A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sábado, 22 de junho de 2013

VIOLÊNCIA REPERCUTE NAS REDES SOCIAIS


ZERO HORA 22 de junho de 2013 | N° 17469

RUMOS DO MOVIMENTO

Da internet para as ruas, das ruas para a internet. Os protestos que varrem o Brasil repercutem nas redes sociais com discussões acaloradas que buscam frear a onda de vandalismo em meio às manifestações pacíficas. Ontem, não faltaram debates sobre os possíveis rumos de novas passeatas.


Uma das grandes angústias apontadas pelos internautas era a sensação de serem usados como massa de manobra para interesses específicos de setores “conservadores”, que teriam a intenção de se aproveitar do movimento. Dentre os posicionamentos, estão os que acreditam que a falta de organização dos grupos poderia deixá-los vulneráveis a investidas ideológicas por parte da “mídia, pela direita e pelos fascistas”.

“Sair das ruas é dar um golpe de presente pra direita. Não é a solução!”, alguém alertou. O mesmo autor da frase completa: “Temos de atuar nas nossas falhas... Se falta organização vamos fazer campanha por maior participação nas assembleias!”.

Alguns sugeriram se juntar, criar uma pauta específica e discutir pessoalmente na prefeitura. Também teve quem sugerisse dividir a marcha:

“Temos que dar um jeito de esvaziar o pneu dos reaças e fazer uma marcha paralela do bloco.”

Com opiniões rachadas, alguns grupos tentavam forçar um coro para cancelar a manifestação programada para a próxima segunda-feira.

“Violência não se combate com violência, preconceito não se combate com preconceito. Sair acusando a torto e a direito todo mundo de fascista é muito tenso”, disse uma jovem.

“É um recuo estratégico. Os fascistas andam aí e tu bem o sabes”, retrucou um rapaz.

“Ninguém está falando em sair das ruas. Um recuo pode significar sair desta manifestação e chamar outra, com objetivos mais claros, para outro dia. Isso pode compor uma outra forma de disputa”, afirmou outro ativista.

Da ditadura à revolução

Foram os discursos pela manutenção dos atos, que prevaleceram. No meio da tarde de ontem, uma pessoa escreveu:

“Ontem (quinta-feira) eu e um amigo tivemos que suar pra impedir uma turma muito estranha de surrar um menino que ousou criticar a famosa ‘ah, eu sou gaucho’ na marcha...”

“Se tu não tivesse, ele seria surrado. Por isso temos que ficar”, concluiu outro participante.

Paz e foco foram os pedidos que mais prevaleceram. Teve quem sugerisse protestos à luz do dia, sob o argumento de que as famílias se sentiriam mais seguras, caso quisessem participar.

“Tornaria mais fácil intimidar a ação dos vândalos”, deu a ideia uma menina.

Em busca de ordem, um mulher teve uma ideia que fez sucesso: o “Vem pra rua meditar!”, convidando para uma pausa de reflexão. Também foram feitos convites às pessoas para uma “Segunda-feira contra a manipulação”. Outros diversos eventos foram criados para organizar os protestos marcados para segunda-feira, estes com maior adesão, como o ManifestoPoa, o já famoso #vemprarua e o #fortaleceomovimento.

Em pauta, esteve a atuação da polícia:

“Não existe outra maneira de controlar uma massa de milhares de pessoas, e uma massa sem objetivo é imprevisível”.

“Tiro na cara das pessoas não é o que a polícia deve fazer, nem é inevitável...”, rebateu um homem.

Nomes de partidos foram citados, insultados e exaltados. Criticou-se o uso da bandeira de partidos. Alguns falaram na aproximação de uma ditadura. Falou-se também em revolução social:

“O povo não está querendo Revolução, e sim Reforma. Não é porque não tem causas revolucionárias que é um movimento ruim”.

Outros pediram mais objetividade:

“Não é hora de ir para as ruas sem uma pauta clara”, defendeu um ativista.


NA PRÁTICA - Diálogos antagônicos se estabeleceram no Twitter, identificados pela hashtag #vemprarua e #saidarua. Veja alguns

#SAIDARUA

“O gigante acordou e era um ogro”
“#saidarua por que a rua virou a arquibancada dos bandidos”
“Vamos mudar o país não começar uma guerra civil!!”
“O recado já foi dado, o exagero não leva a lugar nenhum, quantas mães vão ter que chorar?”
“#Saidarua e reflita no que estamos atrás, tem gente se aproveitando dos manifestos pra tentar um golpe, acorda Brasil !”
“Na boa pra mim esse é o momento de parar um pouco, tá sem controle”
“Foi lindo no começo. No meio virou bagunça. Agora já é micareta. E olha que eu curto esse tipo de festa, hein?”
“Tá na hora dessa palhaçada acabar. Nêgo não sabe nem mais por que tá protestando. Virou bagunça.

#VEMPRARUA
“Direita? Esquerda? Eu quero é ir pra frente.”
“Nenhum filho teu fugirá da luta minha Pátria amada!”
“Meu ônibus tá fazendo um desvio enorme, mas não tem problema :) #vemprarua #OgiganteAcordou #protestoRS.”
“E você ainda acha que é só por causa de 20 centavos? #VemPraRua.”
“Mudanças ocorrem quando você deixa de esperar e vai à luta.”
“Tirando os otários que se aproveitam dos que realmente vão pra manifestar, eu apoio!”
“#vemprarua, fica na rua, tem que mostrar para essa escória que de promessas já estamos de saco cheio.”
“Ô ôhhhhh vem pra rua porque a rua é a maior arquibancada do Brasil.”

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