A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

terça-feira, 18 de junho de 2013

REDES SOCIAIS DÃO O TOM DA "REVOLTA DO VINAGRE"


Grupos na internet orientam e mobilizam protestos em todo o Brasil

NIVIA CARVALHO 
O GLOBO
Atualizado:18/06/13 - 11h47


RIO - A cena não era vista desde o impeachment de Collor, em 1992. Assim como na “Primavera árabe”, que lotou praças e derrubou ditadores, no Brasil, as redes sociais também impulsionam a escalada de protestos contra o aumento das tarifas de ônibus, tanto na mobilização dos participantes como na descrição dos fatos em tempo real. A publicação de vídeos, fotos e relatos na hora e logo após os protestos tomam conta de Youtube, Twitter, Facebook, Instagram e Tumblr.

Ontem, desde cedo, cartazes e fotos postados nas redes convocavam as pessoas a participarem, nas ruas ou em casa, das manifestações em oito capitais. Com tags, as etiquetas que filtram temas nas redes, usuários recomendavam o uso de roupas brancas e a colocação de bandeiras da mesma cor nas janelas na preparação de um movimento pacífico. No Instagram, por volta das 18h de ontem, mais de 18 mil imagens foram postadas com a etiqueta #whitemonday, e 9.600 com #vemprajanela. #Vemprarua reuniu mais de 24 mil fotos. No Youtube, a lista dos dez vídeos mais vistos no Brasil foi inteiramente dominada pelo tema.

O “Occupy São Paulo” espalhou um manual para participantes nas ruas, com indicações sobre como, por exemplo, “lidar com gás lacrimogêneo e bombas”, ou em casa: “tire a senha do Wi-Fi se você mora ou trabalha perto das áreas de manifestação”, para que todos pudessem compartilhar rapidamente os fatos). As redes também difundiram o mapa colaborativo da chamada “revolta do vinagre” — com locais de concentração em várias cidades; e uma central de ajuda para participantes, com informações sobre os pontos sem conflito potencial, rotas livres e socorro a feridos em confrontos.

A adesão aos “eventos” criados no Facebook mostrava o apoio de usuários: mais de 205 mil perfis confirmaram presença no “Vem pra janela! Solidarity to Brazilian Protests” , e 273 mil, no “Quinto grande ato contra o aumento das passagens”, de divulgação dos protestos marcados para ontem.

Ao contrário de outras grandes mobilizações nas redes, a onda de protestos não é de uma tag só: entre as muitas etiquetas, à tarde, “#RIO16J hoje e #RIO17J amanhã! Façam o mesmo na sua cidade.” No Twitter, ninguém economizou no uso das tags:

“Desculpem o transtorno, estamos mudando o país!”.

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