Protestos em SP têm até manual de comportamento para os participantes. Um dos pedidos é para não fotografar os rostos dos líderes da manifestação; há também orientações jurídicas
CÁSSIO BRUNO
O GLOBO
Atualizado:17/06/13 - 14h14
Manifestação contra o aumento da passagem de ônibus no último dia 13 em São PauloEliária Andrade / Agência O Globo
Criado para divulgar processos de ocupação de ruas em protestos e denominado apartidário, o perfil do Facebook “Occupy São Paulo”publicou neste fim de semana um manual de comportamento para a quinta manifestação na cidade contra o aumento da passagem de ônibus, que ocorrerá nesta segunda-feira, a partir das 17h. O texto ensina, entre outras coisas, as “cinco maneiras de ajudar sem sair de casa” e as “15 dicas para quem vai às ruas protestar”. A página, que conta até com orientações jurídicas, já foi “curtida” por mais de 8.400 pessoas desde quando surgiu, em 13 de outubro de 2011.
O primeiro item da lista para quem ficará em casa é “abra seu Wi-Fi”. Diz o manual: “Se você mora ou trabalha perto das áreas de manifestação libere o sinal do seu Wi-Fi. Com mais conexão os protestantes são capaz de informar melhor e subir seus registros e trocar mensagens”. Outro pedido dos organizadores é “registre tudo que ouve e vê”: “Sendo uma peça presente, registre seus arredores e participe da troca de informações sobre os protestos. Utilize as tags do evento e informe seus contatos de tudo que está acontecendo — sua presença virtual é tão importante quanto sua presença física”.
Já aos que preferem participar das manifestações nos próprios locais, o “Occupy São Paulo” orienta desde calçar “sapatos confortáveis” a usar proteção para os olhos contra spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo da polícia, como óculos de natação ou máscara de pintor. O manual, por sua vez, orienta os internautas a não fotografar o rosto dos líderes dos protestos: “Os organizadores do movimento pedem que fotógrafos e jornalistas não ajudem a polícia a identificar membros dos protestos. Essas pessoas, após identificadas, podem ser perseguidas ou presas injustamente”.
O “Occupy São Paulo” também faz orientações jurídicas. Em uma delas, trata do “direito de ficar calado” em caso do manifestante ser preso pela polícia. “Você tem o direito de permanecer calado diante de qualquer pergunta, de qualquer autoridade. Você também tem direito, na delegacia, de contar com o auxílio de um advogado. Se você for preso, levado para a delegacia, e quiserem tomar o seu depoimento, EXIJA um advogado presente. Se não permitirem a presença de um, dê como declaração o seguinte: “PERMANECEREI EM SILÊNCIO, PORQUE ME FOI NEGADO O DIREITO DE TER UM ADVOGADO ACOMPANHANDO ESTE ATO”. Isso tem que ficar documentado no papel. Se o delegado ou o agente da polícia civil se negar a colocar isso no papel, NÃO ASSINE NADA!”
O perfil, no entanto, pede um protesto pacífico: “Lute, mas não recorra à violência. Se (SIC) houverem manifestações de violência, filme e reporte. Se afaste dos ambientes onde está acontecendo combate, depredações e conflito. Essas ações invalidam e deturpam o valor da manifestação. No lugar disso, leve seu cartaz e prepara a voz pra gritar. Em caso de agressão policial com balas de borracha, deite no chão”.
No fim, a página lista 28 outras cidade que devem aderir às manifestações contra o aumento da tarifa do transporte público, entre elas Rio e Duque de Caxias, Florianópolis, Maceió, Porto Alegre, Maranhão, Belo Horizonte, Belém, Recife e Curitiba.
Atualizado:17/06/13 - 14h14
Manifestação contra o aumento da passagem de ônibus no último dia 13 em São PauloEliária Andrade / Agência O Globo
Criado para divulgar processos de ocupação de ruas em protestos e denominado apartidário, o perfil do Facebook “Occupy São Paulo”publicou neste fim de semana um manual de comportamento para a quinta manifestação na cidade contra o aumento da passagem de ônibus, que ocorrerá nesta segunda-feira, a partir das 17h. O texto ensina, entre outras coisas, as “cinco maneiras de ajudar sem sair de casa” e as “15 dicas para quem vai às ruas protestar”. A página, que conta até com orientações jurídicas, já foi “curtida” por mais de 8.400 pessoas desde quando surgiu, em 13 de outubro de 2011.
O primeiro item da lista para quem ficará em casa é “abra seu Wi-Fi”. Diz o manual: “Se você mora ou trabalha perto das áreas de manifestação libere o sinal do seu Wi-Fi. Com mais conexão os protestantes são capaz de informar melhor e subir seus registros e trocar mensagens”. Outro pedido dos organizadores é “registre tudo que ouve e vê”: “Sendo uma peça presente, registre seus arredores e participe da troca de informações sobre os protestos. Utilize as tags do evento e informe seus contatos de tudo que está acontecendo — sua presença virtual é tão importante quanto sua presença física”.
Já aos que preferem participar das manifestações nos próprios locais, o “Occupy São Paulo” orienta desde calçar “sapatos confortáveis” a usar proteção para os olhos contra spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo da polícia, como óculos de natação ou máscara de pintor. O manual, por sua vez, orienta os internautas a não fotografar o rosto dos líderes dos protestos: “Os organizadores do movimento pedem que fotógrafos e jornalistas não ajudem a polícia a identificar membros dos protestos. Essas pessoas, após identificadas, podem ser perseguidas ou presas injustamente”.
O “Occupy São Paulo” também faz orientações jurídicas. Em uma delas, trata do “direito de ficar calado” em caso do manifestante ser preso pela polícia. “Você tem o direito de permanecer calado diante de qualquer pergunta, de qualquer autoridade. Você também tem direito, na delegacia, de contar com o auxílio de um advogado. Se você for preso, levado para a delegacia, e quiserem tomar o seu depoimento, EXIJA um advogado presente. Se não permitirem a presença de um, dê como declaração o seguinte: “PERMANECEREI EM SILÊNCIO, PORQUE ME FOI NEGADO O DIREITO DE TER UM ADVOGADO ACOMPANHANDO ESTE ATO”. Isso tem que ficar documentado no papel. Se o delegado ou o agente da polícia civil se negar a colocar isso no papel, NÃO ASSINE NADA!”
O perfil, no entanto, pede um protesto pacífico: “Lute, mas não recorra à violência. Se (SIC) houverem manifestações de violência, filme e reporte. Se afaste dos ambientes onde está acontecendo combate, depredações e conflito. Essas ações invalidam e deturpam o valor da manifestação. No lugar disso, leve seu cartaz e prepara a voz pra gritar. Em caso de agressão policial com balas de borracha, deite no chão”.
No fim, a página lista 28 outras cidade que devem aderir às manifestações contra o aumento da tarifa do transporte público, entre elas Rio e Duque de Caxias, Florianópolis, Maceió, Porto Alegre, Maranhão, Belo Horizonte, Belém, Recife e Curitiba.
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