A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

terça-feira, 18 de junho de 2013

PORTO ALEGRE EM CHAMAS


ZERO HORA 18 de junho de 2013 | N° 17465

PAULO SANT’ANA

Aniversariei
Escrevo às pressas, diante dos acontecimentos terríveis que ocorreram ontem em Porto Alegre.

No auge da II Guerra Mundial, Hitler telefonou da Alemanha para o comando nazista em Paris e perguntou: “Paris está em chamas?”. Era o que Hitler desejava.

Ontem, olhando de refilão a TVCOM transmitir o vandalismo na Avenida Ipiranga e adjacências, perguntei a mim próprio: “Porto Alegre está em chamas?”.

Não sei onde vão parar esses atentados vandálicos e esse enfrentamento entre manifestantes e policiais.

O que sei é que vão ter de parar.

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Eu não sou erudito, mas sou homem de ideias. Ninguém se atrai por mim pelo conhecimento, que não o possuo. Só posso atrair alguém pelo que penso.

Sou inculto, porém sou um pensador.

Não entendo de pintura nem de teatro, não distingo música clássica de música popular, embora eu adore música.

Não entendo nada de literatura, embora eu saiba muito bem quem escreve bem. Ou mal.

Manejo muito bem o relato analítico das coisas que se sucedem ao meu redor. E não adquiri nada com o que provinha dos livros. Tudo o que adquiri proveio da relação dos homens com o mundo e a vida.

Sempre dei maior importância à experiência do que à cultura. E sempre deixei de dar importância à aparência física dos homens ou seus trajes, somente me interessam seus gestos, suas ações, seus pensamentos e suas palavras.

E as pessoas que conseguem traduzir em palavras o que pensam, essas considero-as admiráveis.

Ademais, considero menos importantes os fatos históricos que a atualidade.

E considero também que escrever mal é simplesmente não traduzir nas palavras o que se pensa. Embora eu tenha assistido a tanta e tanta gente que escreve com belo estilo textos sem nenhum conteúdo.

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Aniversariei sábado passado, fiz 74 anos de idade. No almoço em que meus amigos foram me cumprimentar na Casa do Marquês, pela primeira vez em minha vida havia mais médicos do que bacharéis em Direito.

E, pela primeira vez na História, Nelson Sirotsky abdicou de discursar, em favor de Fernando Ernesto Correa, sempre o que aconteceu na vida foi o inverso.

Havia cerca de 10 médicos que me atenderam ou me atendem presentes ao ágape. Diversas especialidades. Entre uma dezena de médicos presentes, só um deles nunca me atendeu, mas me disse que sente que me atenderá em breve: o médico legista.

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Em futebol, diz-se que há treinadores que não sabem por que perdem e outros que não sabem por que ganham.

Dilma Rousseff saberá por que foi vaiada?

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