A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

CENÁRIO DE GUERRA

ZERO HORA 20 de junho de 2013 | N° 17467

PELO PAÍS. Fortaleza em cenário de guerra

DIOGO OLIVIER* | ENVIADO ESPECIAL/FORTALEZA

Cerca de 30 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, e 40 mil conforme os manifestantes, protestaram a dois quilômetros na única via de acesso ao Estádio Castelão, palco do jogo entre Brasil e México ontem, em Fortaleza. O objetivo da multidão era chegar perto da Arena e clamar contra a corrupção, reclamar pela insuficiência dos serviços públicos e exigir auditorias nos gastos das obras do Mundial.

Houve confronto e carros incendiados. No confronto, pelo menos 50 pessoas foram atingidas por balas de borracha e spray pimenta, além de serem pisoteadas. Houve revide com paus e pedras. A polícia divulgou que oito PMs também foram feridos.

O repórter da Rádio Gaúcha Luciano Périco foi atingido por uma bala de borracha, mas não se feriu. A organização e divulgação do protesto se deu pelas redes sociais, especialmente o Facebook. Já era para ter sido realizado algo do gênero na véspera, durante o treino realizado pela Seleção no Estádio Presidente Vargas, mas um atraso na saída dos estudantes do local marcado prejudicou o ato. O treino terminou antes de a passeata chegar.

Os policiais formaram três barreiras, uma primeira com policiais militares, uma segunda com polícia montada e a terceira com 300 homens do Batalhão de Choque, equipados de escudos, para impedir que os manifestantes chegassem até o Castelão.

– Em três filas horizontais, vocês aqui! Ali, uma vertical, se precisar entrar! – orientava o subcomandante de policiamento de Fortaleza, coronel Marcelo Furtado, quando percebeu a multidão descendo da área do supermercado Makro, na Avenida Alberto Craveiro, onde os manifestantes se reuniram.

Fortemente armados com pistolas, metralhadoras para disparar balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta nos coletes, os soldados entraram em confronto com alguns manifestantes, que não conseguiram chegar ao estádio.

O governador do Ceará, Cid Gomes, admitiu ao final da partida entre Brasil e México que “pode ter havido excesso” da força policial na repressão ao ato de protesto. E acrescentou que irá discutir a redução das tarifas de ônibus no Estado.

*Com agências de notícias

A reforma do estádio custou R$ 518,6 milhões


BELO HORIZONTE - Congestionamento de 30 quilômetros

Protesto com cerca de 300 pessoas fechou ontem um trecho em Goiás da BR-040, que liga Belo Horizonte a Brasília. O ato ocorreu entre Valparaíso (GO) e Cidade Ocidental (DF) e causou um congestionamento de 30 quilômetros, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Os manifestantes criticaram o transporte público da região, que, segundo eles, é monopolizado por uma única empresa, e oferece serviços precários por preços altos.

RIO - Sob o risco de ocupação, ponte Rio-Niterói é fechada

Protesto contra o aumento das tarifas do transporte público em Niterói, ontem à noite, causou a interdição da ponte que liga a cidade ao Rio de Janeiro e vários confrontos entre manifestantes e policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo.

O anúncio da redução da tarifa, de R$ 2,95 para R$ 2,75, feito pela prefeitura de Niterói enquanto o protesto acontecia, não impediu que a confusão continuasse e até aumentasse. A ponte foi interditada pela concessionária a pedido da Polícia Rodoviária Federal quando manifestantes se dirigiam para lá.

A tropa de choque foi acionada para impedir que os ativistas ocupassem a ponte. Sacos de lixo foram incendiados e a PM usou bombas de gás lacrimogêneo. Carros tiveram de voltar. Depois das 20h30min, alguns acessos à ponte foram liberados, embora ainda houvesse confrontos.

Em São Paulo, manifestações ocuparam diversas vias, como parte das avenidas Paulista ou Washington Luís. As rodovias Castello Branco, Ayrton Senna e Régis Bittencourt também tinham trechos bloqueados. Pela manhã, manifestantes tentaram invadir uma subprefeitura em São Paulo e foram impedidos depois de a Guarda Civil Metropolitana jogar gás de pimenta.

Balanço divulgado pela prefeitura informou que o protesto na noite de terça-feira causou a depredação de 29 lojas ou bancos e 69 pessoas foram detidas por furto ou roubo.




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