A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

domingo, 16 de junho de 2013

MINORIA BARULHENTA SE IMPÕE

ZERO HORA 16 de junho de 2013 | N° 17463

PROTESTOS EM SÉRIE


A cena tem se repetido nos protestos em Porto Alegre: uma multidão toma conta das ruas, de forma ordenada, gritando slogans. Não batem, apenas protestam. De repente, um grupo de mascarados destoa e começa a depredar. Nos primeiros atos, miravam contra símbolos da causa, como a sede da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a prefeitura. Agora, direcionam-se contra o que simboliza poder, como prédios do Judiciário, bancos e lojas.

Mas o comportamento é condenado por manifestantes moderados. Um deles colocou um cartaz numa agência do Banrisul depredada: “Isso não representa o movimento”.

Especialistas apontam a vanguarda e o charme exercido pelo radicalisno sobre alguns jovens como motivos para atitudes violentas. Professor da PUC-RS, pós-doutor em Sociologia e especialista em movimentos sociais, Emil Sobottka acredita que, na Capital, um pequeno grupo anarquista lidera os protestos. E a ideologia anarquista, diz ele, não quer aperfeiçoar as instituições, mas questioná-las.

Para o sociólogo italiano Mássimo Di Felice, especialista em Teoria da Opinião Pública e professor da USP, a minoria barulhenta age com violência porque não teve interlocutores entre as autoridades.

– Quanto menos o manifestante é ouvido, mais o ativista violento prepondera. E essas passeatas, a chamada democracia interativa, vão imperar agora – aposta Di Felice.

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