolante durante protesto

TRÂNSITO

A cidade de São Paulo já registrou mais cedo a terceira maior lentidão do ano. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), eram 226 km de filas às 18h30, o que corresponde a 26,1% dos 868 km de vias monitoradas. O mesmo índice se repetiu as 19h.

Por volta das 20h, a lentidão já tinha caído, mas permanecia acima da média. Eram 151 km de retenção, o que representa 17,4% dos 868 km de vias monitoradas. A média do horário é de 13,7%.

A via mais congestionada às 20h era a marginal Tietê, com 8,8 km de retenção na pista local, no sentido Ayrton Senna. As filas se estendiam da ponte Julio de Mesquita Neto até a Jânio Quadros. Já na pista expressa, havia mais 8,7 km de filas no mesmo trecho.

Apesar do congestionamento elevado, a CET afirmou não haver registro de ocorrências relevantes no horário, além do protesto.

O congestionamento dessa sexta só fica atrás dos 261 km de filas registrados as 18h30 do dia 08 de março, quando as chuvas provocaram alagamentos e quedas de árvores, e os 235 km de retenção registrados às 19h do dia 28 de março, devido à saído do feriado de Páscoa.

CONFRONTO

O protesto ontem deixou um rastro de vandalismo pela região central de São Paulo. A avenida Nove de Julho ficou com muros e pontos de ônibus pichados. Já na avenida Paulista houve novas pichações, vandalismo em bancas de jornal e confronto entre manifestantes e policiais militares.

O shopping Pátio Paulista foi fechado durante o protesto. Segundo a assessoria, o centro comercial fechou por volta das 21h10 --50 minutos antes do normal--, quando um grupo de manifestantes entrou no local e acabou danificando um dos dois carros que estavam expostos na entrada, como parte da promoção de Dia dos Namorados.

O Metrô informou, em nota, que os vidros dos acessos às estações Brigadeiro e Trianon-Masp, da linha 2-verde, e houve vandalismo também na estação Vergueiro, na linha 1-azul. As ações nessa última resultaram ainda em um segurança do metrô ferido.

As três estações e a estação Consolação chegaram a fechar durante o protesto. Apesar disso, o sistema funcionou normalmente. O cálculo de todos os prejuízos sofridos pelo metrô ainda serão calculados.

O Metrô estimou o prejuízo em R$ 73 mil e disse que vai "responsabilizar e acionar judicialmente os autores por danos ao patrimônio público, para que os contribuintes e demais usuários não tenham que arcar com o custo desse lamentável episódio".

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