A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

CONFLITO NAS RUAS DA BAHIA


ZERO HORA 21 de junho de 2013 | N° 17468

DIA DE TENSÃO



Tendo como nascente a praça do Campo Grande – tradicional palco do Carnaval de Salvador –, os protestos na capital baiana foram marcados por tensão e confrontos.

Homens da Força Nacional e da Polícia Militar lançaram bombas de gás lacrimogêneo e gás pimenta sobre manifestantes que tentaram se aproximar da Arena Fonte Nova, estádio onde o Uruguai venceu a Nigéria por 2 a 1 pela Copa das Confederações, na noite de ontem.

O conflito se iniciou por volta das 16h45min na região do Vale dos Barris, próximo à entrada da estação Lapa, principal terminal de ônibus da cidade. Segundo a PM, mais de 10 mil manifestantes saíram às ruas para protestar contra os gastos públicos com a Copa e pedir mais investimentos em saúde e educação.

A tropa de choque e a cavalaria da PM foram acionadas. Além de bombas, a polícia utilizou balas de borracha para dispersar os manifestantes que tentaram furar o bloqueio. Dois ônibus foram incendiados na Avenida Centenário e pontos de embarque, depredados. Enquanto moradores reclamavam dos efeitos das balas de borracha usadas pela polícia, torcedores tentavam chegar ao estádio em meio à fumaça.

Grupos menores se formaram e passaram a tentar invadir o perímetro de segurança por outras vias, iniciando um confronto com policiais alocados nas barreiras em torno do estádio. Os manifestantes montaram barricadas com banheiros químicos e passaram a atirar pedras sobre a polícia, que revidou e atirou com balas de borracha e bombas de efeito moral.

Agências bancárias tiveram os vidros quebrados no centro. Uma loja na Avenida Sete de Setembro, principal via comercial da cidade, foi arrombada e saqueada. Dois micro-ônibus da Fifa receberam pedradas. Um estudante de 24 anos levou um tiro no braço, mas sem gravidade. Após os confrontos, cerca de cem pessoas foram até a prefeitura, na praça da Sé – que foi cercada pela polícia –, mas não houve conflito.

Em comunicado, a PM disse que usou bombas de gás lacrimogêneo para “garantir a proteção das pessoas e do patrimônio público e privado”. Citou, ainda, que as ações contra o protesto “estão em consonância com os padrões técnicos e legais do uso progressivo da força”. Manifestantes, porém, afirmaram que a violência partiu dos policiais. Eles reagiram às bombas e balas de borracha com pedras e paus que encontravam pelas ruas.

O prefeito ACM Neto (DEM), em nota, lamentou o que chamou de “pequeno grupo de vândalos que destruíram equipamentos públicos e também privados”. O governador Jaques Wagner (PT) só se pronunciará hoje. Para sábado, dia do jogo entre Brasil e Itália na Fonte Nova, está previsto um novo protesto.

Manifesto começou pacificamente no caminho ao estádio Fonte Nova, antes de jogo da Copa das Confederações, mas acabou em confronto e vandalismo.


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